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educação on-line, moodle e suas possibilidades educacionais

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INTRODUÇÃO<br />

EDUCAÇÃO ON-LINE, MOODLE<br />

E SUAS POSSIBILIDADES EDUCACIONAIS<br />

Roure Santos Ribeiro 1<br />

O Moodle surgiu da necessidade de enriquecer aulas presenciais,<br />

proporci<strong>on</strong>ando uma dinâmica sedutora e empolgante para os alunos em horários<br />

livres, propenso a não perder de vista a qualidade do processo. Atualmente, as<br />

propostas para o uso deste software adquiriram outras dimensões, indo além da<br />

complementação de uma disciplina, e passando a exercer o gerenciamento de<br />

cursos inteiros, semipresenciais ou totalmente à distância.<br />

Em várias Instituições, a utilização do Moodle sustenta-se pedagogicamente<br />

na própria filosofia inspirado pelo seu criador e adotado pelo software, o<br />

Socioc<strong>on</strong>struci<strong>on</strong>ismo. Assim, esse Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA)<br />

defende uma proposta de c<strong>on</strong>strução compartilhada do c<strong>on</strong>hecimento, na mesma<br />

medida que possibilita a socialização de seus participantes através de uma<br />

realidade <strong>on</strong>de o c<strong>on</strong>tato físico é nulo. Neste caso, para o entendimento desta<br />

filosofia haverá a necessidade de compreender outras duas abordagens que servem<br />

de suporte para esta perspectiva tecnológica, o C<strong>on</strong>strutivismo piagetiano e o<br />

C<strong>on</strong>struci<strong>on</strong>ismo papertiano que às vezes, geram uma grande c<strong>on</strong>fusão c<strong>on</strong>ceitual.<br />

Esta análise direci<strong>on</strong>a-se para o c<strong>on</strong>texto virtual, numa relação não presencial,<br />

<strong>on</strong>de as mediações ac<strong>on</strong>tecem através de máquinas inteligentes interligadas em<br />

redes.<br />

Entretanto, para a compreensão da aplicação pedagógica do Moodle é<br />

imprescindível um estudo da c<strong>on</strong>cepção de <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g> <strong>on</strong>-<strong>line</strong> e seus de<strong>line</strong>amentos,<br />

relaci<strong>on</strong>ando esta modalidade com sua aplicabilidade tecnológica, observando os<br />

principais p<strong>on</strong>tos c<strong>on</strong>stituintes e colaborativos para o desenvolvimento de uma<br />

aprendizagem com suporte na Internet. Esses ambientes virtuais referem-se a um<br />

espaço cibernético de aprendizagem disp<strong>on</strong>ibilizado pelas tecnologias da<br />

informática, permitindo o uso de ferramentas virtuais administradas para fins<br />

educaci<strong>on</strong>ais e se apresentam ao mesmo tempo, como um espaço de interação<br />

social entre os diferentes agentes educativos. Desta forma, “[...] o c<strong>on</strong>hecimento é<br />

c<strong>on</strong>struído nas interações entre sujeito e meio, dependendo dos dois ao mesmo<br />

tempo”. (ALMEIDA, 2003).<br />

Mesmo havendo bastante resistência, principalmente em comunidades<br />

acadêmicas que defendem a presença física do professor no processo ensinoaprendizagem,<br />

não é de hoje que a aplicação de um sistema de ensino <strong>on</strong>-<strong>line</strong> é<br />

vista como uma modalidade alternativa e promissora para a <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g>, alcançando<br />

grupos da sociedade que de alguma forma, estão impossibilitados de sua presença<br />

física regular em uma sala de aula.<br />

1 Graduado em Comunicação Social - UFMA, Especialista em Docência Superior – UFMA, Especialista<br />

em Práticas Pedagógicas Inovadoras e Educação Inclusiva – UEMA, Aluno do Programa de Mestrado<br />

em Educação. Email: roure_ma@hotmail.com<br />

Ciências Humanas em Revista, v.7, n.2, São Luis/MA, 2009 - ISSN 1678-81


Desta forma, o presente estudo pretende primeiramente compreender a<br />

definição de <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g> <strong>on</strong>-<strong>line</strong> e <strong>suas</strong> classificações. Em seguida, investigará as<br />

origens inspiradoras e educaci<strong>on</strong>ais dos Ambientes Virtuais de Aprendizagens e o<br />

Moodle, relaci<strong>on</strong>ando-os com a sua evolução e sua utilização no meio educaci<strong>on</strong>al.<br />

Averiguam-se ainda as abordagens que norteiam esse ambiente, fazendo um breve<br />

entendimento sobre elas e avaliando <strong>suas</strong> aplicabilidades no ensino <strong>on</strong>-<strong>line</strong>. Por<br />

fim, realiza uma analise pessoal sobre a colaboração de ambientes como o Moodle<br />

para <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g> <strong>on</strong>-<strong>line</strong>, analisando <strong>suas</strong> <strong>possibilidades</strong> para um processo<br />

educaci<strong>on</strong>al de qualidade.<br />

Assim, o estudo tem a pretensão de oferecer aos profissi<strong>on</strong>ais envolvidos na<br />

área da Educação a Distância, subsídios para reflexões sobre o uso Moodle,<br />

incentivando pesquisas direci<strong>on</strong>adas para a sua aplicação metodológica, além de<br />

suporte para análises de outros Ambientes Virtuais de Aprendizagem.<br />

COMPREENDENDO A EDUCAÇÃO ON-LINE<br />

Atualmente, acompanhando a crescente influência dos computadores na<br />

sociedade globalizada, a Educação a Distância vem se estendendo pela Internet, e<br />

aos poucos, ressurgindo como modalidade alternativa para superar as limitações de<br />

atendimento do ensino regular. “A Internet se c<strong>on</strong>stitui como a principal<br />

resp<strong>on</strong>sável pelo status atual c<strong>on</strong>cedido a Educação a Distância. Seus recursos<br />

ampliam as <strong>possibilidades</strong> de interação, abrindo para os programas a distância vias<br />

de comunicações antes inexploradas”. (MARÇAL, 1999, p.49)<br />

A difusão da modalidade à distância através das redes favoreceu a sua<br />

ascendência perante uma parte significativa da sociedade, principalmente aquela<br />

com acessibilidade tecnológica. A reformulação de sua imagem e importância<br />

perante o cenário educaci<strong>on</strong>al brasileiro acabou sendo inevitável. O novo c<strong>on</strong>texto<br />

da Educação a Distância trouxe o rec<strong>on</strong>hecimento e, também o incentivo da Lei de<br />

Diretrizes e Bases da Educação Brasileira de 1996, <strong>on</strong>de o nivelamento entre as<br />

modalidades de ensino foram equaci<strong>on</strong>adas.<br />

As universidades brasileiras passaram a se dedicar à pesquisa e à oferta de cursos superiores<br />

à distância e ao uso de novas tecnologias nesse processo a partir de 1994, com a expansão<br />

da Internet nas Universidades de Ensino Superior (IES) e com a publicação da Lei de<br />

Diretrizes e Bases para a Educação Naci<strong>on</strong>al (LDB), em dezembro de 1996, que oficializou a<br />

EAD como modalidade válida e equivalente para todos os níveis de ensino. (KURC, 2008)<br />

Com o ambiente propício ao desenvolvimento de projetos educaci<strong>on</strong>ais à<br />

distância, c<strong>on</strong>juntamente com os avanços tecnológicos dos meios informatizados, a<br />

<str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g> <strong>on</strong>-<strong>line</strong> se estruturou como um modelo flexível, atraente e eficaz. Por<br />

isso, a modalidade vem se expandindo rapidamente, principalmente, através da<br />

web, como afirma Ribeiro e Baumel, que: “A <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g> a distância com uso da<br />

Internet está enc<strong>on</strong>trando um terreno fértil para se disseminar no Brasil e promete<br />

explodir nos próximos anos no mercado brasileiro.” (RIBEIRO e BAUMEL, 2003,<br />

p.111)<br />

Mas para um entendimento sobre <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g> <strong>on</strong>-<strong>line</strong>, torna-se necessário,<br />

primeiramente, envolver as definições fundamentais sobre ensino, <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g> e<br />

<str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g> à distância, dem<strong>on</strong>strando na prática <strong>suas</strong> diferenças relevantes e assim,<br />

evitando empregar esses termos e <strong>suas</strong> correlações indiscriminadamente.<br />

Ciências Humanas em Revista, v.7, n.2, São Luis/MA, 2009 - ISSN 1678-81


Segundo a diferenciação feita por Landim (1997) o ensino é mais ligado as<br />

atividades de treinamento, adestramento e instrução, centrada na transmissão do<br />

c<strong>on</strong>hecimento. A <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g> decorre de um processo ensino-aprendizagem, <strong>on</strong>de o<br />

aluno aprende a aprender, a saber, pensar, criar, inovar, c<strong>on</strong>struir c<strong>on</strong>hecimentos<br />

e participar ativamente de seu próprio crescimento. A <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g> a distância é uma<br />

forma sistematicamente organizada de auto-estudo <strong>on</strong>de o aluno se instrui a partir<br />

do material de estudo que lhe é apresentado, <strong>on</strong>de o acompanhamento e a<br />

supervisão do sucesso do estudante são levados a cabo por um grupo de<br />

professores. “Isto é possível de ser feito a distância através da aplicação de meios<br />

de comunicação capazes de vencer l<strong>on</strong>gas distancias”. (G. Dohmem, 1967, apud<br />

