dinˆamica dissipativa da transic¸˜ao de desconfinamento - UFRJ
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CAPÍTULO 2. A TRANSIÇÃO DE DESCONFINAMENTO 8<br />
plasma <strong>de</strong> quarks e glúons. Um dos lugares on<strong>de</strong> seria possível a existência <strong>de</strong> tais condições<br />
é o interior <strong>da</strong>s estrelas <strong>de</strong> nêutrons, on<strong>de</strong> acredita-se que possamos encontrar <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
significativamente maiores que a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> nuclear [24]. Normalmente estas estrelas possuem<br />
<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> central <strong>da</strong> or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 4−5 vezes a <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> saturação, chegando a ter 10−15 ve-<br />
zes no caso <strong>de</strong> quarks <strong>de</strong>sconfinados estarem presentes. Outra possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> ocorre na colisão<br />
<strong>de</strong> íons pesados a altas energias, on<strong>de</strong> estados <strong>de</strong> altas temperaturas e <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> energia<br />
po<strong>de</strong>m ser produzidos. Tais colisões têm sido realiza<strong>da</strong>s em experimentos do RHIC-BNL [7]<br />
e em breve serão realiza<strong>da</strong>s também no LHC-CERN a energias ain<strong>da</strong> mais altas. Por último,<br />
temos ain<strong>da</strong> que mo<strong>de</strong>los cosmológicos atuais indicam que frações <strong>de</strong> segundo <strong>de</strong>pois do Big<br />
Bang o universo teria temperaturas comparáveis à energia <strong>de</strong> repouso <strong>de</strong> um nucleon [9]. Em<br />
todos esses casos, nosso interesse está focado na natureza <strong>da</strong> fase <strong>da</strong> matéria hadrônica. Se,<br />
conforme acredita-se, essas situações levam a matéria a um estado <strong>de</strong>sconfinado <strong>de</strong> quarks<br />
e glúons, um ponto que merece atenção especial é a transição <strong>da</strong> fase hadrônica para a<br />
fase <strong>de</strong> plasma. Para tal tem-se <strong>de</strong>dicado esforços tanto teóricos quanto experimentais e<br />
numéricos, os últimos através <strong>de</strong> simulações <strong>de</strong> QCD na re<strong>de</strong> [8]. A simulação na re<strong>de</strong> tem<br />
sido uma ferramenta essencial no estudo <strong>da</strong> QCD como um todo, e em especial na transição<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sconfinamento. Devido ao comportamento <strong>da</strong> constante <strong>de</strong> acoplamento <strong>da</strong> QCD, que<br />
assume valores altos a energias baixas, não é possível usar a teoria <strong>de</strong> perturbação nesta<br />
escala <strong>de</strong> energia, e a re<strong>de</strong> aparece como alternativa para cálculos exatos, fornecendo valores<br />
quantitativos para, por exemplo, temperaturas <strong>de</strong> transição, constantes <strong>de</strong> acoplamento, etc.<br />
Para cálculos em sistemas <strong>de</strong> puro gauge, os resultados são muito bons e consi<strong>de</strong>ravelmente<br />
confiáveis. Quando inclui-se férmions, os resultados já apresentam alguns problemas, mas<br />
ain<strong>da</strong> é possível extrair informações relevantes <strong>da</strong> re<strong>de</strong>. Quando trabalha-se com férmions<br />
com massas próximas aos valores físicos, entretanto, sérios problemas técnicos aparecem e<br />
vários esforços têm sido feitos com o objetivo <strong>de</strong> melhorar esta situação. Os resultados para<br />
puro gauge, porém, têm muito mais utili<strong>da</strong><strong>de</strong> do que um simples exercício acadêmico <strong>de</strong>vido<br />
a um curioso resultado, conhecido como in<strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> sabor. Quando fazemos um gráfico<br />
<strong>da</strong> pressão p normaliza<strong>da</strong> pela pressão <strong>de</strong> gás i<strong>de</strong>al pSB em função <strong>da</strong> temperatura T nor-<br />
maliza<strong>da</strong> pela temperatura crítica Tc, encontramos uma curva praticamente universal para<br />
qualquer número <strong>de</strong> sabores <strong>de</strong> quarks presentes, Nf = 0, 2, 3, 4.... Desta forma, o estudo <strong>de</strong><br />
sistemas <strong>de</strong> puro gauge tem mostrado gran<strong>de</strong> utili<strong>da</strong><strong>de</strong> na compreensão <strong>de</strong> situações mais