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A SOCIEDADE XAVANTE E A EDUCAÇÃO: UM OLHAR ... - UCDB

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De acordo com a autora, isso aconteceu com os Xavante, que se uniram todos na<br />

mesma região. Está presente, sobretudo a história, na própria relação dos homens com a<br />

natureza.<br />

As sociedades indígenas contemporâneas da Amazônia são, como se apregoou,<br />

sociedades igualitárias e de população diminuta. Durante os últimos quarenta anos, muita tinta<br />

correu para explicar essas características. Uns acharam que as sociedades indígenas tinham<br />

embutido em seu ser um antídoto à emergência do Estado.<br />

A pesquisa arqueológica de Theodore Roosevelt citada por Carneiro da Cunha<br />

(1992), em sua obra “Cultura indígena e índios e arte”, veio corroborar com o que o<br />

historiador Antonio Porro, autor da obra “O povo das águas: ensaios de etno-história”, citado<br />

por Carneiro da Cunha (1992, p. 12) afirmou que a “Amazônia, não fica só na sua várzea, mas<br />

em várias áreas de terra firme, foi povoada durante muito tempo por populosas sociedades<br />

sedentárias e, possivelmente, estratificadas, e essas sociedades são autóctones, ou seja, não se<br />

explicam como o resultado da difusão de culturas andinas mais „avançadas‟”. O trabalho de<br />

Porro foi desenvolvido na região Amazônica e conhecida como etno-história. “As sociedades<br />

indígenas de hoje não são, portanto, o produto da natureza, antes suas relações com o meio<br />

ambiente são mediatizadas pela história” (CARNEIRO DA CUNHA, 1992, p. 12).<br />

No caso do povo Xavante, nas regiões do Maranhão como também em Goiás Velho,<br />

conforme as narrações dos velhos Xavante de Marãiwatsédé, nunca houve uma aldeia com<br />

muitas casas nem com numerosa ocupação. Havia aldeias pequenas em números reduzidos.<br />

Só em contato com os missionários, na década de 50, em Mato Grosso, que os Xavante foram<br />

se agrupando, vindos de outros lugares para as duas novas comunidades da aldeia de<br />

Sangradouro e aldeia de São Marcos e que tiveram o aumento do número de pessoas. Isso<br />

também, quando os Xavante começaram a conhecer o Serviço de Proteção ao Índio (SPI). São<br />

Marcos, praticamente, fica a 126 km do município de Barra do Garças e Sangradouro fica a<br />

222 km.<br />

Sobre a América invadida e suas consequências para os povos indígenas, verifico que<br />

isso ocorreu também em Marãiwatsédé, especialmente, quando foi anunciado no Rio de<br />

Janeiro, durante a Eco-92, que a Terra Suiá-Missú estava ocupada por uma empresa<br />

estrangeira italiana, Agip, representada por Gabriele Cagliari, como presidente da empresa no<br />

Rio de Janeiro, mas residia na Itália e Renato Grillo a representava como funcionário dessa<br />

empresa em São Paulo. Foi no Rio de Janeiro que Cagliari se pronunciou que a terra está<br />

sendo devolvida aos Xavante como reconhecimento. Os políticos mato-grossenses, no<br />

entanto, estimulavam a ocupação dessas terras por não-índios com o objetivo de que não fosse<br />

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