2013 1º Vol Morfologia e função Fasc I.pdf - Biblioteca Digital do IPB ...
2013 1º Vol Morfologia e função Fasc I.pdf - Biblioteca Digital do IPB ...
2013 1º Vol Morfologia e função Fasc I.pdf - Biblioteca Digital do IPB ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
28 Escola Superior Agrária de Bragança -‐ Botânica para Ciências Agrárias e <strong>do</strong> Ambiente<br />
Livre Vocábulo usa<strong>do</strong> para designar partes não concrescentes, nem aderentes; e.g. carpelos livres de um<br />
gineceu apocárpico<br />
Proximal (= anterior<br />
ou adaxial)<br />
Distal (= posterior<br />
ou abaxial)<br />
<strong>Vol</strong>ume e superfície nas plantas<br />
As plantas, e to<strong>do</strong>s os seres vivos que povoam o planeta Terra, são máquinas biológicas, e como tal sujeitas à<br />
segunda lei da termodinâmica: para crescerem, reproduzirem-‐se ou, simplesmente, para permanecerem vivas,<br />
consomem e dissipam energia. A interrupção <strong>do</strong> consumo de energia acarreta a desorganização das células e a<br />
morte <strong>do</strong>s indivíduos. A energia consumida pelas plantas provém diretamente da luz visível emitida pelo sol<br />
capturada pela clorofila 26 . As plantas são pouco eficientes na conversão da radiação solar em energia química (ATP) e<br />
poder redutor (NADPH) através da fotossíntese. Por outro la<strong>do</strong>, o dióxi<strong>do</strong> de carbono, o principal nutriente<br />
carbona<strong>do</strong> das plantas, ocorre em concentrações muito baixas no ar. Consequentemente, a evolução da parte aérea<br />
das plantas foi pressionada no senti<strong>do</strong> de um aumento da superfície em detrimento <strong>do</strong> volume. O sistema radicular<br />
foi sujeito a uma pressão evolutiva análoga porque a solução <strong>do</strong> solo é muito diluída. A captura de nutrientes,<br />
sobretu<strong>do</strong> <strong>do</strong>s nutrientes de menor mobilidade (e.g. fósforo), depende da exploração de um grande volume de solo<br />
através de uma fina e extensa rede de raízes.<br />
O aumento da relação área/volume nas plantas fez-‐se à custa de folhas laminares, e de raízes e caules de<br />
pequeno diâmetro. Como se acabou de referir, esta tendência evolutiva é uma consequência direta <strong>do</strong> facto das<br />
plantas serem seres fototróficos que concentram compostos inorgânicos a partir de soluções gasosas (ar) ou aquosas<br />
(regra geral água <strong>do</strong> solo) muito diluídas. F. Hallé (Hallé, 2002) estima que a superfície externa da parte aérea de<br />
uma árvore com 40 m de altura possa ultrapassar 1 ha. A superfície das raízes é ainda maior. A relação superfície da<br />
parte área/superfície da parte subterrânea é muito variável. (Hallé, 2002) refere um valor meramente indicativo de<br />
1:130. Portanto, a superfície externa das raízes de uma planta com 40 m de altura pode atingir os 130 ha!<br />
26 Secundariamente sem clorofila e heterotróficas (plantas parasitas e plantas saprófitas). Secundariamente porque os ancestrais<br />
das plantas heterotróficas eram foto-‐autotróficos.<br />
Diz-‐se da parte de um órgão que está mais próxima <strong>do</strong> eixo ou <strong>do</strong> ponto onde se insere; e.g. o<br />
pecíolo corresponde à parte proximal da folha<br />
O inverso de proximal; e.g. o ápice da folha corresponde à parte distal da folha e o estigma tem<br />
uma posição distal no pistilo<br />
Segmento Partes em que um to<strong>do</strong> se divide; e.g. segmento de folha secta<br />
Adventício Vocábulo usa<strong>do</strong> para coadjuvar a designação de órgãos situa<strong>do</strong>s posições atípicas; e.g. raízes de<br />
origem caulinar (= raízes adventícias)<br />
Deiscência Processo ou mecanismo natural mediante o qual um fruto, uma antera ou um esporângio, entre<br />
outros órgãos, abrem espontaneamente e libertam para o exterior o respectivo conteú<strong>do</strong><br />
Biologia da<br />
evolução<br />
Adaptação Carácter morfológico ou funcional, produzi<strong>do</strong> por seleção natural, que incrementa a probabilidade<br />
de sucesso reprodutivo <strong>do</strong>s indivíduos porta<strong>do</strong>res no seu ambiente natural; por consequência, um<br />
indivíduo diz-‐se adapta<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> a sua forma, fisiologia e comportamento (nos animais) lhe<br />
conferem uma elevada probabilidade de sobrevivência e reprodução em condições naturais<br />
Metamorfose Conjunto das modificações morfológicas ocorridas numa planta, no decurso da sua história<br />
evolutiva, à escala <strong>do</strong> corpo (e.g. corpo das plantas aquáticas flutuantes <strong>do</strong> género Lemna<br />
[Araceae]) ou <strong>do</strong> órgão (e.g. folhas de proteção <strong>do</strong>s gomos). As metamorfoses adaptativas<br />
conferem vantagens reprodutivas aos indivíduos; algumas metamorfoses representam adaptações<br />
a ambientes <strong>do</strong> passa<strong>do</strong> e não evidenciam uma <strong>função</strong> clara no presente; outras metamorfoses são<br />
exaptações, desempenham atualmente uma <strong>função</strong> distinta daquela sob cuja influência evoluíram<br />
(Gould & Vrba, 1982).