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Estudo da reologia de polissacarídeos utilizados

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200<br />

<strong>Estudo</strong> <strong>da</strong> <strong>reologia</strong> <strong>de</strong> polissacarí<strong>de</strong>os <strong>utilizados</strong> na indústria <strong>de</strong> alimentos Toneli et al.<br />

Casas & Garcia-Ochoa (1999) estu<strong>da</strong>ram<br />

a viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> mistura <strong>de</strong> gomas xantana e<br />

locusta e observaram que, quando as soluções<br />

são mistura<strong>da</strong>s, observa-se um aumento<br />

dramático na viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong>, muito maior do que a<br />

viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> combina<strong>da</strong> <strong>da</strong>s soluções individuais<br />

dos polissacarí<strong>de</strong>os. Os autores avaliaram a<br />

influência <strong>da</strong> concentração total <strong>de</strong><br />

polissacarí<strong>de</strong>os, <strong>da</strong> razão entre gomas xantana e<br />

locusta e <strong>da</strong> temperatura <strong>de</strong> dissolução sobre o<br />

comportamento reológico <strong>da</strong> mistura. O<br />

aumento na viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> solução foi atribuído<br />

à interação entre as moléculas <strong>da</strong>s gomas<br />

xantana e locusta, que ocorre entre as ca<strong>de</strong>ias<br />

laterais <strong>da</strong>s moléculas <strong>de</strong> goma xantana e a<br />

ca<strong>de</strong>ia principal <strong>da</strong> goma locusta. A estrutura<br />

<strong>da</strong>s moléculas <strong>da</strong>s gomas xantana e locusta em<br />

solução tem gran<strong>de</strong> influência sobre a<br />

viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> final <strong>da</strong> solução. A conformação <strong>da</strong><br />

molécula <strong>da</strong> goma xantana mu<strong>da</strong> com o<br />

aumento <strong>da</strong> temperatura, passando <strong>de</strong> uma<br />

estrutura or<strong>de</strong>na<strong>da</strong> para uma <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>. A<br />

composição <strong>da</strong> goma locusta, por sua vez, mu<strong>da</strong><br />

com a temperatura <strong>de</strong> dissolução, havendo uma<br />

redução na razão galactose/manose com o<br />

aumento <strong>da</strong> temperatura, <strong>de</strong> modo que regiões<br />

mais lisas (sem os radicais <strong>de</strong> galactose) estão,<br />

predominantemente, dissolvi<strong>da</strong>s. Essas<br />

condições favorecem a interação entre as<br />

gomas, provocando o aumento na viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

O estudo do comportamento reológico <strong>de</strong><br />

misturas <strong>de</strong> gomas (xantana, guar e alginato)<br />

com salep foi realizado por Kayacier & Dogan<br />

(2006), com a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se avaliar a sinergia<br />

entre os componentes. O salep é um ingrediente<br />

alimentício, obtido através <strong>da</strong> moagem <strong>de</strong><br />

tubérculos secos <strong>de</strong> orquí<strong>de</strong>a selvagem,<br />

extensivamente, utilizado na Turquia para a<br />

produção <strong>de</strong> sorvetes e <strong>de</strong> uma bebi<strong>da</strong> quente.<br />

Em sua composição básica, o salep contém<br />

glucomanose e amido, <strong>de</strong> forma que, além <strong>de</strong><br />

conferir ao produto o aroma e o sabor<br />

<strong>de</strong>sejados, também, atua como espessante e<br />

estabilizante. To<strong>da</strong>s as soluções avalia<strong>da</strong>s<br />

apresentaram um comportamento reológico<br />

não-newtoniano pseudoplástico que foi <strong>de</strong>scrito<br />

pelo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Lei <strong>da</strong> Potência. Os autores<br />

observaram um aumento na viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

aparente <strong>da</strong>s soluções com o aumento <strong>da</strong><br />

concentração <strong>da</strong>s gomas e <strong>de</strong> salep. A goma<br />

guar, particularmente, sob altas concentrações,<br />

foi a que apresentou um melhor efeito sinérgico<br />

com o salep, caracterizado por um aumento na<br />

viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Dessa forma, os autores<br />

concluíram que o uso combinado <strong>de</strong> salep e<br />

goma guar po<strong>de</strong> auxiliar na obtenção <strong>da</strong><br />

consistência <strong>de</strong>seja<strong>da</strong> em formulações <strong>de</strong><br />

alimentos, utilizando-se uma menor quanti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> espessantes.<br />

Fernan<strong>de</strong>s, Gonçalves, Doublier (1994)<br />

estu<strong>da</strong>ram o comportamento reológico <strong>de</strong><br />

misturas <strong>de</strong> κ-carragenana e galactomananas<br />

(gomas locusta e guar) com níveis muito baixos<br />

<strong>de</strong> κ-carragenana, na presença <strong>de</strong> KCl, e<br />

observaram que as misturas apresentaram<br />

proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s características <strong>de</strong> géis, quando os<br />

níveis <strong>de</strong> KCl foram suficientes para induzir a<br />

estabilização <strong>da</strong>s moléculas <strong>de</strong> κ-carragenana<br />

na forma helicoi<strong>da</strong>l. As curvas <strong>de</strong> escoamento<br />

observa<strong>da</strong>s para os galactomananos foram<br />

típicas <strong>de</strong> soluções macromoleculares, com<br />

comportamento pseudoplástico e uma<br />

viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> limitante ηo sob baixas taxas <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>formação (platô newtoniano). A adição <strong>de</strong> κcarragenana<br />

não alterou muito o<br />

comportamento <strong>da</strong> solução, no entanto, para<br />

concentrações <strong>de</strong> KCl superiores a 0,025%<br />

houve um aumento significativo na viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

para baixas taxas <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação. Esse aumento<br />

na viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> foi atribuído ao início <strong>da</strong><br />

formação <strong>de</strong> uma estrutura no sistema.<br />

Tecante & Doublier (1999) estu<strong>da</strong>ram o<br />

comportamento reológico <strong>de</strong> misturas do amido<br />

<strong>de</strong> milho ceroso (CWCS) e goma κcarragenana,<br />

com adição <strong>de</strong> cloreto <strong>de</strong> potássio,<br />

e observaram que a presença <strong>da</strong> goma e <strong>de</strong> KCl<br />

nas soluções <strong>de</strong> amido tiveram um efeito<br />

notável sobre a viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> e sobre o seu<br />

comportamento reológico. As soluções<br />

apresentaram comportamento não newtoniano<br />

pseudoplástico. Os autores observaram um<br />

aumento na viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong>, quando o KCl não foi<br />

adicionado para to<strong>da</strong>s as concentrações <strong>de</strong><br />

amido avalia<strong>da</strong>s (0, 2, 3 e 4%), sendo que,<br />

quanto maior a concentração <strong>de</strong> amido, maior<br />

foi o aumento observado.<br />

Zimeri & Kokini (2003) estu<strong>da</strong>ram as<br />

proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s reológicas <strong>de</strong> sistemas<br />

combinados <strong>de</strong> inulina e amido <strong>de</strong> milho ceroso<br />

como um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> interação entre<br />

carboidratos em alimentos. Os autores<br />

observaram uma forte <strong>de</strong>pendência <strong>da</strong><br />

viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> com o comportamento <strong>de</strong> fases e <strong>da</strong><br />

microestrutura dos sistemas. To<strong>da</strong>s as amostras<br />

apresentaram um comportamento<br />

pseudoplástico, sendo que as misturas com<br />

eleva<strong>da</strong>s concentrações <strong>de</strong> inulina (30 a 40%)<br />

mostraram uma tensão residual, caracteriza<strong>da</strong><br />

pelo ajuste dos <strong>da</strong>dos experimentais pelo<br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Herschel-Bulkley. As curvas <strong>de</strong><br />

escoamento, também, tiveram um bom ajuste<br />

Revista Brasileira <strong>de</strong> Produtos Agroindustriais, Campina Gran<strong>de</strong>, Especial, v.7, n.2, p.181-204, 2005

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