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Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e ...

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POLÍTICA NACIONAL DE REDUÇÃO DA MORBIMORTALIDADE POR A CIDENTES E VIOLÊNCIAS<br />

permanentes e incapaci<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Dados apresentados pelas Nações<br />

Uni<strong>da</strong>s estimam que em 1991, no Brasil, em ca<strong>da</strong> grupo <strong>de</strong> mil pessoas,<br />

17 eram <strong>por</strong>tadoras <strong>de</strong> seqüelas (cit. em Whitaker, 1993). Entre os<br />

<strong>da</strong>nos produzidos no paciente, que exemplificam essa última situação,<br />

<strong>de</strong>stacam-se as lesões medulares traumáticas.<br />

Em 1997, foram atendidos, nos hospitais ligados ao SUS, 6.388<br />

pacientes com fratura <strong>de</strong> coluna vertebral, com taxa <strong>de</strong> internação mais<br />

eleva<strong>da</strong> que nos anos anteriores. Quanto à localização <strong>da</strong> fratura, mais<br />

<strong>de</strong> 50% dos casos correspon<strong>de</strong>ram aos segmentos cervical e dorsal, o<br />

que evi<strong>de</strong>ncia a gravi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> situação e a possível ocorrência <strong>de</strong><br />

seqüelas (Laurenti e cols., 1998).<br />

Um outro exemplo po<strong>de</strong> ser <strong>da</strong>do valendo-se <strong>de</strong> estudo <strong>da</strong><br />

distribuição <strong>de</strong> pacientes atendidos, naquele mesmo ano, na Re<strong>de</strong> Sarah<br />

<strong>de</strong> Hospitais do Aparelho Locomotor (re<strong>de</strong> pública e <strong>de</strong> referência<br />

nacional para recuperação e reabilitação): do total <strong>de</strong> 293 pacientes,<br />

42,2% foram vítimas <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> trânsito, 24,0% <strong>de</strong> disparos <strong>de</strong><br />

armas <strong>de</strong> fogo, 12,4% <strong>de</strong> mergulhos em águas rasas, 11,6% <strong>de</strong> que<strong>da</strong>s<br />

e 9,5% <strong>de</strong> outros tipos <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes e <strong>de</strong> violências. A gran<strong>de</strong> maioria<br />

<strong>de</strong>sses pacientes era forma<strong>da</strong> <strong>por</strong> jovens, com i<strong>da</strong><strong>de</strong> entre 10 e 29<br />

anos – 53,7% –, o que representa para o País o ônus <strong>da</strong> per<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

valiosos anos <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> produtiva e o custo <strong>de</strong> um tratamento médicohospitalar<br />

que, em muitos casos, po<strong>de</strong> prolongar-se <strong>por</strong> to<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong>. Ao<br />

lado disso, registre-se o fato <strong>de</strong> que são poucos os centros <strong>de</strong><br />

reabilitação; os pertencentes ao INSS estão sendo <strong>de</strong>sativados.<br />

O impacto <strong>da</strong> <strong>de</strong>ficiência po<strong>de</strong> trazer implicações para o estado<br />

funcional do indivíduo, que engloba as funções física, psíquica e social;<br />

na capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> para reinserção; na disposição do paciente para levar<br />

uma vi<strong>da</strong> in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, retomando papéis sociais relevantes; e na<br />

disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> para beneficiar-se <strong>da</strong>s aju<strong>da</strong>s tecnológicas o<strong>por</strong>tunas.<br />

As alterações físicas interferem diretamente na função do indivíduo,<br />

comprometendo sua in<strong>de</strong>pendência para a realização <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

relaciona<strong>da</strong>s ao cui<strong>da</strong>do pessoal, mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s ocupacionais<br />

e profissionais.<br />

Em outras socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s, o processo <strong>de</strong> reabilitação envolve o<br />

esforço <strong>de</strong> múltiplas instituições públicas e priva<strong>da</strong>s, bem como <strong>de</strong><br />

organizações civis, no sentido <strong>de</strong> concretizar tal etapa que seria, ao<br />

final, habilitar o paciente para o retorno ao trabalho, reintegrando-o à<br />

força produtiva <strong>da</strong> nação. Essas ações, como também a avaliação do<br />

impacto econômico e social <strong>da</strong> incapacitação física, são incomuns no<br />

Brasil, em parte <strong>por</strong>que os incapacitados físicos constituem, em gran<strong>de</strong>

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