29.05.2013 Views

Copyfight: Pirataria & Cultura Livre - Monoskop

Copyfight: Pirataria & Cultura Livre - Monoskop

Copyfight: Pirataria & Cultura Livre - Monoskop

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

8. Sobre o debate<br />

entorno da força-invenção<br />

consultar<br />

Antonio Negri “Books<br />

for Burning: Between<br />

Civil War and Democracy<br />

in 1970s Italy”.<br />

9. Registro de atividades<br />

gerado por<br />

programas de computadores.<br />

necessário os mecanismos da propriedade para que haja a valorização.<br />

Para tanto, os hackers vão desenvolvendo e ocupando progressivamente<br />

lugares que, ou não eram valorizados – caso em que eles qualificam<br />

o espaço e/ou ferramenta por meio de seu uso [o consumo produtivo]<br />

- ou simplesmente não existiam, situação na qual sua atuação possui<br />

um forte componente de inovação.<br />

A ética hacker, nesse sentido, produz e é produto do excesso, da força-invenção<br />

8 e se coloca como a capacidade de imaginar e produzir<br />

mundos diversos de como estão colocados, codificados, normatizados,<br />

constituídos. A produção de liberdades e o investimento nas relações<br />

afetivas (construção de redes) passa assim pela não-colaboração com<br />

certas práticas e com certos saberes, não se trata somente de se libertar<br />

de certas amarras - por exemplo o copyright. A recusa em colaborar<br />

- com certos tipos de práticas e saberes - ao mesmo tempo consiste<br />

necessariamente em criar novas práticas, saberes e espaços de liberdade<br />

(ao produzir um espaço de livre circulação de conhecimento está<br />

implicado em alguma medida uma oposição ao regime de escassez do<br />

copyright). Neste sentido, cada ato de destruição e de desestabilização<br />

[não-colaboração com o poder] assume assim a forma de cooperação,<br />

de compartilhamento autônomo. É através da não-colaboração com<br />

os regimes da propriedade intelectual, com os logs 9 impostos pelos Estados<br />

e pelo mercado, com a censura e a ocultação de informações e<br />

conhecimentos públicos ou de interesse comum, e portanto na criação<br />

de espaços autônomos onde estas lógicas não imperam, que a ética<br />

hacker se mostra mais potente, hackeando consensos e comités: uma<br />

prática saqueadora, sabotadora e radical.<br />

Esta dimensão de “vazamento” (leaks) ou de “ataque” - que é alvo<br />

de diversas controvérsias mas que é principalmente alvo de tendenciosas<br />

campanhas vexatórias e de criminalização por parte de governos<br />

e da grande mídia - só pode ser comprendida a partir da própria ética<br />

hacker. É na livre circulação de ideias e conhecimento que estes se<br />

constituem. Antes de tudo, para eles é primordial estar conectado com<br />

o “todo” para que a partir disso possa ser feita a escolha ou invenção<br />

do melhor e próprio caminho a se tomar. Ao desertarem das dinâmicas<br />

de acumulação, hierarquias e da razão de Estado, para hackearem sistemas<br />

e praticarem a “pirataria” estão pondo em prática o imperativo<br />

do estar à mão ou do toda informação deve ser livre. Como afirma “The<br />

Mentor”, em Manifesto [Hacker] escrito logo depois de sua detenção:<br />

107<br />

Nós fazemos uso, sem pagar, de um serviço (aqui ele se refere<br />

aos serviços de telefonia) que poderia ser acessível e barato se<br />

não fosse dominado por aproveitadores e glutões do lucro, e<br />

vocês nos chamam de criminosos. Nós investigamos... e vocês<br />

nos chamam de criminosos. Nós corremos atrás de conhecimento...<br />

e vocês nos chamam de criminosos. Nós existimos<br />

:(){ <strong>Copyfight</strong> :|: <strong>Pirataria</strong> & <strong>Cultura</strong> <strong>Livre</strong> };:

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!