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Estudo da reologia de polissacarídeos utilizados

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<strong>Estudo</strong> <strong>da</strong> <strong>reologia</strong> <strong>de</strong> polissacarí<strong>de</strong>os <strong>utilizados</strong> na indústria <strong>de</strong> alimentos Toneli et al.<br />

- Polissacarí<strong>de</strong>os extracelulares ou<br />

exocelulares: po<strong>de</strong>m ser encontrados na<br />

forma <strong>de</strong> uma cápsula discreta que envolve<br />

a célula microbiana e que é parte <strong>da</strong> própria<br />

pare<strong>de</strong> celular (polissacarí<strong>de</strong>os capsulares)<br />

ou como uma massa amorfa secreta<strong>da</strong> no<br />

meio em torno do microorganismo.<br />

- Polissacarí<strong>de</strong>os estruturais.<br />

- Polissacarí<strong>de</strong>os intracelulares <strong>de</strong><br />

armazenagem.<br />

Os polissacarí<strong>de</strong>os <strong>de</strong> origem microbiana<br />

apresentam a vantagem <strong>de</strong> possuírem<br />

proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s físicas e químicas reprodutíveis,<br />

além <strong>de</strong> apresentarem uma fonte regular.<br />

Lapasin & Pricl (1999) atribuem o sucesso<br />

<strong>de</strong>sses polissacarí<strong>de</strong>os ao fato <strong>de</strong> eles po<strong>de</strong>rem<br />

ser produzidos sob condições controla<strong>da</strong>s a<br />

partir <strong>de</strong> espécies seleciona<strong>da</strong>s, <strong>de</strong> modo que<br />

problemas <strong>de</strong> variações <strong>de</strong> estrutura e<br />

proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s possam ser evitados. Além disso,<br />

os polissacarí<strong>de</strong>os microbianos apresentam uma<br />

série <strong>de</strong> regulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s estruturais que raramente<br />

são encontra<strong>da</strong>s em polímeros <strong>de</strong> carboidratos<br />

provenientes <strong>de</strong> outras fontes. Tal regulari<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

na sua estrutura primária implica em as ca<strong>de</strong>ias<br />

po<strong>de</strong>rem assumir conformações ordinárias<br />

(hélices simples ou múltiplas) tanto no estado<br />

sólido como em solução e isso, por sua vez, tem<br />

uma forte influência sobre as suas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

físico-químicas. Finalmente, a versatili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

exibi<strong>da</strong> pelos microorganismos na síntese <strong>de</strong><br />

polissacarí<strong>de</strong>os iônicos e neutros com uma<br />

gran<strong>de</strong> varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> composições e<br />

proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s não encontra uma contraparti<strong>da</strong> no<br />

mundo vegetal e nem tampouco po<strong>de</strong> ser<br />

imita<strong>da</strong>, nem mesmo pelos mais renomados<br />

cientistas.<br />

Dentre os polissacarí<strong>de</strong>os microbianos, as<br />

gomas xantana e gelana <strong>de</strong>stacam-se para a<br />

aplicação em alimentos.<br />

De acordo com Morris (1995), a goma<br />

xantana foi estabeleci<strong>da</strong> como um aditivo em<br />

alimentos e suas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s funcionais <strong>de</strong>ram<br />

início a novas aplicações. Trata-se <strong>de</strong> um<br />

polímero aniônico resultante <strong>da</strong> secreção<br />

exocelular <strong>da</strong> bactéria Xanthomonas<br />

campestris. Sua ca<strong>de</strong>ia principal é basea<strong>da</strong> em<br />

uma ligação linear <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong> com uma<br />

ca<strong>de</strong>ia lateral <strong>de</strong> trissacarí<strong>de</strong>o anexa<strong>da</strong> a<br />

resíduos alternativos <strong>de</strong> D-glicosil (lapasin &<br />

pricl, 1999; lagoueyte & paquin, 1998; casas,<br />

santos, Garcia-Ochoa, 2000).<br />

Quando em solução aqüosa, a xantana<br />

mostra uma transição conformacional entre<br />

ca<strong>de</strong>ias or<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s e <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>s, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo<br />