Nunes, 1992)<br />

Desta forma, a <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g> <strong>on</strong>-<strong>line</strong> é o resultado da c<strong>on</strong>vergência do processo<br />

de ensino com auxilio das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) e a<br />

Educação à Distância. C<strong>on</strong>fundido como E-learning, trata-se de uma metodologia<br />

<strong>on</strong>de o aluno aprende através de c<strong>on</strong>teúdos disp<strong>on</strong>íveis no computador ou na<br />

Internet, ou os dois simultaneamente, <strong>on</strong>de o professor, se existir, está<br />

geograficamente distante do aluno, e se comunicando através dos meios de<br />

comunicação disp<strong>on</strong>íveis pela Internet, podendo existir ainda, sessões presenciais.<br />

Da mesma forma que o ensino através de cartas evoluiu ao l<strong>on</strong>go de sua<br />

história para a <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g> à distância, o ensino <strong>on</strong>-<strong>line</strong> também transcendeu<br />

limitações, chegando ao status de <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g> <strong>on</strong>-<strong>line</strong>. Evidentemente, que um dos<br />

fatores para esse novo c<strong>on</strong>texto está estreitamente ligado a própria evolução<br />

tecnológica dos meios de comunicação, com o surgimento de novos aparatos que<br />

proporci<strong>on</strong>am altos níveis de interação e interatividade nunca antes utilizadas pela<br />

modalidade à distância. A <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g> <strong>on</strong>-<strong>line</strong> se transformou numa alternativa<br />

tecnológica de desenvolvimento educaci<strong>on</strong>al, resultante de uma tendência<br />

evolutiva dos diferentes tipos de mídia no ensino a distância.<br />

Outro fator é que a <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g> <strong>on</strong>-<strong>line</strong> vem sendo alvo de inúmeros estudos, e<br />

na medida em que é aplicado no Ensino Superior, também vai sofrendo<br />

modificações em sua c<strong>on</strong>ceitualização. Neste sentido, a própria terminologia usada<br />

também vai mudando. Para Lencastre e Araújo (2009), o que era universalmente<br />

c<strong>on</strong>hecido como ensino ou <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g> a distância é hoje c<strong>on</strong>hecido como<br />

aprendizagem a distância, enfatizando a aprendizagem do estudante. O ensino<br />

distribuído foca a comunicação entre um ensino mais tradici<strong>on</strong>al e as tarefas fora<br />

da sala de aula, e a <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g> <strong>on</strong>-<strong>line</strong> refere à <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g> mediada por meios<br />

eletrônicos, comumente, mas erradamente, designada de e-Learning.<br />

O E-learning é um modelo que cresceu durante os anos 90 com o advento da<br />

Internet e trata do uso de tecnologias que suportam uma aprendizagem num<br />

determinado tempo e espaço bastante específico, fixo e c<strong>on</strong>servador, <strong>on</strong>de a<br />

instrução predomina em sua essência. Por isso, é importante lembra que<br />

“aprendizagem é uma atividade inerente a qualquer humano, que pode ac<strong>on</strong>tecer<br />

em qualquer lugar e em qualquer altura, as pessoas estão c<strong>on</strong>stantemente a<br />

aprender”. (LENCASTRE e ARAÚJO, 2009)<br />

A <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g> <strong>on</strong>-<strong>line</strong> é a própria evolução pedagógica e tecnológica do elearning,<br />

e está relaci<strong>on</strong>ada com o uso da Internet e seus recursos como meio para<br />

a publicação de material didático-pedagógico para realização de cursos, na<br />

comunicação entre alunos e professores e em várias <strong>possibilidades</strong> interativas<br />

capazes de proporci<strong>on</strong>ar a colaboração e a cooperação na c<strong>on</strong>strução de<br />

Ciências Humanas em Revista, v.7, n.2, São Luis/MA, 2009 - ISSN 1678-81


c<strong>on</strong>hecimentos. Assim, a definição de <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g> <strong>on</strong>-<strong>line</strong> tem como essência o<br />

processo ensino-aprendizagem, e nesta perspectiva, c<strong>on</strong>ceitua-se pela distribuição<br />

de c<strong>on</strong>hecimento cuidadosamente c<strong>on</strong>struído através de tecnologias. Este cuidado<br />

parece adequado para uma definição que exclui a simples comunicação por<br />

computador e ainda, a distribuição eletrônica de documentos a não ser que sejam<br />

usados num c<strong>on</strong>texto de ensino-aprendizagem. A propriedade da <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g> <strong>on</strong>-<strong>line</strong><br />

é o c<strong>on</strong>hecimento cuidadosamente c<strong>on</strong>struído, e desta forma, nos últimos anos,<br />

essa metodologia está cada vez mais popular nas instituições superiores como meio<br />

eficaz de disseminação da informação.<br />

A <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g> <strong>on</strong>-<strong>line</strong> envolve não só a Internet, mas dispositivos eletrônicos<br />

capazes de armazenar ou fornecer material educativo a qualquer momento para<br />

ser usado em qualquer outro computador ou dispositivos de multimídia como o CD,<br />

DVD, Pendrive e outros. C<strong>on</strong>siderando essas <strong>possibilidades</strong>, Lencastre e Araújo<br />

(2009) c<strong>on</strong>sideram para esta modalidade, três aspectos prioritários para seu<br />

desenvolvimento. O primeiro aspecto é o pedagógico, relativo às estratégias de<br />

ensino-aprendizagem. O segundo é o tecnológico, relativo a computadores,<br />

programas, transmissão de dados, uso de recursos audiovisuais multimídia. O<br />

terceiro é organizaci<strong>on</strong>al, relativo ao planejamento da estrutura, suporte ao<br />

estudante, processos síncr<strong>on</strong>os e assíncr<strong>on</strong>os.<br />

Os autores apresentam os principais p<strong>on</strong>tos de cada aspecto citado. Em<br />

relação ao Pedagógico da <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g> <strong>on</strong>-<strong>line</strong> cita-se:<br />

• os estudantes estudam e têm acesso à informação em qualquer local ou espaço <strong>on</strong>de<br />

possam ter um computador com acesso à Internet e comunicam com a f<strong>on</strong>te de informações<br />

via correio electrónico, fóruns de discussão, c<strong>on</strong>ferência, mensagens instantâneas e outras<br />

formas de comunicação <strong>on</strong>-<strong>line</strong>;<br />

• o estudante é independente em relação ao ambiente do curso e pode equilibrar restrições,<br />

como a falta de tempo para acesso em horário “normal”. Para a maioria das actividades ou<br />

tarefas, o horário de acesso de cada um é independente dos horários de acesso dos colegas<br />

de curso;<br />

• o ritmo de aprendizagem é o de cada um e é independente do dos demais colegas;<br />

• o docente é orientador. Estabelece metas, negocia e acompanha o processo de aquisição<br />

de c<strong>on</strong>hecimento, avalia o rendimento, certifica-se de que todos os recursos necessários ao<br />

cumprimento das <strong>suas</strong> tarefas estão disp<strong>on</strong>íveis;<br />

• a comunicação com os colegas e a elaboração de projectos colaborativos é tão importante<br />

quanto à orientação do docente. As ferramentas utilizadas incluem fóruns, correio<br />

electrónico, mensagens instantâneas;<br />

• as tecnologias têm papel importante no estudante e na aprendizagem. Os recursos<br />

multimédia, áudio, de animação ou de vídeo, ajudam a atenuar a dificuldade de leitura no<br />

m<strong>on</strong>itor;<br />

• a estrutura do c<strong>on</strong>teúdo deve ser suficientemente flexível para encorajar o estudante<br />

qualquer que seja o nível de experiência. (LENCASTRE e ARAÚJO, 2009)<br />

Para os p<strong>on</strong>tos relativos ao aspecto tecnológico envolvem a possibilidade do<br />

uso simplificado dos editores de texto; dos recursos para descarregar ficheiros; as<br />

ferramentas de comunicação (fóruns, correio eletrônico, mensagens instantâneas);<br />

as ferramentas de avaliação; as ferramentas de m<strong>on</strong>itorização do acesso e percurso<br />

e as ferramentas de colaboração.<br />

Ciências Humanas em Revista, v.7, n.2, São Luis/MA, 2009 - ISSN 1678-81


Quanto aos aspectos organizaci<strong>on</strong>ais, os autores relaci<strong>on</strong>am com o c<strong>on</strong>texto<br />

da aprendizagem, em processos de comunicação, de motivação, de avaliação do<br />

estudante pelo docente e vice-versa. Num ambiente educativo, não presencial, os<br />

aspectos relaci<strong>on</strong>ados com troca de idéias e saberes, e a forma como se c<strong>on</strong>segue<br />

esta interação, ganha muita importância na medida em que a linguagem não verbal<br />

está ausente. Todas as dúvidas, c<strong>on</strong>clusões, impressões, precisam ser explicitadas<br />

para não haver incoerências comunicativas entre os participantes.<br />

Outra definição de <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g> <strong>on</strong>-<strong>line</strong> é apresentada pelo Serviço Naci<strong>on</strong>al de<br />

