14.06.2013 Views

Mestrado em Direito O ESTATUTO JURÍDICO DO EMBRIÃO ...

Mestrado em Direito O ESTATUTO JURÍDICO DO EMBRIÃO ...

Mestrado em Direito O ESTATUTO JURÍDICO DO EMBRIÃO ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

na concretização do projeto parental, neste sentido, o it<strong>em</strong> 7.3 da Convenção de Cairo versa<br />

que:<br />

20<br />

“Os direitos reprodutivos abrang<strong>em</strong> certos direitos humanos já<br />

reconhecidos nas leis nacionais, nos documentos internacionais<br />

sobre direitos humanos e <strong>em</strong> outros documentos pertinentes das<br />

Nações Unidas aprovados por consenso. Esses direitos baseiamse<br />

no reconhecimento do direito básico de todos os casais e<br />

indivíduos a decidir livre e responsavelmente o número de filhos<br />

e o intervalo entre eles, a dispor da informação e dos meios para<br />

tal e o direito de alcançar o nível mais elevado de saúde sexual e<br />

reprodutiva. Inclui também o direito a tomar decisões referentes<br />

à reprodução s<strong>em</strong> sofrer discriminação, coações n<strong>em</strong> violência,<br />

conforme estabelecido nos documentos dos direitos humanos.<br />

No exercício deste direito, os casais e os indivíduos dev<strong>em</strong> levar<br />

<strong>em</strong> consideração as necessidades de seus filhos já nascidos e<br />

futuros e suas obrigações com a comunidade. A promoção do<br />

exercício responsável desses direitos de todos deve ser a base<br />

primordial das políticas e programas estatais e comunitários no<br />

âmbito da saúde reprodutiva incluindo o planejamento familiar”.<br />

Dessa forma ficam estabelecidos importantes princípios éticos acerca dos direitos<br />

reprodutivos 22 que pressupõe não somente prestações, mas também os deveres inerentes ao<br />

exercício destes direitos, dentre os quais t<strong>em</strong>os o exercício de se procriar com<br />

responsabilidade, estabelecido <strong>em</strong> nossa Carta Magna.<br />

O planejamento familiar é reconhecido na Constituição Federal brasileira no<br />

dispositivo 226, parágrafo 7º que estabelece:<br />

“Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da<br />

paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão<br />

do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais<br />

e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer<br />

forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas”<br />

O referido dispositivo reconhece a importância da atuação estatal no planejamento<br />

familiar, tendo esta dupla função: a primeira, preventiva, no que se refere à informação, ao<br />

ensino, à educação das pessoas a respeito dos métodos, dos recursos e técnicas para o<br />

exercício dos direitos reprodutivos e sexuais; a segunda, promocional, no sentido de <strong>em</strong>pregar<br />

recursos e conhecimentos científicos para que as pessoas possam exercer seus direitos<br />

reprodutivos e sexuais, uma vez informados e educados a respeito das opções e mecanismos<br />

possíveis 23 .<br />

22 PIOVESAM, Flávia. T<strong>em</strong>as de <strong>Direito</strong>s Humanos. São Paulo: Ed. Max Limonad,1998, p.174. Para a autora<br />

os direitos reprodutivos abrang<strong>em</strong> o planejamento familiar, posição da qual compartilhamos.<br />

23 GAMA, Guilherme Calmon Nogueira da. A nova filiação: o biodireito e as relações parentais – o<br />

estabelecimento da parentalidade-filiação e os efeitos jurídicos da reprodução assistida heteróloga. Rio de<br />

Janeiro: Renovar, 2003, p.448.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!