09.05.2013 Views

Estudo da reologia de polissacarídeos utilizados

Estudo da reologia de polissacarídeos utilizados

Estudo da reologia de polissacarídeos utilizados

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Estudo</strong> <strong>da</strong> <strong>reologia</strong> <strong>de</strong> polissacarí<strong>de</strong>os <strong>utilizados</strong> na indústria <strong>de</strong> alimentos Toneli et al.<br />

Steffe (1996) apresenta uma série <strong>de</strong><br />

outros mo<strong>de</strong>los que po<strong>de</strong>m predizer o<br />

comportamento <strong>da</strong> viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um fluido<br />

com a temperatura, com a concentração ou com<br />

a umi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

POLISSACARÍDEOS UTILIZADOS NA<br />

INDÚSTRIA DE ALIMENTOS<br />

Polissacarí<strong>de</strong>os são biopolímeros muito<br />

versáteis que po<strong>de</strong>m ser encontrados na<br />

natureza sob as mais diversas formas,<br />

exercendo diferentes funções. Muitas vezes,<br />

po<strong>de</strong>m ser extraídos <strong>da</strong>s raízes, dos tubérculos,<br />

dos caules e <strong>da</strong>s sementes <strong>de</strong> produtos vegetais,<br />

nos quais atuam como reserva <strong>de</strong> energia –<br />

como é o caso do amido, <strong>da</strong> inulina e dos<br />

galactomananos. Outras vezes, po<strong>de</strong>m ser<br />

encontrados, na estrutura celular <strong>de</strong> tecidos<br />

vegetais, on<strong>de</strong> contribuem para a integri<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

estrutural e para a força mecânica, formando<br />

re<strong>de</strong>s hidrata<strong>da</strong>s tridimensionais – como é o<br />

caso <strong>da</strong>s pectinas, em plantas terrestres, e <strong>da</strong>s<br />

carragenanas, agar e alginato, em plantas<br />

marinhas (Lapasin & Pricl, 1999).<br />

Segundo Lapasin & Pricl (1999), os<br />

polímeros <strong>de</strong> carboidratos possuem gran<strong>de</strong><br />

aplicabili<strong>da</strong><strong>de</strong> na indústria <strong>de</strong> alimentos.<br />

Algumas vezes, estão presentes por razões<br />

tecnológicas, como auxiliares no processo, para<br />

estabilizar emulsões e suspensões ou para<br />

fornecer a estrutura física necessária para o<br />

empacotamento e distribuição. No entanto, seu<br />

uso mais freqüente está associado à sua<br />

capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> espessar e gelificar soluções,<br />

sendo aplicados para melhorar e padronizar a<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos alimentos processados. De<br />

acordo com Stephen & Churms (1995), os<br />

polissacarí<strong>de</strong>os estão sendo empregados em<br />

quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s crescentes na tecnologia <strong>de</strong><br />

alimentos como espessantes, estabilizantes,<br />

emulsificantes e agentes gelificantes, <strong>de</strong>ntre<br />

outras funções.<br />

O uso <strong>de</strong> polissacarí<strong>de</strong>os como<br />

espessantes está associado à capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> que<br />

eles possuem <strong>de</strong> aumentar a viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um<br />

líquido, resultando em características<br />

organolépticas e texturas <strong>de</strong>sejáveis em<br />

alimentos, como corpo e mouthfeel. Os<br />

polissacarí<strong>de</strong>os, também, são, freqüentemente,<br />

<strong>utilizados</strong> para eliminar efeitos in<strong>de</strong>sejáveis <strong>de</strong><br />

liberação <strong>de</strong> água em alguns alimentos<br />

processados e como encorpantes na formulação<br />

<strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> baixas calorias.<br />

Devido à sua estrutura química, os<br />

polissacarí<strong>de</strong>os, quando em solução,<br />

189<br />

apresentam a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> formar géis. Esse<br />

processo envolve diferentes mecanismos <strong>de</strong><br />

associação entre ca<strong>de</strong>ias, os quais <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m<br />

<strong>da</strong>s características individuais do polímero<br />

aplicado. Dessa forma, os géis resultantes <strong>de</strong><br />

diferentes polímeros irão apresentar formas<br />

estruturais e texturas diferentes, po<strong>de</strong>ndo ser<br />

aplicados em uma gran<strong>de</strong> varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

alimentos (Lapasin & Pricl, 1999).<br />

Dentre os polissacarí<strong>de</strong>os mais <strong>utilizados</strong><br />

na indústria <strong>de</strong> alimentos estão os amidos, seus<br />

<strong>de</strong>rivados e os polissacarí<strong>de</strong>os não-amiláceos.<br />

Existe, ain<strong>da</strong>, o grupo dos hidrocolói<strong>de</strong>s que,<br />

juntamente com uma pequena proporção <strong>de</strong><br />

amidos e <strong>de</strong> outros produtos que não são<br />

carboidratos, como a lignina e a proteína nãodigerível,<br />

constituem o grupo <strong>da</strong>s chama<strong>da</strong>s<br />

fibras dietéticas (Stephen & Churms, 1995). A<br />

escolha do polissacarí<strong>de</strong>o mais apropriado<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>da</strong>s suas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s físicas e<br />

químicas, assim como <strong>da</strong>s características<br />

<strong>de</strong>sejáveis no alimento e <strong>da</strong>s condições <strong>de</strong><br />

processamento, como temperatura e<br />

concentração.<br />

Principais polissacarí<strong>de</strong>os <strong>utilizados</strong> na<br />

indústria <strong>de</strong> alimentos e suas aplicações<br />

Amidos e seus <strong>de</strong>rivados<br />

O amido é um dos produtos <strong>de</strong> origem<br />

vegetal mais abun<strong>da</strong>ntes na natureza, que<br />

ocorre naturalmente sob a forma <strong>de</strong> grãos<br />

minúsculos (partículas <strong>de</strong> 2 a 100μm) em<br />

raízes, sementes e caules <strong>de</strong> numerosos tipos <strong>de</strong><br />

plantas, como milho, trigo, arroz, ceva<strong>da</strong> e<br />

batatas, nos quais atua como um carboidrato <strong>de</strong><br />

reserva. Trata-se <strong>de</strong> um polissacarí<strong>de</strong>o<br />

complexo <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância para a nutrição<br />

animal e humana (Lapasin & Pricl, 1999; Zobel<br />

& Stephen, 1995).<br />

Existem vários tipos <strong>de</strong> amido que<br />

diferem entre si pela fonte <strong>de</strong> que foram<br />

extraídos e/ou pela forma <strong>de</strong> obtenção. As<br />

diferenças entre os diversos tipos <strong>de</strong> amido<br />

po<strong>de</strong>m ser encontra<strong>da</strong>s na morfologia granular,<br />

no peso molecular, na composição (grau <strong>de</strong><br />

ramificação <strong>da</strong>s macromoléculas <strong>de</strong><br />

polissacarí<strong>de</strong>os) e nas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s físicoquímicos.<br />

Segundo Lapasin & Pricl (1999) os<br />

amidos consistem em duas classes <strong>de</strong> polímeros<br />

<strong>de</strong> carboidratos: uma linear, chama<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

amilose, e outra ramifica<strong>da</strong>, chama<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

amilopectina. Na natureza, o amido é<br />

semicristalino, com vários níveis <strong>de</strong><br />

cristalini<strong>da</strong><strong>de</strong>. A cristalini<strong>da</strong><strong>de</strong> está.<br />

Revista Brasileira <strong>de</strong> Produtos Agroindustriais, Campina Gran<strong>de</strong>, Especial, v.7, n.2, p.181-204, 2005

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!