Aprendizagem Comercial (SENAC), uma das pi<strong>on</strong>eiras no Brasil a utilizar ambientes<br />

virtuais de aprendizagem. Para c<strong>on</strong>siderar <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g> <strong>on</strong>-<strong>line</strong> (SENAC, 2009) devemse<br />

levar em c<strong>on</strong>ta, três características essenciais: Separação física do aluno, o uso<br />

de comunicação em dois sentidos suportada pela internet e o uso de uma rede<br />

computaci<strong>on</strong>al para apresentação ou distribuição de c<strong>on</strong>teúdo pela internet.<br />

C<strong>on</strong>tudo, a maior particularidade do ensino <strong>on</strong>-<strong>line</strong> é ser realizada em um ambiente<br />

digitalizado, além de possuir algumas características pedagógicas e comunicativas<br />

diferenciadas das demais modalidades de <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g>.<br />

Para o SENAC, apesar dos cursos <strong>on</strong>-<strong>line</strong> não precisarem obrigatoriamente de<br />

um Ambiente Virtual de Aprendizagem para ser caracterizada ou definida como tal,<br />

sua utilização gera grandes <strong>possibilidades</strong> de um processo realmente favorável para<br />

essa modalidade. Hoje, muitas Instituições que investem nesse ensino, estruturam<br />

e desenvolvem cursos através de softwares (programas) capazes de gerenciamento,<br />

compartilhamento e armazenamento de informações disp<strong>on</strong>íveis exclusivamente<br />

para a web.<br />

A <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g> <strong>on</strong>-<strong>line</strong> através de Ambientes Virtuais de Aprendizagem oferece<br />

<strong>possibilidades</strong> para o processo educaci<strong>on</strong>al, entre elas podem-se destacar: a<br />

elaboração, c<strong>on</strong>strução e compartilhamento coletivo do saber, ocorrendo através<br />

das trocas instantâneas das comunicações, peculiares desses sistemas; o acesso<br />

ilimitado as f<strong>on</strong>tes da própria Internet; e o incentivo as relações em redes, para<br />

lógicas não-hierárquicas e não-<strong>line</strong>ares. As dificuldades técnicas podem surgir em<br />

qualquer processo tecnológico, elas são insignificantes para impedir a harm<strong>on</strong>ia de<br />

um ambiente colaborativo de aprendizagem, já que o uso de ferramentas como os<br />

e-mails, chat´s e fóruns não apresentam maiores complexidades. Acredita-se<br />

então, que o grande desafio do ensino <strong>on</strong>-<strong>line</strong> está em tornar as comunicações do<br />

ambiente em algo c<strong>on</strong>strutivo para aprendizagem.<br />

Desta maneira, c<strong>on</strong>sidera-se a criação de regras ou c<strong>on</strong>trato de c<strong>on</strong>dutas a<br />

serem c<strong>on</strong>stituídos no ambiente virtual, mesmo que na maioria das vezes, fique<br />

implícito, levando em c<strong>on</strong>ta as diferenças entre as interações virtuais e as<br />

presenciais, além também de c<strong>on</strong>siderar as comunicações não-verbais, em<br />

ambientes de arquivos compartilhados.<br />

A <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g> <strong>on</strong>-<strong>line</strong> permitiu uma renovação de valores e métodos<br />

educaci<strong>on</strong>ais que podem resolver questões tanto da <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g> presencial como à<br />

distância, entres quais: maior acesso, menor custo, mais interatividade,<br />

flexibilidade e c<strong>on</strong>tinuidade entre outros (SENAC, 2009). Os ambientes virtuais de<br />

aprendizagem, a exemplo do Moodle são projetados para apresentarem o processo<br />

de ensino de forma envolvente e dinâmico, mobilizando a atenção de seus usuários<br />

e assim, garantindo a comunicação em tempo real ou não, c<strong>on</strong>sequentemente,<br />

estimulando a aprendizagem. Essas ferramentas virtuais podem oferecer diversos<br />

modelos de cursos que coexistem de acordo com <strong>suas</strong> necessidades especificas. O<br />

Ciências Humanas em Revista, v.7, n.2, São Luis/MA, 2009 - ISSN 1678-81


Educador deve ter a c<strong>on</strong>sciência da abrangência de cada modelo, usando de<br />

maneira coerente e resp<strong>on</strong>sável, explorando <strong>suas</strong> <strong>possibilidades</strong>.<br />

Para isso, Valente (2009) propõe ainda, algumas classificações para<br />

diferentes abordagens da <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g> na Internet como: Quanto ao grau de interação<br />

entre alunos e professores, quanto ao equilíbrio do c<strong>on</strong>teúdo e a interação, e por<br />

fim, quanto à ênfase na cooperação. Para o autor, o grau de interação está<br />

relaci<strong>on</strong>ado à capacidade das comunicações entre os usuários no processo<br />

educativo <strong>on</strong>-<strong>line</strong>, levando em c<strong>on</strong>ta três p<strong>on</strong>tos: O primeiro é o Broadcast, que<br />

“[...] é a capacidade do sistema em enviar a informação para todas as máquinas<br />

interligadas em redes de computadores e sub-redes. Essa abordagem é baseada em<br />

tutoriais computaci<strong>on</strong>ais ou comunicação unilateral”. (WIKIPÉDIA, 2009) O<br />

professor, após organizar seu material, disp<strong>on</strong>ibiliza pela rede ou é enviado por email.<br />

Neste caso, o aluno não interage com o professor.<br />

A segunda está relaci<strong>on</strong>ada à virtualização da escola, ou seja, sua<br />

capacidade técnica e pedagógica em administrar o espaço virtual para fins<br />

educaci<strong>on</strong>ais. Nessa dinâmica o professor envia o c<strong>on</strong>teúdo ao aluno, que estuda e<br />

devolve sob forma de atividade ou avaliação dem<strong>on</strong>strando o que aprendeu. O<br />

terceiro, o estar junto virtual. É basicamente sua capacidade de comunicação<br />

bilateral instantânea ou não instantânea. A Instituição deve disp<strong>on</strong>ibilizar e<br />

gerenciar da melhor forma, o maior número possível de recursos de interação e<br />

interatividade. Esse procedimento visa aproximar de maneira virtual, o professor e<br />

aluno que estão geograficamente distantes, podendo atender <strong>suas</strong> ansiedades,<br />

expectativas e dúvidas que surgem inevitavelmente durante o processo de ensino<br />

<strong>on</strong>-<strong>line</strong>.<br />

Em relação à abordagem quanto ao equilíbrio do c<strong>on</strong>teúdo e à interação<br />

cita-se Moran (2003) que classifica os cursos da seguinte maneira: cursos focados no<br />

c<strong>on</strong>teúdo, cursos que equilibram c<strong>on</strong>teúdo e interação, e cursos que focam mais a<br />

interação que o c<strong>on</strong>teúdo.<br />

Os cursos focados no c<strong>on</strong>teúdo apresentam todo a sua estrutura<br />

programática e c<strong>on</strong>teúdos finalizados, estabelecendo pouca interação via e-mail,<br />

listas de discussão ou fóruns. Alguns críticos procuram generalizar esses cursos<br />

como exemplos predominantes do ensino <strong>on</strong>-<strong>line</strong>, além de afirmar sua ineficiência<br />

pedagógica gerada pelo isolamento do aluno. A crítica é decorrente da alegação<br />

que esses cursos não oferecem uma comunicação ativa, apresentando limitações na<br />

c<strong>on</strong>strução, compartilhamento e nas trocas culturais.<br />

Cursos que equilibram c<strong>on</strong>teúdo e interação apresentam seus c<strong>on</strong>teúdos<br />

pr<strong>on</strong>tos um primeiro momento, e doravante, é c<strong>on</strong>struído ao l<strong>on</strong>go do processo. O<br />

c<strong>on</strong>teúdo fica disp<strong>on</strong>ível <strong>on</strong>-<strong>line</strong> e são desenvolvidas atividades de pesquisa e<br />

comunicação com os alunos, tomando aproximadamente, a metade do tempo do<br />

curso.<br />

Nos cursos que focam mais a interação que o c<strong>on</strong>teúdo, apresenta um forte<br />

estímulo à criação de comunidades virtuais de aprendizagem, <strong>on</strong>de a comunicação<br />

síncr<strong>on</strong>a e assíncr<strong>on</strong>a c<strong>on</strong>stantes entre os alunos favorecem a c<strong>on</strong>strução coletiva<br />

do c<strong>on</strong>hecimento. Essa característica é marcante em cursos que utilizam os novos<br />

ambientes virtuais como o Moodle em sua plenitude tecnológica, mas em alguns<br />

casos, tais <strong>possibilidades</strong> pedagógicas não são exploradas adequadamente por seus<br />

