04.08.2013 Views

Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e ...

Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e ...

Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

POLÍTICA NACIONAL DE REDUÇÃO DA MORBIMORTALIDADE POR A CIDENTES E V IOLÊNCIAS<br />

eventos violentos: atualmente, cerca <strong>de</strong> sete, em ca<strong>da</strong> 10 adolescentes,<br />

morrem <strong>por</strong> causas externas. Entre 1984 e 1994, a taxa <strong>de</strong> mortali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

na população masculina <strong>de</strong> 15 aos 19 anos passou <strong>de</strong> 93,7 para 128,2<br />

<strong>por</strong> 100.000 habitantes, significando um aumento <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 37%<br />

(Mello Jorge e cols., 1998). Cruz Neto e Moreira – 1998 – chamam a<br />

atenção para as precárias condições <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> crianças e adolescentes<br />

que não têm acesso à escola ou trocam as salas <strong>de</strong> aula pelo trabalho,<br />

num total <strong>de</strong>scaso e <strong>de</strong>srespeito ao ECA. O número elevado <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes<br />

<strong>de</strong> trabalho envolvendo crianças, cuja ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> é legalmente proibi<strong>da</strong>,<br />

e <strong>de</strong> adolescentes – este protegido <strong>por</strong> lei –, <strong>de</strong>man<strong>da</strong> uma ação urgente<br />

e eficaz volta<strong>da</strong> ao cumprimento do ECA.<br />

Os adolescentes e jovens com ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> sexual inicia<strong>da</strong> ca<strong>da</strong> vez<br />

mais precocemente, e <strong>de</strong>sprotegi<strong>da</strong>, apresentam conseqüências sérias<br />

como as Doenças Sexualmente Transmissíveis – DST, a aids, o aborto<br />

e a gravi<strong>de</strong>z não planeja<strong>da</strong>, elevando a mortali<strong>da</strong><strong>de</strong> materna já relevante<br />

no contexto nacional e em outros países em <strong>de</strong>senvolvimento. Soma-se<br />

a isso o aumento <strong>da</strong> exploração sexual <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

econômica e <strong>de</strong> sobrevivência <strong>de</strong>sses indivíduos. Agravando essa<br />

situação, registre-se a falta <strong>de</strong> orientação a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> e o <strong>de</strong>spreparo <strong>da</strong><br />

escola, dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> em li<strong>da</strong>r com a questão<br />

<strong>da</strong> sexuali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

No segmento populacional representado pelas mulheres, as<br />

violências físicas e sexuais são os eventos mais freqüentes, cujos<br />

<strong>de</strong>terminantes estão associados a relações <strong>de</strong> gênero, estrutura<strong>da</strong>s<br />

em bases <strong>de</strong>siguais e que reservam a elas um lugar <strong>de</strong> submissão e <strong>de</strong><br />

valor na socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Os agressores, em sua gran<strong>de</strong> maioria, são<br />

conhecidos, sendo i<strong>de</strong>ntificados, com maior freqüência, maridos,<br />

companheiros e parentes próximos. Dados <strong>de</strong> 1998 <strong>da</strong> Pesquisa<br />

<strong>Nacional</strong> <strong>por</strong> Amostragem Domiciliar (Pnad) indicam que 63% dos casos<br />

<strong>de</strong> agressão física ocorridos nos domicílios tiveram como vítima a mulher.<br />

O respeito à vítima que sofreu violência nem sempre é observado,<br />

seja no atendimento prestado pelos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, seja na recepção<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>núncias em <strong>de</strong>legacias, nos institutos <strong>de</strong> medicina legal e outros<br />

órgãos envolvidos. É comum as mulheres serem responsabiliza<strong>da</strong>s ou<br />

culpa<strong>da</strong>s pela violência sofri<strong>da</strong>. Essa conjuntura dificulta a toma<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

atitu<strong>de</strong>s <strong>por</strong> parte <strong>da</strong>s mulheres, tanto para <strong>de</strong>nunciar as agressões,<br />

quanto para reagir <strong>de</strong> maneira efetiva modificando a situação vivi<strong>da</strong>.<br />

Tal situação é ain<strong>da</strong> mais grave no caso <strong>de</strong> crianças, adolescentes e<br />

<strong>de</strong>ficientes, que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> um adulto para procurar atendimento<br />

que, muitas vezes, é o próprio agressor.<br />

21

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!