download da dissertação - voltar - Unesp
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dentro dessas áreas existem diversas sub-áreas dota<strong>da</strong>s de uma especifici<strong>da</strong>de<br />
extrema?<br />
A princípio admite-se que alguém com conhecimento prévio de uma área<br />
poderá sair-se melhor ao tentar escrever sobre ela e fazer-se entender pelos leigos.<br />
No entanto, ain<strong>da</strong> que se admita que o jornalista possa se especializar numa área<br />
bastante específica do conhecimento, nanotecnologia, por exemplo, é questionável<br />
admitir que alguém possa ser considerado especialista em ciências tamanha a<br />
complexi<strong>da</strong>de que essa formação especializa<strong>da</strong> requereria. Talvez, mais do que<br />
saber sobre todos os assuntos, o jornalista necessite saber perguntar sobre eles,<br />
conhecer os métodos mais adequados (busca às fontes, prática do contraditório,<br />
pesquisa sobre o tema) que lhe permitam construir uma versão consistente dos fatos<br />
que pretende narrar. Além disso, um repertório cultural sólido e conhecimentos<br />
básicos de história e filosofia <strong>da</strong>s ciências. Observados esses critérios, mais do que<br />
um especialista em ciência teremos um especialista em praticar o bom jornalismo.<br />
Não cabe, no entanto, criticar a conduta do jornalista de forma dissocia<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />
postura <strong>da</strong>s empresas de mídia que, como aponta Calvo Hernando, atuam com falta<br />
de interesse e sensibili<strong>da</strong>de com relação à importância dos temas científicos.<br />
Embora venha aumentando o espaço reservado às ciências nos grandes jornais ou<br />
revistas semanais do país, podemos dizer que ele ain<strong>da</strong> é limitado. Além disso, é em<br />
grande parte ocupado por material proveniente de agências de notícias ou<br />
publicações estrangeiras, muitas vezes tratando de pesquisas curiosas ou<br />
inusita<strong>da</strong>s. São raros os trabalhos de reportagem cobrindo a pesquisa nacional,<br />
esmiuçando seus contextos e seus desdobramentos. Além disso, os meios de<br />
comunicação nacionais apostam freqüentemente num “modelo de déficit” que parte