13.06.2013 Views

2013 1º Vol Morfologia e função Fasc I.pdf - Biblioteca Digital do IPB ...

2013 1º Vol Morfologia e função Fasc I.pdf - Biblioteca Digital do IPB ...

2013 1º Vol Morfologia e função Fasc I.pdf - Biblioteca Digital do IPB ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

42 Escola Superior Agrária de Bragança -­‐ Botânica para Ciências Agrárias e <strong>do</strong> Ambiente<br />

fundamental na seletividade <strong>do</strong>s processos de absorção ocorri<strong>do</strong>s na<br />

raiz. Não surpreende, por isso, que seja funcional pouco abaixo <strong>do</strong><br />

ápice radicular, na zona pilífera (vd. <strong>Morfologia</strong> da extremidade<br />

radicular e ramificação). No córtex de muitas espécies, sobretu<strong>do</strong><br />

entre as monocotiledóneas, sobressai pela sua regularidade uma<br />

camada simples de células imediatamente abaixo da epiderme, uma<br />

hipoderme (vd. Epiderme). As paredes celulares da hipoderme podem<br />

apresentar bandas de Caspary a reforçar a seletividade radicular,<br />

toman<strong>do</strong> então o nome de exoderme (Schreiber & Franke, 2011).<br />

Cilindro central<br />

O cilindro central é delimita<strong>do</strong> exteriormente por uma camada<br />

geralmente unisseriada (unicelular) de células, o periciclo (Esau, 1977).<br />

Segue-­‐se-­‐lhe um cilindro vascular e, no centro da raiz, uma massa de<br />

células parenquimatosas ou esclerenquimatosas, a medula (Figura 17).<br />

O periciclo progride encrava<strong>do</strong> entre a en<strong>do</strong>derme e os teci<strong>do</strong>s<br />

vasculares. É constituí<strong>do</strong> por células com paredes espessadas,<br />

compactas, sem espaços intercelulares que mantêm capacidade<br />

meristemática até eventualmente serem destruídas pelo crescimento<br />

secundário. As raízes laterais diferenciam-­‐se no periciclo. Geralmente,<br />

o câmbio vascular e a primeira felogene têm também origem nas<br />

células <strong>do</strong> periciclo (vd. Estrutura secundária). Embora característico da<br />

raiz, em algumas espécies estende-­‐se até ao caule primário (Esau,<br />

1977).<br />

Em cortes histológicos transversais a vascularização primária da raiz<br />

mostra a seguinte estrutura básica (Figura 17): i) feixes radiais (=<br />

alternos) fecha<strong>do</strong>s – i.e. feixes alternantes de floema e xilema,<br />

separa<strong>do</strong>s por camadas estreitas de parênquima (parênquima<br />

vascular) ou esclerênquima, sem câmbio vascular, regra geral<br />

concentra<strong>do</strong>s na periferia <strong>do</strong> cilindro central; ii) feixes de xilema<br />

radialmente alonga<strong>do</strong>s forman<strong>do</strong> como que uma estrela.<br />

Consoante o número de pólos vasculares (pontos da periferia <strong>do</strong><br />

cilindro central a partir <strong>do</strong>s quais se formam teci<strong>do</strong>s vasculares) as<br />

raízes primárias dizem-­‐se diarcas, triarcas, tetrarcas (Figura 17 A) ou<br />

poliarcas. Geralmente, as raízes das dicotiledóneas s.l. são di, tri ou tetrarcas e as das monocotiledóneas poliarcas<br />

(Figura 17 B). As monocotiledóneas também podem apresentar um grande vaso lenhoso no centro da raiz. A<br />

diferenciação <strong>do</strong> xilema primário é centrípeta: primeiro diferencia-­‐se o protoxilema numa posição mais exterior, na<br />

vizinhança <strong>do</strong> periciclo; os elementos <strong>do</strong> metaxilema são de maior diâmetro, mais espessos (de espessamento<br />

reticula<strong>do</strong> ou pontua<strong>do</strong>) e ficam reti<strong>do</strong>s no interior <strong>do</strong> cilindro vascular (Figura 17). A diferenciação <strong>do</strong> xilema<br />

primário caulinar (e <strong>do</strong> xilema secundário quer no caule quer na raiz), pelo contrário, faz-­‐se de dentro para fora: é<br />

centrífuga. Diz-­‐se, por isso, que o xilema primário radicular é exarco, e o xilema primário caulinar endarco.<br />

A estrutura <strong>do</strong> floema primário é variável: pode resumir-­‐se a uns quantos tubos crivosos, ou envolver teci<strong>do</strong>s de<br />

suporte. A diferenciação o floema segue o mesmo padrão: o protofloema tem uma posição mais externa <strong>do</strong> que o<br />

metafloema, mas ao contrário <strong>do</strong> protoxilema e <strong>do</strong> metaxilema são difíceis de distinguir em cortes histológicos.<br />

<strong>Morfologia</strong> da extremidade radicular e ramificação<br />

Figura 17. Anatomia da raiz primária (corte<br />

transversal <strong>do</strong> cilindro central). A) Cilindro<br />

central de uma dicotiledónea – raiz tetrarca<br />

de Vicia faba (Fabaceae) «faveira» – a,<br />

córtex; b, en<strong>do</strong>derme (com grânulos de<br />

ami<strong>do</strong>); c, periciclo; d, fibras de<br />

esclerênquima; f, metaxilema; g, periciclo; h,<br />

xilema; i, floema. B) Cilindro central de uma<br />

monocotiledónea – raiz poliarca de Iris<br />

germanica (Iridaceae) «lírio» – a,<br />

en<strong>do</strong>derme com bandas de Caspary em U; b,<br />

células de passagem (de frente ao xilema); c,<br />

periciclo; d, xilema; f, floema; g, medula<br />

esclerificada (Belzung, 1900).<br />

As raízes recém-­‐formadas são delgadas e frágeis. Imediatamente atrás <strong>do</strong> ápice radicular situa-­‐se uma curta zona<br />

de alongamento, e logo a seguir a zona pilífera com não mais de um centímetro de comprimento (Figura 18). As<br />

células da raiz multiplicam-­‐se no meristema apical, e expandem-­‐se e diferenciam-­‐se nos vários teci<strong>do</strong>s que<br />

compõem a raiz na zona de alongamento. As células recém-­‐formadas alongam-­‐se mais de dez vezes empurran<strong>do</strong><br />

A<br />

B

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!