administradores e professores, fragilizando todo o processo.<br />

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Visando a diferenciação das aprendizagens em relação à interação e<br />

interatividade entre os alunos, Moran (2003) propõe classificar os cursos <strong>on</strong>-<strong>line</strong><br />

levando em c<strong>on</strong>ta a ênfase na cooperação, dividindo-os em dois formatos: os nãocooperativos<br />

e os cooperativos, <strong>on</strong>de o primeiro se preocupa com os c<strong>on</strong>teúdos<br />

expostos diretamente para o aluno e o segundo com os estímulos das interações<br />

sociais entre alunos do mesmo curso. Os cursos de propostas não-cooperativos<br />

adotam uma metodologia <strong>on</strong>de o professor e os materiais são resp<strong>on</strong>sáveis pelo<br />

c<strong>on</strong>teúdo e desenvolvimento seqüencial do curso. Os alunos se colocam como<br />

c<strong>on</strong>strutores individuais de seus próprios caminhos e c<strong>on</strong>hecimentos, sendo que a<br />

interação não é uma prioridade dentro do processo.<br />

Os cooperativos procuram adotar as colaborações como instrumento através<br />

do qual se c<strong>on</strong>strói os saberes, valorizando as relações entre os participantes. O<br />

professor tem o objetivo de estimular a troca de informações entre os<br />

participantes, favorecendo a c<strong>on</strong>vivência social e a c<strong>on</strong>strução do c<strong>on</strong>hecimento de<br />

forma compartilhada.<br />

Diante essas classificações fica evidente que o mais importante é não perder<br />

de vista que a tecnologia, por mais moderna e de fácil manuseio, não avaliza a<br />

qualidade da proposta. Os materiais didáticos, sejam eles idealizados para uma<br />

página virtual ou um livro, encerram desenvolvimentos de c<strong>on</strong>teúdos. A qualidade<br />

não está relaci<strong>on</strong>ada exclusivamente ao software e <strong>suas</strong> <strong>possibilidades</strong><br />

comunicativas, mas com as <strong>possibilidades</strong> de desenvolvimento dos c<strong>on</strong>teúdos e às<br />

atividades geradoras de uma aprendizagem significativa.<br />

AVAS, MOODLE E SUAS ORIGENS<br />

Em muitos casos, as tecnologias surgem em diversas culturas como prótese<br />

do desenvolvimento humano, objetivando o aumento, por exemplo, de uma<br />

capacidade muscular, sensorial ou cognitiva. No início do século XIX, as máquinas a<br />

vapor possibilitaram a industrialização, aumentando a produção massiva dos bens e<br />

serviços, permitindo o rápido transporte. A função principal destas máquinas neste<br />

c<strong>on</strong>texto foi substituir e amplificar o trabalho físico do homem. Na sociedade atual,<br />

a informática, junto com as telecomunicações e a microeletrônica, tornou possível<br />

a produção massiva e sistemática das informações, da tecnologia e do<br />

c<strong>on</strong>hecimento. Os seus objetivos são a substituição e a amplificação do trabalho<br />

mental do homem.<br />

Assim, os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) nasceram diante da<br />

euforia e do modismo tecnológico da expansão das redes de informações pelo globo<br />

terrestre, período c<strong>on</strong>hecido como revolução digital, identificada por Tajra (2000)<br />

ao afirmar que a internet, a partir de 1995, penetrou no mercado, iniciando uma<br />

nova revolução, a revolução digital, a era da inteligência em rede, na qual seres<br />

humanos combinam sua inteligência, c<strong>on</strong>hecimento e criatividade para revoluções<br />

de riquezas e desenvolvimento social.<br />

Mesmo assim, é possível identificar inspirações tecnológicas na <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g> no<br />

inicio dos anos 70. As idéias de Ivan Illich expostas na sua obra “Sociedade sem<br />

Escolas” de 1973 já propunham modalidades alternativas de aprendizagem. Entre<br />

<strong>suas</strong> propostas estava à necessidade do uso do computador para promover<br />

enc<strong>on</strong>tros entre alunos e educadores com mesmas afinidades acadêmicas, além de<br />

servir de suporte para estimular grupos de discussão e exposição de idéias.<br />

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Um enc<strong>on</strong>tro arranjado pelo computador para discutir um artigo que apareceu numa revista<br />

naci<strong>on</strong>al, mantido num café da Quarta Avenida, não obrigará a nenhum dos participantes a<br />

ficar na companhia de seus novos c<strong>on</strong>hecidos por mais tempo do que leva para tomar uma<br />

xícara de café, nem estará obrigado a enc<strong>on</strong>tra-se com qualquer um deles numa segunda<br />

vez. (ILLICH, 1985 p.51)<br />

Quando os primeiros ambientes virtuais surgiram na década de 80,<br />

preocupavam-se em apenas disp<strong>on</strong>ibilizar materiais educaci<strong>on</strong>ais de forma mais<br />

diretiva. Esses sistemas eram criticados por serem espaços de c<strong>on</strong>teúdo fechado, e<br />

as atividades estariam previamente organizadas, sem possibilidade de rearranjo<br />

(SENAC, 2009). Repetia-se a mesma didática, centrada no professor, aplicada em<br />

muitos centros presenciais, mas dessa vez, de forma eletrônica, caracterizando um<br />

ambiente tecnicista de aprendizagem.<br />

No final dos anos 90, esse entendimento começou a ser revisto, em<br />

decorrência principalmente, da expansão desenfreada das redes pelo mundo. A<br />

Internet disseminada pelo globo terrestre viabilizou a acessibilidade ampla das<br />

informações que se tornarão cada vez mais compartilhada entre as pessoas. A<br />

sociedade estava evidenciando uma nova revolução, o que se chamaria em seguida<br />

de Globalização da Informação. Não se poderia abrir mão desta oportunidade de<br />

transformação dos processos de aquisição da informação, principalmente aqueles<br />

direci<strong>on</strong>ados para área educaci<strong>on</strong>al. A <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g> tinha que acompanhar essa<br />

revolução, na busca de uma alternativa de melhor formar e informar futuras<br />

gerações de profissi<strong>on</strong>ais das mais diversas áreas da sociedade.<br />

Foi nesta época, através de muita pressão, principalmente pelos intelectuais<br />

e acadêmicos, que o papel dos computadores na <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g> deveria ser revisto,<br />

analisando sua funci<strong>on</strong>alidade de maneira mais ampla do que simples dispositivos<br />

eletrônicos capazes de repassar c<strong>on</strong>hecimentos pr<strong>on</strong>tos e de forma eletrônica. A<br />

aquisição de c<strong>on</strong>hecimentos diversificados e de fácil acesso a f<strong>on</strong>tes inesgotáveis<br />

de informações da Internet, ao lado de um planejamento pedagógico,<br />

comprometido com uma <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g> moderna, resultaria em algo promissor para<br />

elevação intelectual.<br />

Desta forma, a segunda geração de ambientes virtuais de aprendizagem<br />

evoluiu visando essa nova realidade, aproveitando os aperfeiçoamentos<br />

tecnológicos e sendo planejados, passando a utilizar como base, as seguintes<br />

estratégias:<br />

1. Incorpora elementos já existentes da web, como correio eletrônico e grupos de discussão.<br />

2. Agregar elementos para atividades específicas de informática, como gerenciar arquivos e<br />

copias de segurança.<br />

3. Criar elementos específicos para atividade educaci<strong>on</strong>al, como módulos para c<strong>on</strong>teúdo e<br />

avaliação<br />

4. Adici<strong>on</strong>ar elementos de administração acadêmica sobre cursos, alunos, avaliações e<br />

relatórios. (FRANCO, CORDEIRO, CASTILHO, 2003)<br />

Os novos ambientes virtuais passaram a seguir essa ideologia educaci<strong>on</strong>al,<br />

transformando-se em sistemas acessíveis à c<strong>on</strong>figuração do espaço de<br />

aprendizagem com grande flexibilidade do tempo e espaço, de modo atender as<br />

necessidades de diferentes grupos de usuários.<br />

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Com o crescimento do mercado e o surgimento de diversos ambientes<br />

c<strong>on</strong>tendo <strong>suas</strong> próprias ferramentas, houve a necessidade para Lucena (2009) da<br />

criação de padrões para o desenvolvimento de soluções que se adaptassem a<br />

qualquer tipo de plataforma. Assim, o amoldamento desses padrões c<strong>on</strong>sistia na<br />

universalização da utilização dos c<strong>on</strong>teúdos, na possibilidade de reutilização de<br />

objetos de aprendizagem e a na fácil migração para outros ambientes. (SENAC,<br />

2009)<br />

É nessa atmosfera de busca de ferramentas e métodos para a melhor<br />

aplicabilidade e eficácia da <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g> na web é que surge o ambiente virtual de<br />

aprendizagem Moodle em 2002. Um sistema informatizado capaz de simular<br />

situações de sala de aula através recursos de interação e interatividade virtual,<br />

exigidos pelos novos padrões.<br />

Vários protótipos iniciais foram desenvolvidos e descartados, antes que ele lançasse a versão<br />

