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A SOCIEDADE XAVANTE E A EDUCAÇÃO: UM OLHAR ... - UCDB

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com os posseiros eram jovens guerreiros na tradição dos Xavante. Eles tinham ido para<br />

conhecer e ver como estava a terra. Só um dos funcionários sabia da ida deles para a terra,<br />

traindo os jovens Xavante. Enquanto os jovens guerreiros iam de caminhão próprio, esse<br />

funcionário entrou em contato pelo telefone com as autoridades da região do Araguaia,<br />

avisando que os jovens indígenas estavam indo para lá. Enquanto os jovens estavam em<br />

confronto na discussão com os posseiros, o caminhão dos indígenas voltava para pegar mais<br />

homens na aldeia. Aquele caminhão fez várias viagens para pegar os homens para poder levar<br />

até a ponte onde estava ocorrendo o tumulto. Isso ocorreu em novembro do ano de 2003.<br />

A fazenda Suiá-Missú ficava a mais de 200 quilômetros da região da aldeia de<br />

Pimentel Barbosa. Lá os Xavante de Marãiwatsédé, no início do ano 2000, haviam brigado e<br />

discutido com aquela população dos Xavante de Pimentel Barbosa, quando moraram naquela<br />

região. Então, pensaram em lutar e reconquistar aquela terra chamada Marãiwatsédé, de onde<br />

eles foram tirados em 1966 para a missão de São Marcos. Mas, em 1964, os Xavante<br />

deixaram a segunda aldeia de Marãiwatsédé Urébédzauire (literalmente traduzindo seria<br />

pequeno abismo que tem água) para se unir na fazenda com a primeira aldeia.<br />

Na virada do ano de 2004, as mulheres também iam levando as coisas dos maridos<br />

para poder ficar lá na ponte, de uma vez, fazendo suas barracas e esperar no acampamento até<br />

que a justiça resolvesse a questão da terra. Os Xavante fizeram acampamento por lá e os<br />

posseiros também. Naquela luta e confronto com os posseiros, o prefeito de Alto Boa Vista,<br />

Mário Barbosa, ficou muito inconformado, pois era contra a entrada dos Xavante naquela<br />

área. A fala do prefeito daquela época, dizia que os índios nunca moraram naquela região.<br />

Entretanto, creio que todos os políticos conheciam aquela região como terra indígena.<br />

Naquela luta tumultuada estiveram outras comunidades, como Namunkurá, Nossa<br />

Senhora Aparecida, São Marcos, Nossa Senhora da Guia, todos da região de São Marcos. Na<br />

área de Parabubu, esteve o próprio grupo no conflito, de São José e São Felipe. A região de<br />

Kuluene, Terra Indígena Parabubu, esteve na luta juntamente com os índios de Marãiwatsédé,<br />

a aldeia Buritizal e a Aldeia Brasil.<br />

Na época da Eco 92, realizada no Brasil, o cacique Damião Paridzané da aldeia<br />

Marãiwatsédé foi à Itália com a ajuda de Mariano Manpieri e Iara Ferraz, italianos que<br />

colaboraram na vistoria e na demarcação daquela terra na época. A história da terra Suiá-<br />

Missú, como foi denominada pelo primeiro invasor, era muito confusa, falava-se de muitos<br />

compradores e donos na concepção dos brancos. Até o vaticano foi acusado de possuir<br />

propriedades nessa área, mas, posteriormente, ficou esclarecido que eram ações investidas na<br />

empresa que comprou aquela terra. Essa informação foi confirmada por Dom Pedro<br />

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