29.06.2013 Views

construcción de ciudadanía en entornos de desigualda1

construcción de ciudadanía en entornos de desigualda1

construcción de ciudadanía en entornos de desigualda1

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

analisando as evidências das investigações sobre a relação <strong>en</strong>tre estes dois<br />

f<strong>en</strong>ôm<strong>en</strong>os: “Se todos os estudos comparativos são vistos em conjunto, a<br />

hipótese <strong>de</strong> que não há uma clara relação <strong>en</strong>tre o crescim<strong>en</strong>to econômico e a<br />

<strong>de</strong>mocracia em qualquer direção se mantem extremam<strong>en</strong>te plausível”. 16<br />

Uma boa parte dos analistas atribuem à fragilida<strong>de</strong> da arquitetura políticoinstitucional<br />

- em especial a ausência do Estado <strong>de</strong> Direito e as <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong>s do<br />

sistema partidário e o funcionami<strong>en</strong>to precário do parlam<strong>en</strong>to - o déficit que<br />

ameaça a gobernabilida<strong>de</strong> na região. Para estes autores a governabilida<strong>de</strong> é<br />

uma <strong>de</strong>corrência da institucionalização da <strong>de</strong>mocracia.<br />

A i<strong>de</strong>ntificação da <strong>de</strong>mocracia como o estado <strong>de</strong>mocrático <strong>de</strong> direito –<br />

<strong>de</strong>mocratic rule of law – é <strong>de</strong>f<strong>en</strong>dida por O’Donnell (2001:69): “La <strong>de</strong>mocracia no<br />

es tan solo un régim<strong>en</strong> <strong>de</strong>mocrático, sino también un modo particular <strong>de</strong> relación<br />

<strong>en</strong>tre estado y ciudadanos, y <strong>en</strong>tre los proprios ciudadanos, bajo un tipo <strong>de</strong><br />

estado <strong>de</strong> <strong>de</strong>recho que, junto con la <strong>ciudadanía</strong> política, sosti<strong>en</strong>e la <strong>ciudadanía</strong><br />

civil y una red completa <strong>de</strong> r<strong>en</strong>dición <strong>de</strong> cu<strong>en</strong>tas”. 17<br />

Os direitos civis e os direitos políticos seriam o principal apoio do pluralismo,<br />

além <strong>de</strong> serem uma con<strong>de</strong>nsação <strong>de</strong> relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r dos indivíduos e<br />

associações. Portanto, sua ext<strong>en</strong>são a todos os cidadãos na vigência do Estado<br />

<strong>de</strong> Direito, completada com as condições <strong>de</strong> r<strong>en</strong>dição <strong>de</strong> contas do exercício do<br />

po<strong>de</strong>r seriam as condições para consi<strong>de</strong>rar os indivíduos como sujeitos jurídicos,<br />

ou cidadãos, portadores <strong>de</strong> direitos e <strong>de</strong>veres <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> seu pert<strong>en</strong>ecim<strong>en</strong>to<br />

político, s<strong>en</strong>do-lhes atribuída autonomia pessoal e responsabilida<strong>de</strong> por suas<br />

ações.<br />

O coração da <strong>de</strong>mocracia residiria na ext<strong>en</strong>são dos direitos civis e na efetivida<strong>de</strong><br />

da legalida<strong>de</strong> estatal em difundir-se igualm<strong>en</strong>te sobre o território nacional. Para<br />

O’Donnell (2002) 18 , em muitas das <strong>de</strong>mocracias latino-americanas persistem<br />

áreas “marrons”, às quais a legalida<strong>de</strong> do estado não chega a alcança,<br />

prevalec<strong>en</strong>do ai relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r personalistas, patrimoniais e mafiosas.<br />

Nestes casos, o Estado seria territorialm<strong>en</strong>te evanesc<strong>en</strong>te e as burocracias<br />

colonizadas por interesses privados.<br />

Finalm<strong>en</strong>te, alguns autores apontam a persistência <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo econômico<br />

exclu<strong>de</strong>nte, com índices calamitosos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> e exclusão, como o fator<br />

c<strong>en</strong>tral para a fragilização das instituições <strong>de</strong>mocráticas, cuja sust<strong>en</strong>tabilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>veria basear-se em um nivel mínimo <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> <strong>en</strong>tre os cidadãos.<br />

À incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r às <strong>de</strong>mandas sociais emerg<strong>en</strong>tes com o processo<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>mocratização vêm somar-se medidas cada vez mais restritivas, que<br />

alteram o padrão <strong>de</strong> b<strong>en</strong>efícios sociais anteriorm<strong>en</strong>te exist<strong>en</strong>te, subordinando-o<br />

à uma lógica lucrativa, com a exclusão <strong>de</strong> parcelas cada vez maiores da<br />

população das condições <strong>de</strong> trabalho formal e das garantias sociais.<br />

16<br />

S<strong>en</strong>, Amartya (1999) . “Democracy as a Universal Value”. Journal of Democracy 10 (3): 3-17<br />

citado por Altman, D. 2001<br />

17<br />

O’Donnell, Guillermo (2001). “La Irr<strong>en</strong>unciabilidad <strong>de</strong>l Estado <strong>de</strong> Derecho” in Instituciones y<br />

Desarrollo, 8/9, Mayo. Instituto Internacional <strong>de</strong> Gobernabilidad. Barcelona<br />

18<br />

O’ Donnell, Guillermo (2002). “Notes on the State of Democracy in Latin America”. UNDP<br />

7

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!