1.0 para um mundo supresso, no dia 20 de agosto de 2002. Esta versão estava dirigida a<br />

pequenas turmas, mais íntimas, no nível universitário, e era sujeita a pesquisas de estudo<br />

de casos que analisavam de perto a natureza da colaboração e da reflexão que ac<strong>on</strong>teciam<br />

entre pequenos grupos de participantes adultos. (WIKIPÈDIA, 2009)<br />

O Moodle é um pacote de softwares de comunicação e administração<br />

capazes de produzir cursos na web. Trata-se de um projeto de desenvolvimento<br />

global, sendo aperfeiçoado c<strong>on</strong>stantemente por outros usuários que possuem<br />

habilidades em programação e métodos pedagógicos em c<strong>on</strong>s<strong>on</strong>ância com processo<br />

de ensino <strong>on</strong>-<strong>line</strong>. Trata-se de um Ambiente Virtual de Aprendizagem que é provido<br />

livremente como software de f<strong>on</strong>te aberto. Isso não significa que o Moodle não<br />

possua registro ou direitos autorais. O sistema permite copiar, usar e modificar o<br />

Moodle c<strong>on</strong>tanto que o usuário “[...] proveja a f<strong>on</strong>te a outros; não modifique ou<br />

remova a licença original e os direitos autorais, e aplique esta mesma licença a<br />

qualquer trabalho derivado”. (MOODLE, 2009)<br />

A palavra Moodle originalmente é uma sigla para Modular Objeto Orientado<br />

Dinâmico de Ensino Envolvente, significado útil para os entendimentos e c<strong>on</strong>ceitos<br />

estudados por programadores e teoristas da <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g>. Este software surgiu para o<br />

c<strong>on</strong>texto educaci<strong>on</strong>al trazendo as c<strong>on</strong>cepções da c<strong>on</strong>strução c<strong>on</strong>stante do<br />

c<strong>on</strong>hecimento e das interações sociais, características que evoluíram<br />

principalmente nestes últimos dez anos para os ambientes virtuais de<br />

aprendizagem. Incorporou recursos de comunicação síncr<strong>on</strong>a e assíncr<strong>on</strong>a da<br />

Internet, relaci<strong>on</strong>ando-os com um sofisticado sistema de gerenciamento de dados,<br />

organizando passo a passo o que o aluno deve realizar, para alcançar o objetivo<br />

proposto pelo curso durante um determinado período.<br />

Através dele, o usuário é motivado a desenvolver tarefas e participações<br />

dentro de perspectivas socioc<strong>on</strong>struci<strong>on</strong>ista, abordagem justificada pelo seu<br />

criador, <strong>on</strong>de os objetivos são alcançados através da c<strong>on</strong>strução colaborativa do<br />

c<strong>on</strong>hecimento, previamente programado e supervisi<strong>on</strong>ado por coordenadores e<br />

tutores especialistas com a disciplina e o sistema digital de gestão. Mas todas essas<br />

características do Moodle só podem ser alcançadas quando se tem em mente que o<br />

sistema precisa ser flexível em todas <strong>suas</strong> estruturas para satisfazer uma variedade<br />

larga de necessidades, enquanto permanece simples o bastante para os professores<br />

começarem o bom uso do poder da internet para comunidade que c<strong>on</strong>strói uma<br />

aprendizagem colaboradora. O sistema Moodle deve ser visto como uma caixa de<br />

ferramentas, <strong>on</strong>de os usuários podem simplesmente e naturalmente começar <strong>suas</strong><br />

Ciências Humanas em Revista, v.7, n.2, São Luis/MA, 2009 - ISSN 1678-81


atividades, progredindo com o passar do tempo, facilitando o acesso para uma<br />

comunidade mais avançada.<br />

Assim, a exemplo do Moodle, os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs)<br />

procuram reunir em uma Website, recursos para uso didático e para gestão dos<br />

processos de ensino-aprendizagem na rede. Esses sistemas buscam corresp<strong>on</strong>der às<br />

necessidades de professores, administradores e alunos, desenvolvendo ambientes<br />

motivadores e de fácil utilização, com <strong>possibilidades</strong> de adaptação a diferentes<br />

metodologias. De maneira geral, os AVAs dessa nova geração disp<strong>on</strong>ibilizam<br />

diferentes interfaces para alunos, professores administradores, visando a atender<br />

as necessidades de cada segmento e garantir, a inviolabilidade das informações.<br />

Por isso que os acessos são c<strong>on</strong>trolados e registrados, feitos através por códigos de<br />

identificação como senhas pessoais ou criptografias (códigos complexos de<br />

segurança).<br />

Apesar do Moodle não ser uma produção tecnológica naci<strong>on</strong>al, em pouco<br />

tempo popularizou-se pelas Instituições promotoras de Educação a Distância no<br />

Brasil, tornando um dos ambientes de aprendizagem mais utilizado no país,<br />

principalmente para o Ensino a Distância.<br />

A PEDAGOGIA MOODLE<br />

De modo geral, a essência do software de rede Moodle são os cursos que<br />

disp<strong>on</strong>ibilizam diversas ferramentas para alunos, professores e administradores<br />

desenvolverem um trabalho criativo e dinâmico. Entre as atividades e recursos<br />

disp<strong>on</strong>íveis destacam-se os fóruns, glossários, wikis, tarefas, banco de dados e<br />

outros que podem ser pers<strong>on</strong>alizados de acordo com as necessidades de cada<br />

abordagem. O Modelo de apresentação deste software de rede é baseado na<br />

seqüência de unidades expostas para determinado período, combinando atividades<br />

individuais e em grupos, auxiliados por ferramentas guias que ajudam os<br />

participantes a aprender os caminhos dentro do processo.<br />

Existem na Internet outras ferramentas capazes de c<strong>on</strong>struir facilmente<br />

comunidades de estudantes, como blogs, messenger, listas de participantes e<br />

outros como também dispositivos úteis de agrupamento de usuários como<br />

relatórios, fóruns temáticos e vários sistemas que surgem quase que diariamente na<br />

rede. A diferença é que Moodle força seus usuários deliberadamente a se envolver<br />

nas mesmas ferramentas de acordo com a criatividade do professor, e a<br />

comunidade se mantêm fechada para um objetivo colaborativo, <strong>on</strong>de o acesso é<br />

permitido através de um código pessoal, tornando o ambiente e seus materiais<br />

didáticos seguros.<br />

Para o criador do Moodle, o Australiano Prof. Martim Dougiamas, o<br />

C<strong>on</strong>struci<strong>on</strong>ismo social é a pedagogia empregada pelo ambiente, e se justifica<br />

seguindo cinco referências úteis para tal entendimento:<br />

Primeiro é que todos nós somos os professores potenciais como também os estudantes - em<br />

um verdadeiro ambiente colaborador nós somos ambos; segundo, nós aprendemos<br />

particularmente bem do ato de criar ou expressar algo para outros verem; terceiro, nós<br />

aprendemos muito há pouco observando a atividade de nossos semelhantes; quarto,<br />

entendendo os c<strong>on</strong>textos de outros, nós podemos ensinar mais de um modo de<br />

transformação (c<strong>on</strong>strutivismo); e quinto, um ambiente de aprendizagem precisa ser flexível<br />

e adaptável, de forma que isto pode resp<strong>on</strong>der depressa às necessidades dos participantes<br />

dentro disto. (MOODLE, 2008).<br />

Ciências Humanas em Revista, v.7, n.2, São Luis/MA, 2009 - ISSN 1678-81


A primeira vista, fica impossível não lembrar, e até mesmo, relaci<strong>on</strong>ar essa<br />

pedagogia ao C<strong>on</strong>struci<strong>on</strong>ismo social do professor norte americano de psicologia<br />

Kenneth Gergen, um movimento de crítica à Psicologia Social modernista do inicio<br />

do século XX que procurava afirmar através de três grandes pressupostos que:<br />

O primeiro é que a realidade é dinâmica, não possuindo qualquer tipo de essência ou leis<br />

imutáveis. A segunda é que o c<strong>on</strong>hecimento é somente uma c<strong>on</strong>strução social, baseado em<br />

comunidades lingüísticas. A terceira é que o c<strong>on</strong>hecimento tem c<strong>on</strong>seqüências sociais, e que<br />

são estas que devem determinar se ele é válido ou não. (CASTAÑON, 2005).<br />

Com isso, Gergen procura dedicar-se ao desenvolvimento do diálogo entre a<br />

teoria c<strong>on</strong>struci<strong>on</strong>ista e as práticas sociais. Numa proposital relação, mas no<br />

c<strong>on</strong>texto virtual, Dougiamas acredita que o C<strong>on</strong>strutivismo social do Moodle ocorre<br />

através de um processo de c<strong>on</strong>strução do c<strong>on</strong>hecimento, de forma colaborativa e<br />

dinâmica, procurando desenvolver neste c<strong>on</strong>texto, uma pequena cultura de objetos<br />

compartilhados, com significados compartilhados. Ele acredita que alguém que é<br />

introduzido dentro desse tipo de cultura, aprenderá c<strong>on</strong>stantemente em ser parte<br />

dessa cultura e seus vários níveis. Perante essa posição, a idéia parte do principio<br />

do incentivo à inquietude do usuário nesse processo, que estimulado pelo próprio<br />

ambiente, buscará está dinamicamente participativo dentro desta comunidade<br />

virtual. Desta forma, propicia um ambiente verdadeiramente democrático, <strong>on</strong>de<br />

todos os participantes se colocam ativos dentro do processo.<br />

Este c<strong>on</strong>ceito estende as ideias acima para um grupo social c<strong>on</strong>struindo coisas umas para as<br />

outras, criando, de forma colaborativa, uma pequena cultura de objetos compartilhados,<br />

com significados compartilhados. Quando alguém é introduzido dentro de uma cultura como<br />

esta, está a aprender c<strong>on</strong>tantemente sobre como ser uma parte dessa cultura, a vários<br />

níveis. Um exemplo bem simples é um objecto como um copo. O objecto pode ser usado<br />

para muitas coisas, mas o seu formato sugere algum "c<strong>on</strong>hecimento" sobre c<strong>on</strong>ter líquidos.<br />

