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A SOCIEDADE XAVANTE E A EDUCAÇÃO: UM OLHAR ... - UCDB

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afirma:<br />

A história dos não-índios iniciam-se em 1500, como Carneiro da Cunha (1992, p. 20)<br />

Isso não é só desvantagem: em outros países da América Latina, o oculto a<br />

uma ancestralidade pré-colombiana passa em geral por uma vasta<br />

mistificação, que dissolve o passado e, portanto, a identidade indígena em<br />

um magma geral. Ter uma identidade é ter uma memória própria. Por isso, a<br />

recuperação da própria história é um direito fundamental das sociedades. É<br />

também, pela atual Constituição, o fundamento dos direitos territoriais<br />

indígenas e, particularmente, da garantia de suas terras.<br />

Sobre essa identidade e direito indígenas, há porém que se entender. Os direitos<br />

especiais que os índios têm sobre suas terras também derivam de que eles foram, nas palavras<br />

do Alvará Régio de 1680, “seus primários e naturais senhores” ocupantes dessa terra, ou seja,<br />

derivam de uma situação histórica (CARNEIRO DA CUNHA, 1992, p. 22). A autora<br />

reconhece os direitos dos povos indígenas como aqueles que foram os primeiros ocupantes<br />

desta terra chamada Brasil.<br />

1.3.1 Da Reconquista da terra de Marãiwatsédé até a atualidade<br />

Os Xavante de Marãiwatsédé quando ainda estavam residindo na aldeia Água<br />

Branca, hoje chamada Belém, Terra Indígena Pimentel Barbosa, região de Água Boa, MT, em<br />

novembro de 2003, foram atrás daquela histórica e famosa terra de Marãiwatsédé, pois a<br />

FUNAI estava demorando demais para retomar a luta contra posseiros que por lá viviam. Até<br />

que um dia Rufino ‘Ru’awe organizou uma viagem com os jovens guerreiros, para<br />

primeiramente reconhecer a terra Marãiwatsédé conhecida por eles com esse nome.<br />

Já se esperava muito tempo desde a Eco 92, quando a terra Marãiwatsédé tinha sido<br />

oficialmente anunciada numa rádio no Rio de Janeiro pelo próprio presidente, Gabriele<br />

Cagliari, da Agip Petrolífero ou Liquigaz, como terra indígena que naquela época estavam<br />

devolvendo aos Xavante. Essa história, tanto o CIMI como a FUNAI conhecem muito bem.<br />

Esse anúncio irritou os políticos de Mato Grosso, como também, do local em São Felix do<br />

Araguaia. Os políticos não concoradaram com o anúncio feito pela rádio sobre a devolução da<br />

terra aos Xavante. A Agip Petrolífero reconhece aquela terra como terra dos índios, mas os<br />

políticos de Mato Grosso não aceitaram que os índios voltassem às suas terras e assim<br />

qualquer pessoa que quisesse comprava os lotes e assim enchiam de posseiros dentro daquela<br />

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