Arte, Artistas e Arteiros - MultiRio
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Ser mímico é um exercício de<br />
liberdade e amor, é uma forma de<br />
tornar o mundo possível.<br />
Jiddu Saldanha<br />
A mímica nos permite viver experiências de<br />
descoberta e redescoberta das coisas do<br />
mundo, por meio da interpretação do gesto,<br />
presente também na habilidade dos desenhistas,<br />
dos pintores e dos escultores, nos<br />
movimentos dos bailarinos, na interpretação<br />
dos músicos e dos cantores e na atuação de<br />
muitos atores, como humoristas e palhaços.<br />
Então, o palhaço também é um mímico?<br />
Nos circos europeus, o palhaço sempre<br />
usou mais a mímica do que a palavra para<br />
estabelecer a comunicação com as plateias.<br />
O trabalho itinerante circense, por lugares<br />
e culturas diferentes, tinha na arte do<br />
gesto uma aliada, quebrando a barreira<br />
dos idiomas.<br />
As imagens brincantes dos personagens<br />
do circo nos remetem a um mundo de magia,<br />
no qual a alegria dos palhaços, a flexibilidade<br />
dos acrobatas e o mistério que<br />
envolve os mágicos prescindem da palavra<br />
em favor do gesto e da música.<br />
O russo Marc Chagall era um apaixonado<br />
pela vida circense e seu mundo fantástico.<br />
O pintor, como o circo, tinha uma vida nômade,<br />
pois morou em diferentes lugares.<br />
Na primeira metade do século XX, Chagall<br />
realizou uma obra que contava histórias<br />
mágicas, nas quais o lúdico, o imaginativo<br />
e a fantasia envolviam os personagens, que<br />
se vestiam de cor e mistério.<br />
Suas pinturas sobre o circo apresentam a<br />
poética circense com simplicidade temática,<br />
magia e musicalidade.<br />
281 . Palhaço. 282 . Marc Chagall. O Cavalo de Circo, 1964.<br />
MARC CHAGALL<br />
(Vitebsk, 1887 – Saint-Paul de Vence, 1985)<br />
Pintor, ilustrador, gravurista e cenógrafo russo, criou um mundo de fábula e fantasia com formas geometrizadas<br />
e cores intensas a partir de lembranças e sentimentos de sua infância. Viveu na fervilhante Paris do início do<br />
século XX, quando absorveu a cor do Fauvismo e a decomposição das formas do Cubismo, recriando imagens da<br />
cultura popular russa e da tradição judaica, em um espaço imaginário por onde se movem músicos, saltimbancos,<br />
animais e temas bíblicos.<br />
283 . Página à esquerda: Marc Chagall. Dança, 1950-1952 (detalhe).<br />
Pensar para brincar<br />
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