Um exemplo mais complexo é um curso <strong>on</strong>-<strong>line</strong>: a "aparência" das ferramentas do software<br />

não apenas indica determinados aspectos de funci<strong>on</strong>amento do curso, mas também as<br />

actividades e textos produzidos dentro do grupo como um todo, que ajudarão a moldar<br />

como cada pessoa se comporta dentro desse grupo. (MOODLE, 2008).<br />

Observa-se que as c<strong>on</strong>cepções de Gergen e de Dougiamas apresentam<br />

semelhanças em relação à c<strong>on</strong>strução de c<strong>on</strong>hecimentos, apesar de serem<br />

desenvolvidas e aplicadas para realidades e c<strong>on</strong>textos diferentes. Sendo assim, essa<br />

abordagem inevitavelmente remete-se a outras duas que dão suporte a pedagogia<br />

empregada pelo Moodle.<br />

A primeira centrada nas idéias c<strong>on</strong>strutivistas, em especial do Psicólogo<br />

Suíço Jean Piaget ao afirmar que o c<strong>on</strong>hecimento é uma c<strong>on</strong>strução social, ou seja,<br />

“[...] somos ativos quando interpretamos a experiência para assimilá-la aos nossos<br />

esquemas e teorias, e somos ativos quando mudamos nossos esquemas e teorias de<br />

forma a acomodarem-se à realidade”. (CASTAÑON, 2005). Piaget acredita que o<br />

mundo vai moldando nossos esquemas quando os desmente seguidamente, exigindo<br />

uma nova acomodação. Seguindo este pensamento, ele resolve elaborar um modelo<br />

de desenvolvimento cognitivo c<strong>on</strong>strutivista, ricamente sustentado por dados<br />

empíricos, que apresentava o sujeito como artífice principal, através da sua ação<br />

no mundo, de <strong>suas</strong> próprias estruturas cognitivas. “É a partir da c<strong>on</strong>stituição de<br />

novas relações baseadas no c<strong>on</strong>hecimento prévio, que se alcançam patamares<br />

cognitivos superiores, sempre levando em c<strong>on</strong>sideração o caráter simultâneo e<br />

provisório da teoria piagetiana.” (FRANCO, 1999).<br />

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A segunda abordagem é a teoria do C<strong>on</strong>struci<strong>on</strong>ismo, das c<strong>on</strong>cepções do Sul<br />

Africano, Prof. Dr. Seymour Papert, compartilhador de inúmeras idéias<br />

c<strong>on</strong>strutivistas. Além de amigo e colaborador de Jean Piaget, Papert é rec<strong>on</strong>hecido<br />

internaci<strong>on</strong>almente como um dos principais pensadores sobre as formas pelas quais<br />

a tecnologia pode modificar a aprendizagem. Papert acreditava numa<br />

aprendizagem autônoma, mas através de descobertas, em um c<strong>on</strong>texto de<br />

aprendizagem ativa e de trabalho dinâmico, e criticava “[...] a idéia de uma<br />

aprendizagem centrada no sistema, por mais aberto e manipulável que este seja<br />

não colhe”. (PINTO, 2002 p.222). Era uma forte critica a perspectiva da<br />

aprendizagem centrada no sujeito, sem grandes intervenções externas, <strong>on</strong>de o<br />

professor volta a ser subalternizado.<br />

Uma das principais idéias de Papert (2009) é que o desenvolvimento<br />

intelectual se realiza pela ação do sujeito sobre o mundo e o modo pelo qual isto<br />

se c<strong>on</strong>verte num processo de c<strong>on</strong>strução interna. Neste caso, o professor deverá<br />

enriquecer o ambiente, provocando situações para que o aprendiz possa se<br />

desenvolver de forma ativa, realizando também <strong>suas</strong> próprias descobertas, em vez<br />

de somente assimilar c<strong>on</strong>hecimentos pr<strong>on</strong>tos, baseados na memorização.<br />

Desta forma, o C<strong>on</strong>struci<strong>on</strong>ismo baseia-se na rec<strong>on</strong>strução teórica do<br />

c<strong>on</strong>strutivismo piagetiano feita por Seymour Papert. Na visão c<strong>on</strong>struci<strong>on</strong>ista, o<br />

objetivo é ensinar de tal forma, a produzir o máximo de aprendizagem, com o<br />

mínimo de ensino. É alcançar meios de aprendizagem fortes que valorizem a<br />

c<strong>on</strong>strução mental do sujeito, apoiada em <strong>suas</strong> próprias c<strong>on</strong>struções no mundo.<br />

Neste sentido, apoiou-se nas <strong>possibilidades</strong> da c<strong>on</strong>strução do c<strong>on</strong>hecimento através<br />

de computadores, procurando introduzir a Inteligência Artificial dos sistemas<br />

digitais ao processo educativo. Surgiam então, novas <strong>possibilidades</strong> para a evolução<br />

da Tecnologia Educaci<strong>on</strong>al através do desenvolvimento de softwares educativos.<br />

Ora, o uso das Tecnologias na Educação já existia antes de Papert ter desenvolvido<br />

essa c<strong>on</strong>cepção, e <strong>suas</strong> propostas possuíam até então, duas vertentes<br />

fundamentais:<br />

Em primeiro lugar, as c<strong>on</strong>cepções próprias das décadas dos anos 50 e 60, nas quais<br />

corresp<strong>on</strong>dia à tecnologia Educaci<strong>on</strong>al o estudo dos meios como geradores de aprendizagem.<br />

Em segundo lugar, fundamentalmente a partir da década de 70, aquelas c<strong>on</strong>cepções que<br />

definem a Tecnologia Educaci<strong>on</strong>al por seu estudo do ensino como processo tecnológico. (DE<br />

PABLOS PONS, 1994, P.42)<br />

Nos anos 50, origem da Tecnologia Educaci<strong>on</strong>al, iniciou-se os debates sobre o<br />

uso do computador na <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g> decorrente do movimento crescente,<br />

especialmente nos EUA sobre o tema da Comunicação, já que o país c<strong>on</strong>figurava<br />

seu domínio e desenvolvimento desses equipamentos e buscava estratégias ao lado<br />

de outros campos científicos de apoio, especialmente o da psicologia. A sua<br />

utilização era baseada em c<strong>on</strong>cepções c<strong>on</strong>dutivistas, que se manifestava em<br />

modelos instrutivos nas quais apareciam noções de estímulo e reforço, objetivando<br />

formar mão de obra especializada para atender as demandas do mercado de<br />

trabalho. A raci<strong>on</strong>alidade e o cientificismo na <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g> serviam de alicerce para o<br />

planejamento educaci<strong>on</strong>al que deveria eliminar os elementos supérfluos e<br />

subjetivos, tendo como metas à eficiência e a produtividade do sistema. Este<br />

modelo tentava levar a escola à forma de organização industrial, segundo Mazzi<br />

(1981) como base o taylorismo e como características a formulação de objetivos<br />

Ciências Humanas em Revista, v.7, n.2, São Luis/MA, 2009 - ISSN 1678-81


comportamentais, a raci<strong>on</strong>alização entre os meios e fins, a possibilidade de<br />

reprodução, a divisão do trabalho e o c<strong>on</strong>trole de qualidade.<br />

Nesse c<strong>on</strong>texto, c<strong>on</strong>solidou-se a Tecnologia Educaci<strong>on</strong>al, um instrumento<br />

para atendimento das exigências da raci<strong>on</strong>alidade e eficiência. A aplicação de<br />

meios tecnológicos na <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g> fundamentava-se na esperança de que estes, por<br />

representarem modernidade e objetividade, pudessem soluci<strong>on</strong>ar os problemas da<br />

<str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g>, que para outros estudiosos estavam em seu subjetivismo.<br />

