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A SOCIEDADE XAVANTE E A EDUCAÇÃO: UM OLHAR ... - UCDB

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1.3 Os índios como agentes de sua história<br />

Os não-indígenas sempre atacavam os indígenas onde estivessem com violência.<br />

Esse quadro começou a mudar a partir dos anos 70, quando começou no Brasil uma nova<br />

visão dos índios com relação aos não-índios. Os índios viram em alguns não-índios um<br />

possível apoio que, segundo Carneiro da Cunha (1992, p. 18):<br />

A percepção de uma política e de uma consciência histórica em que os índios<br />

são sujeitos e não apenas vítimas, só é nova eventualmente para os brancos.<br />

Para os índios, ela parece ser costumeira. É significativo que dois eventos<br />

fundamentais - a gênese do homem branco e a iniciativa do contato - sejam<br />

freqüentemente apreendidas nas sociedades indígenas como o produto de sua<br />

própria ação ou vontade.<br />

O domínio do homem branco com os indígenas sempre ocorreu, desde o primeiro<br />

encontro. Não mudou o pensamento do homem branco de se considerar que é diferente do<br />

índio e por isso deve olhar que é inferior. Conforme Carneiro da Cunha (1992, p. 18): “a<br />

gênese do homem branco nas mitologias indígenas difere em geral da gênese de outros<br />

“estrangeiros” ou inimigos porque introduz, além de simples alteridade, o tema da<br />

desigualdade no poder e na tecnologia”.<br />

Os índios como “Krahô e os Canela, por exemplo, quando lhes foi dada a opção,<br />

preferiram o arco e a cuia à espingarda e ao prato” (CARNEIRO DA CUNHA, 1992, p. 19).<br />

Os Xavante escolheram a mitologia para sua força. Segundo a autora, além dos já citados,<br />

apenas aos Waurá que não conseguem manejar a espingarda é oferecida em primeiro lugar<br />

pelo Sol (IRELAND, 1988 apud CARNEIRO DA CUNHA, 1992, p. 19). No texto de<br />

Carneiro da Cunha (1992), citando Franciscano Abbeville (1975) afirma que os Tupinambá<br />

setecentistas do Maranhão cujos antepassados teriam escolhido a espada de madeira em vez<br />

da espada de ferro. No caso dos Xavante, eles roubaram os machados que os Kaiapó tinham<br />

ganhado dos europeus e quando estavam guerreando era de noite e eles levaram para seus<br />

acampamentos. Mais tarde serviu para uso doméstico como cortar pés de buriti para praticar<br />

as corridas como compet ição com as duas toras.<br />

Nos séculos XVI e XVII, o que talvez mais chamou a atenção foi a ausência de<br />

iconografia portuguesa (os portugueses pareciam muito mais fascinados, na época, pelo<br />

Oriente), que contrasta com a sua importância na França, na Holanda e, subsidiariamente, na<br />

Alemanha. É a época em que está mais viva a especulação sobre o significado dessa nova<br />

humanidade, há um tempo inocente e antropófago. Rapidamente, as descrições pictóricas de<br />

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