01.06.2013 Views

José Garcez Ghirardi - Escola de Direito de São Paulo - Fundação ...

José Garcez Ghirardi - Escola de Direito de São Paulo - Fundação ...

José Garcez Ghirardi - Escola de Direito de São Paulo - Fundação ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

o instante do encontro: questões fundamentais para o ensino jurídico<br />

Essa escolha que funda cada curso, e cada aula <strong>de</strong> cada curso, não<br />

é opcional. Ela não é algo que po<strong>de</strong>mos fazer se estamos interessados<br />

em metodologia e que po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> lado se não estamos. Nós<br />

a fazemos, queiramos ou não. Seguir um mo<strong>de</strong>lo tradicional <strong>de</strong><br />

ensino é uma escolha, assim como é uma escolha recusá-lo ou alterálo.<br />

A continuida<strong>de</strong> ou a<strong>de</strong>são a mo<strong>de</strong>los estabelecidos é exercício <strong>de</strong><br />

uma preferência <strong>de</strong>liberada. Se eu ensino utilizando os mesmos<br />

métodos <strong>de</strong> que meus mestres se serviram há <strong>de</strong>z, vinte ou trinta<br />

anos, é porque <strong>de</strong>sejo que seja assim, porque acredito que não haja<br />

modo melhor <strong>de</strong> ensinar. Mas é uma escolha minha. Não há como<br />

fugir à responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir o que, como e quando ensinar.<br />

É claro que, muitas vezes, a experiência do dia a dia faz com<br />

que essa dimensão <strong>de</strong> escolha <strong>de</strong> cada docente individual possa<br />

parecer inexistente, ou ao menos, que as possibilida<strong>de</strong>s reais <strong>de</strong><br />

escolha sejam bastante reduzidas. Imagine, por exemplo, um professor<br />

no início <strong>de</strong> carreira, ansioso por começar a lecionar. Muitas<br />

vezes, ele será convidado (não raro, <strong>de</strong> última hora) a ministrar<br />

uma disciplina em que se sente pouco à vonta<strong>de</strong>. Ele provavelmente<br />

ficará satisfeito com o convite – afinal, é preciso começar<br />

em algum lugar –, mas também algo inseguro diante da perspectiva<br />

<strong>de</strong> entrar em sala para lecionar um tema que domina menos do que<br />

<strong>de</strong>sejaria. Muitos <strong>de</strong> nós já passamos por situações semelhantes<br />

no início <strong>de</strong> nosso percurso como professores. Sabemos da mistura<br />

<strong>de</strong> contentamento e receio que esses convites nos trazem.<br />

Nesses casos, é comum – e, provavelmente, muito sensato –<br />

utilizarmos o programa e a metodologia daquele que nos prece<strong>de</strong>u.<br />

No mais das vezes não há tempo, nem temos a experiência necessária,<br />

para sugerir mudanças substanciais. “Quem sou para mexer<br />

no programa?”, pensamos. Nessas ocasiões, estamos em geral mais<br />

preocupados em nos familiarizar com os <strong>de</strong>talhes daquilo que<br />

17<br />

[sumário]

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!