193<br />

<strong>da</strong> temperatura, <strong>da</strong> força iônica e do pH. Ela<br />

passa <strong>de</strong> uma ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>n<strong>da</strong>, sob eleva<strong>da</strong>s<br />

temperaturas e baixa força iônica, para uma<br />

forma or<strong>de</strong>na<strong>da</strong>, sob temperaturas e<br />

concentrações <strong>de</strong> sais, fisiologicamente,<br />

relevantes (Lagoueyte & Paquin, 1998; Casas &<br />

Garcia-Ochoa, 1999; Casas, Santos, Garcia-<br />

Ochoa, 2000). Sua natureza ramifica<strong>da</strong> confere<br />

a ela características reológicas diferentes,<br />

melhores do que as resultantes <strong>de</strong> outras gomas<br />

naturais, como goma locusta ou goma guar. As<br />

soluções <strong>de</strong> xantana apresentam proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> espessante e estabilizante, com um<br />

comportamento pseudoplástico muito estável<br />

em uma larga faixa <strong>de</strong> pH, pK (concentração<br />

iônica) e temperatura (Casas & Garcia-Ochoa,<br />

1999; Casas, Santos, Garcia-Ochoa, 2000;<br />

Lagoueyte & Paquin, 1998; Kang&Petit, 1993<br />

Citados por Casas, Santos, Garcia-Ochoa,<br />

2000).<br />

De acordo com Morris (1995), a principal<br />

aplicação industrial para a goma xantana <strong>de</strong>vese<br />

ao fato que, quando a goma é dispersa em<br />

água quente ou fria, as dipersões aqüosas<br />

resultantes são tixotrópicas. A estrutura<br />

semelhante à <strong>de</strong> um gel fraco que se forma<br />

resulta em uma alta viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> sob baixas<br />

taxas <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação sob baixas concentrações<br />

do polímero, que po<strong>de</strong> ser utilizado como um<br />

espessante em soluções aqüosas e permite<br />

estabilização <strong>de</strong> espumas, emulsões e<br />

suspensões particula<strong>da</strong>s. Finalmente, o<br />

comportamento pseudoplástico reversível,<br />

permite a manipulação e o controle <strong>de</strong><br />

processos tais como espalhamento,<br />

bombeamento e atomização.<br />

A goma xantana apresenta uma gran<strong>de</strong><br />

varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicações em alimentos. A<br />

tixotropia <strong>da</strong>s dispersões <strong>de</strong> xantana levaram ao<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> misturas<br />

secas <strong>de</strong> formulações <strong>de</strong> molhos, temperos e<br />

sobremesas, as quais po<strong>de</strong>m ser aqueci<strong>da</strong>s ou<br />

refrigera<strong>da</strong>s sem que haja per<strong>da</strong> <strong>da</strong>s<br />

características texturais <strong>de</strong>sejáveis. Além disso,<br />

a goma xantana melhora o processamento, a<br />

armazenagem e a elastici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> massas<br />

(Morris, 1995).<br />

A goma gelana é um polissacarí<strong>de</strong>o<br />

extracelular secretado pelo microorganismo<br />

Pseudomonas elo<strong>de</strong>a. O seu potencial <strong>de</strong><br />

aplicação em alimentos, segundo MORRIS<br />

(1995) inclui produtos <strong>de</strong> confeitaria, geléias,<br />

alimentos industrializados, géis à base <strong>de</strong> água,<br />

recheios e pudins, sorvetes, iogurtes,<br />

milkshakes, <strong>de</strong>ntre outros. De uma maneira<br />

geral, sua utilização está associa<strong>da</strong> à<br />

Revista Brasileira <strong>de</strong> Produtos Agroindustriais, Campina Gran<strong>de</strong>, Especial, v.7, n.2, p.181-204, 2005

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