Os educadores entusiastas da tecnologia educaci<strong>on</strong>al na época aceitavam a<br />

idéia de que a <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g> é um universo fechado, que não tem ligação com as<br />

questões sociais e por isso gera seus próprios problemas. Dentro desta perspectiva,<br />

para soluci<strong>on</strong>á-los bastaria aplicar mecanismos de correção e regulação a fim de<br />

voltar ao equilíbrio. Pensava-se que, com a elaboração de objetivos<br />

comportamentais facilmente observáveis e mensuráveis, o planejamento minucioso<br />

e o uso de tecnologia avançada, o professor poderia ter total c<strong>on</strong>trole do processo<br />

ensino-aprendizagem e obter êxito. Como c<strong>on</strong>seqüência dessa postura, a tecnologia<br />

educaci<strong>on</strong>al foi chamada pelos seus críticos de “mecanicista” e “anti-humanista”.<br />

Nessa fase c<strong>on</strong>servadora inicial, tecnologia educaci<strong>on</strong>al significava<br />

aparelhagem, <strong>possibilidades</strong> técnicas. O desenvolvimento, a introdução e a<br />

utilização de equipamentos ocupavam o primeiro plano de interesse.<br />

Esse modelo, que tentava levar a escola à forma de organização industrial, tinha, segundo<br />

Mazzi (1981), como base o taylorismo e como características “a formulação de objetivos<br />

comportamentais, a raci<strong>on</strong>alização entre os meios e fins, a possibilidade de reprodução, a<br />

divisão do trabalho e o c<strong>on</strong>trole de qualidade” (p.25), o que incentivou e impulsi<strong>on</strong>ou o<br />

surgimento de estratégias pedagógicas nas quais as tecnologias eram meios sempre<br />

presentes”.(SAMPAIO, 1999.p.21).<br />

No inicio da década de 80 surgia uma nova estratégia pedagógica,<br />

reivindicada desde os anos 70. C<strong>on</strong>sistiria em uma intensa, dinâmica e produtiva<br />

interação com os sistemas digitais inteligentes, recém surgidos das Novas<br />

Tecnologias da Informação e Comunicação para o desenvolvimento intelectual do<br />

individuo.<br />

“A tecnologia educaci<strong>on</strong>al fundamenta-se em uma opção filosófica, centrada no<br />

desenvolvimento integral do homem, inserida na dinâmica da transformação social;<br />

c<strong>on</strong>cretiza-se pela aplicação de novas teorias, princípios, c<strong>on</strong>ceitos e técnicas num esforço<br />

permanente de renovação da <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g>”.(ABT,1982. p.17).<br />

O uso das tecnologias ap<strong>on</strong>ta para uma <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g> que venha atender as<br />

necessidades humanas na era da informação e para isso deve possuir algumas<br />

características como o desenvolvimento das habilidades de pensar criticamente,<br />

comunicar-se, resolver problemas e c<strong>on</strong>textualizar, aprendizagem cooperativa,<br />

avaliação como base no desempenho, professor orientador e facilitador da<br />

aprendizagem e centros de aprendizagem que utilizem tecnologias variadas como<br />

recursos de ensino.<br />

A teoria c<strong>on</strong>struci<strong>on</strong>ista de Papert para os computadores aproveitou-se<br />

essencialmente da evolução dos circuitos integrados, que ascenderam na década de<br />

60 e possibilitaram uma verdadeira revolução tecnológica, dando um salto<br />

significativo para o desenvolvimento de dispositivos mais potentes e inteligentes,<br />

com dimensões cada vez menores. Esse progresso resultaria no surgimento dos<br />

computadores pessoais, menos complexos e de c<strong>on</strong>siderável manuseio. O passo<br />

Ciências Humanas em Revista, v.7, n.2, São Luis/MA, 2009 - ISSN 1678-81


dado por Papert foi fundamental para reestruturação e c<strong>on</strong>solidação teórica e<br />

prática da Tecnologia Educaci<strong>on</strong>al iniciada em meados dos anos 70. De mero<br />

tecnicismo escolar, os dispositivos eletrônicos passaram a ser vistos como<br />

significativos instrumentos de desenvolvimento intelectual no processo<br />

educaci<strong>on</strong>al.<br />

Entre os anos 60 e 70, os primeiros passos na c<strong>on</strong>strução de modelos que permitiam fazer a<br />

ligação entre os sistemas de computação e a <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g> baseavam-se no beahiorismo puro,<br />

<strong>on</strong>de cada sujeito da aprendizagem era dirigido em cada passo da sua aprendizagem até aos<br />

modelos então inovadores do c<strong>on</strong>strutivismo, na altura ainda muito centrados em Piaget, em<br />

que cada sujeito d aprendizagem era encorajado a enc<strong>on</strong>trar e c<strong>on</strong>struir os seus próprios<br />

percursos de aprendizagem. (PINTO, 2002. p.204)<br />

Na área da Tecnologia Educaci<strong>on</strong>al, Papert se tornou referencia básica de<br />

pesquisa. Ele foi o primeiro a desenvolver um software, dentro de sua teoria<br />

c<strong>on</strong>struci<strong>on</strong>ista, relaci<strong>on</strong>ando a aprendizagem com a inteligência artificial, que foi<br />

denominado de LOGO.<br />

O outro destaque é para Seymour Papert e seu Logo, c<strong>on</strong>struído pelo grupo MIT, que<br />

procurou uma aproximação a matemática e as tecnologias par as crianças e que é uma das<br />

referencias padrão nos processos educaci<strong>on</strong>ais da utilização das TIC. (PINTO, 2002. p.205)<br />

Falar de Papert sem citar o LOGO tornar-se-ia impossível entender as raízes<br />

teóricas da informática na <str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g>. Partindo deste p<strong>on</strong>to, acredita-se identificar<br />

o pilar mais forte da c<strong>on</strong>cepção pedagógica do Moodle, <strong>on</strong>de inteligência artificial<br />

é à base de toda a estruturação programática desse ambiente. Os suportes teóricos<br />

aplicados por Papert para o c<strong>on</strong>struci<strong>on</strong>ismo têm a ver com a sua própria<br />

experiência de vida, psicologicamente, fundamenta-se nas idéias de Piaget, <strong>on</strong>de<br />

foi colaborador na Suíça, antes de inventar o LOGO. Podem-se destacar as<br />

principais teses desta c<strong>on</strong>cepção, c<strong>on</strong>forme Papert:<br />

[...] é a ação do sujeito sobre o mundo e o modo pelo qual isto se c<strong>on</strong>verte num processo de<br />

c<strong>on</strong>strução interna. O professor será aquele que enriquece o ambiente, provoca situações<br />

para que o aprendiz possa se desenvolver de forma ativa, realizando também <strong>suas</strong> próprias<br />

descobertas, ao invés de somente assimilar c<strong>on</strong>hecimentos pr<strong>on</strong>tos, baseados na<br />

memorização. Este sujeito aprende / pensa, mesmo sem ser “ensinado'', uma vez que está<br />

em c<strong>on</strong>stante atividade na interação com o ambiente, elaborando e reelaborando hipóteses<br />

que o expliquem. As crianças são vistas como c<strong>on</strong>strutoras de <strong>suas</strong> próprias estruturas<br />

intelectuais. Diante dos estímulos, a partir de seus esquemas mentais, formulam hipóteses,<br />

na tentativa de resolver essas situações. Quando não c<strong>on</strong>seguem resolvê-las, passam por<br />

c<strong>on</strong>flitos cognitivos que as levam à busca de reformulações dessas hipóteses, ampliando<br />

cada vez mais seus sistemas de compreensão, num c<strong>on</strong>tínuo movido pela busca de equilíbrio<br />

de <strong>suas</strong> estruturas cognitivas. Dessa forma, a aprendizagem é resultante da interação do<br />

sujeito com o objeto do c<strong>on</strong>hecimento, que não se reduz ao objeto c<strong>on</strong>creto, mas inclui o<br />

outro, a família, a escola, o social. (PAPERT, 2009).<br />

A origem do LOGO está diretamente associada à infância africana de Papert.<br />

Desde então, ele percebia que cada criança é o c<strong>on</strong>strutor do seu próprio saber,<br />

tendo o seu próprio percurso de aprendizagem, seguindo <strong>suas</strong> idéias e <strong>suas</strong><br />

metáforas para c<strong>on</strong>struir os seus próprios raciocínios. Por isso, a criação deste<br />

software atendia a esses propósitos.<br />

Mesmo com o grande espaço de tempo entre as criações, levando em c<strong>on</strong>ta a<br />

rapidez das evoluções tecnológicas nesses últimos 40 anos, observam-se quase os<br />

mesmos objetivos e cuidados pedagógicos em ambos os processos tecnológicos As<br />

competências proporci<strong>on</strong>adas pelo software educaci<strong>on</strong>al LOGO de Papert na<br />

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década de 70 se assemelham aos do Moodle de Dougiamas do Século XXI, uma vez<br />

que “[...] orienta-se para um desenvolvimento de aprendizagens de caráter<br />

metacognitivo, ou seja, pouco centrada nos c<strong>on</strong>teúdos.” (PINTO, 2002. p.224).<br />

