12.07.2013 Views

(DES)ENCONTROS COM ADÃO Alusões Bíblicas em Billy Budd ...

(DES)ENCONTROS COM ADÃO Alusões Bíblicas em Billy Budd ...

(DES)ENCONTROS COM ADÃO Alusões Bíblicas em Billy Budd ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Outro aspecto probl<strong>em</strong>ático consiste na digressão sobre Nelson que ocupa o actual<br />

capitulo quarto. Esse passo foi escrito antes do desenvolvimento da personag<strong>em</strong> Vere e,<br />

segundo Hayford e Sealts, foi afastado t<strong>em</strong>porariamente da sequência devido ao acentuado<br />

contraste que apresentava entre o carácter de Nelson e o de Vere Contudo, como não<br />

afectava a progressão da narrativa, os editores incluíram-no de novo. 22<br />

A versão de Weaver continha uma coda, ou seja, uma frase que concluía a narrativa no<br />

fim do capítulo vinte e cinco, também Fre<strong>em</strong>an transcreve essa nota na edição de 1948. Como<br />

d<strong>em</strong>onstram Hayford e Sealts, a coda parece ter sido cancelada por Melville, uma vez que<br />

tinha a função de apontar para uma moral interior do enredo num dado momento, não fazendo<br />

sentido para a interpretação total da história. 23<br />

Apesar de encerrar a obra, a balada "<strong>Billy</strong> in the Darbies" foi escrita antes da narrativa.<br />

Primeiramente pertencia à colectânea de po<strong>em</strong>as John Marr and Other Sailors: todavia Melville<br />

recuperou-a P ara terminar a narrativa ficcional sobre <strong>Billy</strong> <strong>Budd</strong>.<br />

Finalmente, a controvérsia sobre o nome do navio prende-se com a alteração de<br />

Indomitable" para "Bellipotent" que se deve a uma decisão de Melville numa fase tardia da<br />

correcção. Hayford e Sealts opinam que n<strong>em</strong> <strong>em</strong> todas as vezes que o nome surge, Melville<br />

tenha procedido à sua correcção.<br />

Quer a edição de Weaver, quer a de Hayford e Sealts proporcionam uma leitura e<br />

apreciação crítica que se têm vindo a d<strong>em</strong>arcar <strong>em</strong> duas correntes. Por um lado, <strong>Billy</strong> <strong>Budd</strong>.<br />

Sailor é analisado como uma aceitação final e pacífica de Melville perante as incongruências do<br />

real, abandonando assim a sua postura rebelde de outros t<strong>em</strong>pos; por outro lado, a obra é<br />

encarada como uma última palavra de desafio e resistência às ambiguidades que atormentam<br />

Melville até ao fim da sua carreira, e às quais ele responde com um tom irónico. A estas duas<br />

vertentes atribuímos o espaço de reflexão que se segue, visando assim inserir também a nossa<br />

perspectiva crítica.<br />

23Op. cit., pp. 110-2.<br />

KS^WL 61 " 3 ' S u gUlld ° Hayford C ST!?' * ^ m ^ ° ^ Pe ' a ^ ^ »fi*9»o: "Here ends a storv nol unwarranted bv what<br />

sometimes happais n this incongruous world of ours -Innocence and infamy, spiritual depravityand fair repute." '<br />

15

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!