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A SOCIEDADE XAVANTE E A EDUCAÇÃO: UM OLHAR ... - UCDB

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Sendo uma pesquisa qualitativa e etnográfica, o trabalho foi desenvolvido na<br />

comunidade indígena Marãiwatsédé, no município de Alto Boa Vista e na São Marcos, em<br />

Barra do Garças, ambas localizadas no estado de Mato Grosso. Os dados foram obtidos pelas<br />

entrevistas gravadas com os velhos, jovens, professores e estudantes indígenas, além de<br />

analisar vídeos para dar continuidade à investigação histórica. Os entrevistados foram Manoel<br />

Tsa’rei’õ, Daniel Tsi’õmowe, Tibúrcio Tserenhi’ru, Manoel Tsi'robó, Dário Tserenho’rã,<br />

Domingos Hö’awari, Zeferino Tsimrihu, Carolina ‘Rewaptu, Boaventura Tsimrihu, Idalina<br />

‘Redzöriwe, João da Mata Tserehité, Dutra Tserepanhipti e Jonas Tserenhirãwe Tsi’rui’a.<br />

Os filmes foram utilizados para levantar mais informações sobre os Xavante, como o<br />

filme “Tsõ’rehipãri – os Xavante contam a sua história”, feito pelo Xavante Divino<br />

Tserewahu Tsereptsé e outros, em 2008. E “Os Xavante agradecem aos missionários<br />

salesianos” de Adalberto Heide, de 1982. Além disso, o texto apresentado contém minhas<br />

experiências pessoais.<br />

Considerando alguns elementos da sociedade Xavante, em especial, do povo de<br />

Marãiwatsédé, dos Xavante de Couto Mangalhães em MT e dos de Parabubu no município<br />

de Campinápolis, MT, pretendo mencionar suas dificuldades no período de contato com os<br />

não- indígenas e ou até com os missionários nas missões. Escreverei o modo como os<br />

Xavante têm sido acolhidos pelos missionários e os seus esforços em manter sua língua<br />

materna mesmo tendo contato com o mundo não-indígena. Mencionarei a crença própria<br />

conservada e valorizada até agora, os ritos de passagem dos jovens como a vida adulta social<br />

e morte para a vida, crença religiosa cultural, os costumes cotidianos próprios desse povo.<br />

No primeiro capítulo, mencionarei sobre quem são os Xavante, a história do contato,<br />

os índios como agentes de sua história e a reconquista da terra de Marãiwatsédé de 45 anos da<br />

retirada dos Xavante dessa terra, como um “pano de fundo” da História e tratarei da presença<br />

dos missionários salesianos e a interferência do não-indígena na cultura Xavante.<br />

No segundo capítulo, dedicarei para tratar dos elementos principais da cultura<br />

Xavante, tais como organização social, língua, rituais e festas.<br />

No terceiro capítulo, escreverei especificamente sobre a pedagogia Xavante, como os<br />

velhos ensinam os jovens quando estão contando sua história. Mencionarei o papel dos wapté<br />

quando realizam as últimas lutas, quando eram ai’repudu, e quando depois lutam com o oi’ó,<br />

passam a ser wapté e devem morar separados de seus pais mais ou menos 5 anos. A casa de<br />

formação (hö) dos wapté que eu denomino casa de formação Xavante, para alguns são casa<br />

dos solteiros, casa dos celibatários ou casa dos wapté. Falarei das classes de idade e da sua<br />

compreensão por alguns autores, como Lopes da Silva (1986), Maybury- Lewis (1984),<br />

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