Assim, o LOGO como o Moodle desenvolve saberes, sobretudo, saber-fazer,<br />

sobretudo, saberes-fazer de grande abrangência.<br />

As inspirações pedagógicas que levaram Dougiamas a desenvolver o Moodle<br />

não somente decorrem do C<strong>on</strong>strutivismo Social e do C<strong>on</strong>strutivismo piagetiano,<br />

mas essencialmente do C<strong>on</strong>struci<strong>on</strong>ismo de Papert e de <strong>suas</strong> linhagens teóricas. As<br />

teorias de Papert englobam idéias c<strong>on</strong>gruentes entre as abordagens anteriores,<br />

aprimorando-as para serem aplicados num c<strong>on</strong>texto virtual, servindo de inspiração<br />

para criação dos primeiros softwares educaci<strong>on</strong>ais e c<strong>on</strong>sequentemente, os<br />

primeiros Ambientes Virtuais de Aprendizagem, visando proporci<strong>on</strong>ar competências<br />

como: a aut<strong>on</strong>omia na aprendizagem, impulsi<strong>on</strong>ar a perseverança do aluno,<br />

estruturar o pensamento lógico, desenvolver o espírito científico e competências<br />

pelo método experimental.<br />

Entretanto, ao l<strong>on</strong>go desses anos, houve incansáveis criticas sobre o uso de<br />

Tecnologias na Educação. Softwares como LOGO, Moodle e outros são alvos<br />

c<strong>on</strong>stantes de críticos que não aceitam a ausência do professor e a independência<br />

do aluno em qualquer processo. Muitos afirmavam que esses dispositivos “[...]<br />

empregavam uma visão empresarial da escola, atomização do processo de ensino e<br />

do sujeito na aprendizagem, mecanicismo, instrumentalismo, eficientismo e<br />

ignorância do c<strong>on</strong>texto histórico político social do processo educativo”. (MAGGIO,<br />

1997 p.16). Talvez o excesso de tanta crítica acabasse criando uma cultura de<br />

negação a qualquer tipo de dispositivo ou proposta técnica, por declará-la<br />

favorável de um pensamento técnico-instrumental, ou ainda, a necessidade de<br />

desprezar o desenvolvimento de técnicas de baixo custo<br />

CONCLUSÃO<br />

Diante das reflexões apresentadas ao l<strong>on</strong>go deste trabalho, tendo como<br />

referencial teórico as perspectivas c<strong>on</strong>strutivistas piagetiana e o c<strong>on</strong>struci<strong>on</strong>ismo<br />

de Papert acerca da aprendizagem mediada pelas tecnologias da informação e<br />

comunicação, a relevância pedagógica do uso desse ambiente virtual Moodle na<br />

<str<strong>on</strong>g>educação</str<strong>on</strong>g> <strong>on</strong>-<strong>line</strong> passa essencialmente pela compreensão das <strong>possibilidades</strong> de<br />

cada ferramenta disp<strong>on</strong>ibilizada e do nível de comprometimento dos usuários<br />

envolvidos no processo ensino-aprendizagem.<br />

O nível de competência de um ambiente como Moodle é medido através de<br />

aspectos relativos à promoção da aut<strong>on</strong>omia do estudante, procurando-se<br />

dimensi<strong>on</strong>ar as atividades como estruturas de sentido piagetiano e papertiano, que<br />

não reduzem as <strong>possibilidades</strong> de interação. Perante as abordagens apresentadas, o<br />

Moodle propõe um modelo de ensino que sai da passividade para um mais centrado<br />

no aluno, baseado em <strong>suas</strong> atitudes, enquanto c<strong>on</strong>strutor de c<strong>on</strong>hecimento e<br />

indivíduo social, que aprende com os outros. A c<strong>on</strong>stituição de grupos em um<br />

ambiente como o Moodle precisa garantir a igualdade e a mutualidade na<br />

realização das tarefas. A c<strong>on</strong>strução de portfólios virtuais pelos estudantes deve<br />

levar em c<strong>on</strong>sideração que, a produção acadêmica nestes ambientes passa a<br />

integrar a Internet, local <strong>on</strong>de o estudante é visualizado por outros que analisarão,<br />

c<strong>on</strong>tribuirão e ainda c<strong>on</strong>testarão <strong>suas</strong> idéias.<br />

Ciências Humanas em Revista, v.7, n.2, São Luis/MA, 2009 - ISSN 1678-81


O Moodle, por ser um instrumento influenciador dessas c<strong>on</strong>struções, acaba<br />

se tornando um modelo exemplar de trocas culturais. Ele se c<strong>on</strong>ecta aos alunos de<br />

um modo pessoal, detectando as necessidades de aprendizagem, facilitando<br />

discussões e atividades de um modo que leve os alunos, colectivamente, em<br />

direção aos objetivos propostos por essa comunidade virtual. Obviamente que o<br />

Moodle não força a este estilo de comportamento. Ele foi feito para o otimizar.<br />

Desta forma, justifica o nome “Virtual” desse espaço digitalizado, não no sentido<br />

obvio de simular, mas de amplificar a força da aprendizagem. No futuro, à medida<br />

que a infraestrutura técnica do Moodle for se tornando mais estável, acredita-se<br />

que promover avanços de carater pedagógico será a principal direção de<br />

desenvolvimento.<br />

Por outro lado, verifica-se nesses últimos anos que o Moodle c<strong>on</strong>quistou a<br />

preferência de muitas instituições no Brasil para gerenciamento de diversos cursos.<br />

A preocupação surge num possível uso inadequado desse sistema que pode<br />

comprometer o seu objetivo principal, ocasi<strong>on</strong>ando percas muitas vezes<br />

irreversíveis para formação do aluno. Nem sempre, os compromissos assumidos<br />

pelos agentes administrativos, professores e alunos são cumpridos em sua plenitude<br />

e assim, cuidados devem ser tomados para evitar como também premeditar<br />

problemas, que surjam durante essa modalidade de ensino.<br />

A partir dessas reflexões, sugere-se a implantação de um instrumento<br />

regulador, capaz de estabelecer ações significativas para o uso do Moodle, levando<br />

em c<strong>on</strong>ta, <strong>suas</strong> c<strong>on</strong>cepções pedagógicas. Não é uma questão de limitar os processos<br />

de c<strong>on</strong>strução do c<strong>on</strong>hecimento ou c<strong>on</strong>trolar as trocas simbólicas e culturais dentro<br />

da comunidade virtual, mas de criar regras suficientemente gerais para o uso<br />

adequado desse sistema por instituições brasileiras, visando garantir um mínimo<br />

possível de qualidade no processo ensino-aprendizagem.<br />

Muitas instituições decidem pela utilização de determinado ambiente por<br />

mera empolgação ou eventual indicação tecnológica. Muitas vezes, a instituição<br />

promotora, professores e usuários não possuem referências pedagógicas<br />

significativas para sua aplicação, e assim não tem a noção exata da real<br />

objetividade das ferramentas virtuais que o Moodle disp<strong>on</strong>ibiliza. Suas ações<br />

decorrem de forma aleatória, disfarçada em solidez pedagógica, ocultado pela<br />

falta de humildade instituci<strong>on</strong>al. O Instrumento regulador garantiria ainda o Moodle<br />

como um processo significativo, valorativo e respeitado como modalidade, e<br />

evitaria sua transformação num produto de aprendizagem, empacotado e<br />

objetivado, um meio de ceder diplomas sem ter compromisso com a formação de<br />

seu alunado.<br />

O p<strong>on</strong>to de partida para o de<strong>line</strong>amento desse instrumento seriam estudos<br />

aprofundados nas experiências pedagógicas com o Moodle em instituições<br />

rec<strong>on</strong>hecidas no país. Os exemplos que apresentarem resultados significativos<br />

serviriam de base para regular o uso didático desse sistema. As experiências<br />

fracassadas serviriam como inspirações para busca de soluções. Tal instrumento<br />

regulador passaria então por aperfeiçoamentos, sendo reavaliado em períodos prédeterminados,<br />

acompanhando a evolução tecnológica e da sociedade.<br />

Ciências Humanas em Revista, v.7, n.2, São Luis/MA, 2009 - ISSN 1678-81


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RESUMO<br />

Este trabalho procura descrever e analisar a evolução e a pedagogia proposta pelo ambiente<br />

virtual de aprendizagem Moodle, apresentando fatores importantes para o desenvolvimento<br />

de cursos pela Internet. O c<strong>on</strong>strutivismo social é ap<strong>on</strong>tado como a filosofia do Moodle que<br />

se apresenta pelas c<strong>on</strong>struções do c<strong>on</strong>hecimento resultantes das trocas culturais através das<br />

ferramentas socializantes oferecidas pelo sistema digital. Verifica-se a preocupação do<br />

entendimento desta filosofia a fim de evitar uma c<strong>on</strong>fusão c<strong>on</strong>ceitual, e sua crescente<br />

utilização pelas instituições promotoras de ensino <strong>on</strong>-<strong>line</strong>, defendendo o acesso a uma<br />

aprendizagem compartilhada e colaborativa. Assim, o trabalho propõe a criação de um<br />

instrumento regulador, capaz de estabelecer diretrizes legais sobre o uso de Ambientes<br />

Virtuais de aprendizagem, em especial, o Moodle.<br />

Palavras chaves: Moodle. Educação <strong>on</strong>-<strong>line</strong>. Ambiente Virtual. Aprendizagem.<br />

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