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2013 1º Vol Morfologia e função Fasc I.pdf - Biblioteca Digital do IPB ...

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22 Escola Superior Agrária de Bragança -­‐ Botânica para Ciências Agrárias e <strong>do</strong> Ambiente<br />

substitui a epiderme nos caules e raízes com crescimento secundário. O câmbio vascular, a felogene e o meristema<br />

de espessamento secundário são descritos com mais detalhe no capítulo dedica<strong>do</strong> ao caule (vd. Estrutura secundária<br />

<strong>do</strong> caule).<br />

Os meristemas podem diferenciar-­‐se a partir de teci<strong>do</strong>s definitivos, numa posição distinta <strong>do</strong>s meristemas<br />

enumera<strong>do</strong>s no Quadro 4, por exemplo, na base de folhas em muitas plantas estolhosas (com estolhos) ou a partir<br />

de calos. Os calos são proliferações celulares que se produzem em feridas ou cortes; têm origem em células<br />

parenquimatosas que mantiveram a capacidade de se multiplicar em teci<strong>do</strong>s diferencia<strong>do</strong>s (não meristemáticos)<br />

(e.g. células <strong>do</strong>s raios xilémicos, vd. Felogene e riti<strong>do</strong>ma). Estes meristemas “fora <strong>do</strong> lugar” são genericamente<br />

designa<strong>do</strong>s por meristemas adventícios, e, eventualmente, dão origem a órgãos adventícios (e.g. raízes adventícias)<br />

(vd. Quadro 5).<br />

Parênquima<br />

2.2.2. Teci<strong>do</strong>s definitivos simples<br />

O conceito de parênquima reúne to<strong>do</strong>s os teci<strong>do</strong>s pouco<br />

especializa<strong>do</strong>s, tanto de formação primária como secundária, que<br />

enchem os órgãos das plantas. Regra geral constituem-­‐no células de<br />

paredes delgadas, de forma poliédrica, de grandes vacúolos e<br />

abundantes espaços intercelulares. O seu vacúolo pode acumular to<strong>do</strong> o<br />

tipo de secreções, como sejam o ami<strong>do</strong>, cristais de substâncias várias<br />

(sobretu<strong>do</strong> oxalato de cálcio, sílica e carbonato de cálcio), óleos e<br />

taninos (vd. A célula vegetal). Muitos teci<strong>do</strong>s secretores 21 enquadram-­‐se<br />

no conceito parênquima.<br />

O parênquima fundamental ou de preenchimento enche o córtex e a<br />

medula de caules e raízes. O aerênquima é um tipo de parênquima com<br />

abundantes espaços vazios entre as células, comum nas plantas<br />

aquáticas (e.g. a maioria <strong>do</strong>s Ranunculus subgén. Batrachium,<br />

Ranunculaceae) ou anfíbias (e.g. Oryza sativa «arroz» Poaceae), que tem<br />

por <strong>função</strong> o transporte de gases às partes submersas das plantas<br />

Figura 6. Aerêquima. Aerênquima <strong>do</strong><br />

pecíolo de Nuphar luteum<br />

(Nymphaeaceae) «nenúfar-­‐amarelo»;<br />

n.b. <strong>do</strong>is escleritos (Deysson, 1965).<br />

(Figura 6). O parênquima com células fotossintéticas, tão frequentes no mesofilo das folhas e próximo da superfície<br />

<strong>do</strong>s caules primários, designa-­‐se por clorênquima (= parênquima clorofilino). Reconhecem-­‐se <strong>do</strong>is tipos de<br />

clorênquima: em paliçada (com células alongadas, compactadas) ou lacunoso (com grandes espaços intercelulares).<br />

O parênquima de reserva, por exemplo das raízes e caules tuberosos e das sementes, pode ser amiláceo, inulífero,<br />

oleaginoso ou sacarino consoante o tipo de reserva. Os catos e outras plantas xeromórficas 22 acumulam água num<br />

parênquima aquífero. O parênquima é o teci<strong>do</strong> base das partes edíveis (= comestíveis) <strong>do</strong>s frutos. O parênquima<br />

lenhoso tem um papel determinante na estrutura e funcionamento <strong>do</strong> lenho (vd. Estrutura secundária <strong>do</strong> caule).<br />

Embora a firmeza das plantas se deva, em grande parte, aos teci<strong>do</strong>s vasculares e aos teci<strong>do</strong>s de suporte<br />

(colênquima e esclerênquima), a células <strong>do</strong> parênquima quan<strong>do</strong> túrgidas têm também aqui um papel relevante. As<br />

plantas herbáceas murcham se os teci<strong>do</strong>s parenquimatosos perdem turgidez. A divisão celular de algumas células<br />

parenquimatosas com capacidade meristemática é reativada, por exemplo, após traumatismo (e.g. rotura de um<br />

ramo), com a diferenciação de um calo (vd. Felogene e riti<strong>do</strong>ma).<br />

No en<strong>do</strong>sperma, no contacto entre teci<strong>do</strong>s esporofíticos e gametofíticos ou nas terminações <strong>do</strong>s feixes<br />

vasculares <strong>do</strong>s frutos em desenvolvimento, folhas, nectários ou glândulas, por exemplo, observam-­‐se células<br />

especializadas, geralmente de tipo parenquimatoso, caracterizadas pela presença de invaginações na parede celular<br />

forradas pela membrana plasmática, que aumentam a relação superfície/volume das células. Estas células, ditas<br />

células de transferência, têm a <strong>função</strong> de facilitar o movimento de açúcares e aminoáci<strong>do</strong>s entre os espaços<br />

21<br />

Os teci<strong>do</strong>s secretores não são aborda<strong>do</strong>s neste texto. Remetem-­‐se os interessa<strong>do</strong>s no tema para a obra de (Moreira, Histologia<br />

Vegetal, 1983).<br />

22<br />

Com adaptações morfológicas à secura edáfica (<strong>do</strong> solo):

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