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A SOCIEDADE XAVANTE E A EDUCAÇÃO: UM OLHAR ... - UCDB

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Marãiwatsédé (mata medonha, mata ruim), pois tinha variedade de animais ferozes e<br />

perigosos que viviam nela.<br />

1.2 História do contato<br />

Em relação ao impacto colonial sobre os povos indígenas, temos o caso de doenças<br />

como o sarampo e a varíola. Essas enfermidades trazidas no corpo dos colonizadores,<br />

especialmente entre 1562 e 1564, “assolaram as aldeias da Bahia fizeram os índios morrerem<br />

tanto de doenças quanto de fome, a tal ponto que os sobreviventes preferiram venderem-se<br />

como escravos que morrer à míngua” (CARNEIRO DA CUNHA, 1986, p. 1 apud<br />

CARNEIRO DA CUNHA 1992, p. 13).<br />

A autora comenta sobre o mito, a história e a etnicidade dos povos indígenas. Em um<br />

breve resumo, a autora destaca a importância do mito na vida dos povos indígenas Krahó e<br />

Canela (CARNEIRO DA CUNHA, 1986, p. 13-49). Nesse sentido, os Xavante valorizam<br />

muito os mitos e seus ensinos, é disso que vem o poder para afastar as enfermidades, segundo<br />

as informações dos anciãos das aldeias.<br />

No século XIX, um grupo de Xavante de Goiás Velho conseguiu fugir, atravessar o<br />

rio Araguaia e o rio das Mortes, estabelecendo-se na Serra do Roncador, MT. Ali,<br />

readquiriram independência e certa tranquilidade, revivendo as práticas culturais. O mérito<br />

desse reflorescimento cultural foi, no dizer dos velhos, de Butsere e da sua irmã Tsipawi, que<br />

procuraram ensinar aos novos o que tinham conseguido recolher dos velhos (GIACCARIA;<br />

HEIDE, 1984, p. 9) 3 .<br />

Antes de comentar o contato do povo Xavante com a sociedade não-índia, pretendo<br />

me basear no livro “História dos Índios no Brasil”, de Manuela Carneiro da Cunha (1992, p. 9<br />

- 24), para poder me apoiar sobre o assunto que fala diretamente sobre o envolvimento dos<br />

indígenas e como também colaboraram para se manter e estar com aqueles que haviam<br />

chegado primeiro e outros que conseguiram se manter isolados dos invasores.<br />

O trabalho de Carneiro da Cunha (1992) é importante porque, sendo a autora<br />

antropóloga, procurou fazer o possível para organizar todos os dados de outros autores que<br />

escreveram a respeito dos índios do Brasil, para assim, os indígenas não conhecidos e os que<br />

sofreram perante os estrangeiros, no decorrer da chegada dos europeus aqui nesta terra, sejam<br />

conhecidos por quem tiver acesso a essas informações.<br />

3 Esses dois nomes os velhos de Marãiwatsédé não aprovam e eles desconhecem e ainda perguntam de onde<br />

saíram esses nomes? Os velhos de Marãiwatsédé sabem como é o nome dos ancestrais deles.<br />

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