29.06.2013 Views

construcción de ciudadanía en entornos de desigualda1

construcción de ciudadanía en entornos de desigualda1

construcción de ciudadanía en entornos de desigualda1

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

exercício do po<strong>de</strong>r, que inscrevam as novas relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r na ossatura<br />

organizacional do estado.<br />

À essas duas dim<strong>en</strong>sões da esfera pública <strong>de</strong>mocrática <strong>de</strong>veríamos<br />

acresc<strong>en</strong>tar a inovação social, <strong>en</strong>t<strong>en</strong>dida como a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transformação<br />

<strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong>, a partir <strong>de</strong> assumir suas próprias necessida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong><br />

modificar suas estruturas para incorporar novas soluções tecnológicas (Tobar,<br />

2000:130) 80 .<br />

No contexto <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>mocrática, a dim<strong>en</strong>são da<br />

inovação social diz respeito, à transformação das estruturas <strong>de</strong> gestão pública,<br />

no s<strong>en</strong>tido <strong>de</strong> abrir o Estado a processos <strong>de</strong> co-gestão pública, estatal e não<br />

estatal, como forma <strong>de</strong> inclusão dos interesses dominados na esfera pública,<br />

para além da forma tradicional <strong>de</strong> repres<strong>en</strong>tação (G<strong>en</strong>ro,1997:14). A geração<br />

<strong>de</strong> re<strong>de</strong>s associativas como formato predominante na estruturação da esfera<br />

pública <strong>de</strong>mocratizada vem requerer uma nova tecnologia ger<strong>en</strong>cial capaz <strong>de</strong><br />

gerar processos sinérgicos <strong>en</strong>tre as instituições estatais <strong>de</strong>mocratizadas e as<br />

organizações da socieda<strong>de</strong> que, por se basearem no alcance <strong>de</strong> b<strong>en</strong>s públicos<br />

por meio das relações voluntárias <strong>de</strong> cooperação, geram maior capital social<br />

(Fleury, 2002) 81 .<br />

4.3 – A discussão sobre governabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>mocrática não foi capaz <strong>de</strong><br />

transc<strong>en</strong><strong>de</strong>r os limites do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocracia repres<strong>en</strong>tativa, apesar <strong>de</strong> sua<br />

<strong>de</strong>monstrada incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produzir condições para a inclusão social, em<br />

<strong>en</strong>tornos <strong>de</strong> alta iniquida<strong>de</strong>. A existência <strong>de</strong> zonas on<strong>de</strong> a legalida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>mocrática inexiste, portanto, imunes ao Estado, sempre existiu em todas as<br />

<strong>de</strong>mocracias. A persistência secular do âmbito da empresa e da família como<br />

domínios privados, on<strong>de</strong> a autorida<strong>de</strong> Estatal estava aus<strong>en</strong>te, fez parte da<br />

construção das <strong>de</strong>mocracias consolidadas, s<strong>en</strong>do espaços <strong>de</strong> muito rec<strong>en</strong>tes<br />

processos <strong>de</strong> publicização.<br />

No <strong>en</strong>tanto, a ausência da autorida<strong>de</strong> pública atinge dim<strong>en</strong>sões crônicas na<br />

América Latina, seja como parte dos mecanismos <strong>de</strong> exclusão social, seja<br />

como conseqüência do crescim<strong>en</strong>to da violência urbana em<br />

regiões/populações <strong>de</strong>serdadas pela política pública. Rec<strong>en</strong>tem<strong>en</strong>te, o<br />

crescim<strong>en</strong>to da pres<strong>en</strong>ça <strong>de</strong> organismos financeiros internacionais e sua lógica<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>en</strong>volvim<strong>en</strong>to <strong>de</strong> projetos por substituição às políticas públicas, tem<br />

ac<strong>en</strong>tuado o f<strong>en</strong>ôm<strong>en</strong>o <strong>de</strong> crescim<strong>en</strong>to <strong>de</strong> uma institucionalida<strong>de</strong> e burocracia<br />

em paralelo aos órgãos estatais, reduzindo a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> articulação e<br />

implem<strong>en</strong>tação <strong>de</strong> uma lógica comum e sabotando a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

institucionalizar a autorida<strong>de</strong> pública, especialm<strong>en</strong>te em países com déficits<br />

agudos <strong>de</strong> estatalida<strong>de</strong>.<br />

A t<strong>en</strong>tativa <strong>de</strong> introduzir procedim<strong>en</strong>tos <strong>de</strong>liberativos tem sido vista como capaz<br />

<strong>de</strong> at<strong>en</strong>uar a <strong>en</strong>orme disparida<strong>de</strong> regional na distribuição dos recursos, que<br />

terminaria s<strong>en</strong>do reificada por meio da <strong>de</strong>mocracia repres<strong>en</strong>tativa, po<strong>de</strong>ndo<br />

80<br />

Tobar, F. e Pardo, CF.(2000). Organizaciones Solidarias - Gestión e Innovación <strong>en</strong> el Tercer<br />

Sector. Lugar Editorial, Bu<strong>en</strong>os Aires<br />

81<br />

Fleury, Sonia. (2002) – “El Desafio <strong>de</strong> la Gestión <strong>de</strong> las Re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Política” in Instituciones y<br />

Desarrollo, no.12-13, Deciembre. Barcelona<br />

29

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!