Copyfight: Pirataria & Cultura Livre - Monoskop
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of Intellectual Property<br />
Rights) é um tratado<br />
internacional, integrante<br />
do conjunto<br />
de acordos assinados<br />
em 1994 que encerrou<br />
a Rodada Uruguai e<br />
criou a Organização<br />
Mundial do Comércio.<br />
Também chamado de<br />
Acordo Relativo aos<br />
Aspectos do Direito da<br />
Propriedade Intelectual<br />
Relacionados com o<br />
Comércio (ADPIC).<br />
5. Commoning é a<br />
transformação do<br />
substantivo commons<br />
em verbo. Essa<br />
transformação implica<br />
em dizer que não<br />
existe um “comum”<br />
sem as atividades ou<br />
práticas de “comunar”<br />
ou “compartilhar”, ou<br />
seja (re)produzir o<br />
comum.<br />
Os commons são, ao mesmo tempo, uma estrutura conceitual /<br />
referencial para análises e uma prática social baseada nos princípios<br />
do “commoning 5 ”. Destoando claramente do duopólio Estado-mercado.<br />
Os commons funcionam como um sistema operacional diferente<br />
em termos de comunidades e talvez (esse é o desafio), também para<br />
a sociedade como um todo. Então, aprender, saber mais sobre cada<br />
commons em particular, seja ele baseando em comunidades agrícolas,<br />
bancos de sementes locais ou desenvolvedores de software − e<br />
entender o que eles têm em comum, aprender com os processos de<br />
cercamento, tanto dos silêncios como dos mais famosos − pode nos<br />
ajudar a reconhecer uma maneira de superar os esquemas habituais de<br />
público ou privado, do estatal ou do mercado, ou do individual versus<br />
o coletivo. Identificar e questionar esses dualismos é essencial, porque<br />
não podemos construir novos cenários sem pensar também em que<br />
princípios de governança estes podem estar estruturados.<br />
A base de nossa tese é que os commons e os comuneros nos apresentam<br />
uma prática e um vocabulário útil para escapar do impasse<br />
atual colocado pelas políticas e economias baseadas no fundamentalismo<br />
do mercado, ao oferecer e cultivar alternativas mais humanas,<br />
um paradigma que, mais do que qualquer outro, permite a convergência<br />
dos movimentos sociais.<br />
Os commons nos permitem desenvolver uma nova visão − que incluí<br />
culturas de diferentes origens − que transcende a ideia clássica de<br />
desenvolvimento. A esperança para o futuro reside na capacidade das<br />
pessoas de criar suas próprias formas de compartilhamento (commoning)<br />
em todo o mundo.<br />
entrevIsta<br />
Bruno Tarin e Luiza Cilente<br />
[Luiza] Você acredita que o software livre pode colaborar para a resistência<br />
aos modelos privatizantes das grandes corporações e como na<br />
sua visão o software se relaciona com os commons?<br />
Acho que muitas coisas são importantes, podemos aprender muito<br />
estrategicamente do movimento do software livre, que num primeiro<br />
momento não se preocupou em derrubar as estratégias das corporações,<br />
mas se preocupou em construir aquela tecnologia livre para<br />
pô-la a disposição de todos. Isso é uma coisa que eu acho que libera<br />
energias, é mais importante focar nossas energias nas coisas que podemos<br />
construir conjuntamente do que perdê-la numa luta de Davi<br />
contra Golias.<br />
A segunda coisa é que não se trata, somente, de um assunto tecnológico,<br />
mas sim político. O movimento software livre defende, ao meu<br />
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