Copyfight: Pirataria & Cultura Livre - Monoskop
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1. “‘Circular transportation<br />
facilitation<br />
device” foi o titulo original<br />
que John Keogh<br />
ousou para registrar<br />
sua inovação em 2001<br />
no novo Sistema de<br />
Patentes Australiano<br />
implementado em<br />
Maio do mesmo<br />
ano. Uma cópia da<br />
patente pode ser<br />
vista no endereço:<br />
<br />
o Inventor e o BanCo de IdeIaS<br />
Tomás Vega<br />
a Invenção do autor<br />
No dia 2 de Setembro de 2001, o Escritório de Patentes da Austrália<br />
publicou uma patente de “inovação” sob o título de “Mecanismo circular<br />
facilitador de transporte”. 1 Com desenhos simplórios, toscos até, e<br />
várias descrições como “um aro circular fixado pelo seu centro” revestido<br />
por uma “camada de borracha protegendo a superfície do aro” o<br />
projeto “original” foi aceito e registrado normalmente. Sendo a patente<br />
registrada e publicada, o sujeito inventor passaria, teoricamente, a ser<br />
o autor, (e, portanto, detentor dos direitos legais de sua reprodução),<br />
do objeto que provavelmente foi o invento mais revolucionário da história<br />
humana: a roda.<br />
Trata-se de um advogado de patentes de Melbourne que queria<br />
provar o quanto era falho o então novo sistema nacional de patentes<br />
instaurado na Austrália que dispensava qualquer tipo de perícia para<br />
comprovar e certificar a invenção. O sistema foi uma iniciativa do governo<br />
australiano para criar uma via facilitadora de registros, alternativa<br />
à custosa patente padrão. Os inventos ou inovações de qualquer<br />
tipo poderiam ser submetidas on-line, e ganhar um selo de certificação<br />
isento de qualquer vistoria do escritório de patentes.<br />
Mesmo com o mero intento de chamar a atenção para uma anomalia<br />
das novas regras de registro da Austrália e sua incompatibilidade internacional,<br />
o surpreendente fato de um homem registrar o invento da roda<br />
abre espaço para polêmicos desdobramentos e chacoalha forte muitos<br />
debates próprios da idade contemporânea, quando os sistemas de informação<br />
computacional modificam a circulação global do conhecimento.<br />
Muito irônico também teria sido se nesse mesmo sistema de registro,<br />
desenvolvido exclusivamente para projetos inventivos, fosse patenteado<br />
uma obra de arte inventiva, o que levantaria muitas outras questões re-