Copyfight: Pirataria & Cultura Livre - Monoskop
Copyfight: Pirataria & Cultura Livre - Monoskop
Copyfight: Pirataria & Cultura Livre - Monoskop
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
10. Disponível<br />
em: <br />
11. Disponível em :<br />
<br />
Pela mesma razão que as organizações capitalistas apoiam o software<br />
copyleft, porque representa uma reserva comum de valor de uso<br />
que pode ser aplicada à produção para criar valor de troca e, deste<br />
modo, dinheiro, a produção baseada num commons e, em consequência,<br />
todas as iniciativas de autogestão por trabalhadores, também<br />
podem beneficiar de um recurso comum semelhante de arte copyleft e<br />
podem incorporar os artistas nas suas iniciativas coletivas, partilhando<br />
as receitas que daí advirem.<br />
COPYFARLEFT<br />
Para que o copyleft tenha qualquer potencial revolucionário, ele<br />
tem que ser copyfarleft. Ele deve insistir na necessidade de os trabalhadores<br />
serem os proprietários dos meios de produção.<br />
De modo a alcançar isto, uma licença não deve ter um conjunto único<br />
de termos para todos os seus utilizadores, mas sim regras diferentes<br />
para classes diferentes. Em particular, um conjunto de regras para aqueles<br />
que trabalham no contexto da produção baseada num commons e na<br />
propriedade coletiva dos trabalhadores e outro para aqueles que empregam<br />
propriedade privada e trabalho assalariado na produção.<br />
Uma licença copyfarleft deveria permitir que os produtores partilhassem<br />
livremente e retivessem o valor do produto do seu trabalho.<br />
Por outras palavras, deveria permitir que os trabalhadores ganhassem<br />
dinheiro através da aplicação do seu próprio trabalho a uma propriedade<br />
cooperativa, mas impedir que os donos de propriedade privada<br />
ganhassem dinheiro mediante o recurso a trabalho assalariado.<br />
Deste modo, segundo uma licença copyfarleft um cooperativa tipográfica<br />
detida pelos trabalhadores poderia reproduzir, distribuir e modificar<br />
a reserva comum como quisesse, ao passo que uma companhia<br />
editorial de propriedade privada seria impedida de ter livre acesso a<br />
essa reserva comum.<br />
Uma tendência que tem surgido entre os artistas a favor do copyleft<br />
encontra-se relacionada com isto de algum modo. As licenças copyleft<br />
não comerciais criam dois conjuntos de regras em que os usos “não comerciais”<br />
teoricamente endógenos (oriundos do commons) são autorizados<br />
ao passo que os usos “comerciais” exógenos (com origem fora do<br />
commons) não são autorizados exceto quando os autores originais assim<br />
o permitem. Um exemplo destas licenças é a licença Creative Commons<br />
de uso não comercial e compartilhamento segundo a mesma licença.<br />
Contudo, para que seja possível criar termos endógenos comuns, as<br />
próprias obras devem se encontrar no commons e, desde que os autores<br />
reservem o direito a ganhar dinheiro com ela e impeçam outros produtores<br />
baseados no commons de o fazer, a obra não pode de modo algum<br />
ser considerada como estando no commons. Trata-se de uma obra priva-<br />
175<br />
:(){ <strong>Copyfight</strong> :|: <strong>Pirataria</strong> & <strong>Cultura</strong> <strong>Livre</strong> };: