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FACULDADE DE DIREITO - Faap

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ENTREVISTA COM O VICE-DIRETOR DA <strong>FACULDA<strong>DE</strong></strong> <strong>DE</strong> <strong>DIREITO</strong> DA FAAP<br />

1. São muitas e boas as recordações de infância no Rio<br />

de Janeiro, Avaré e Angatuba? Fale sobre elas e revele<br />

o menino que ainda existe no Desembargador de hoje.<br />

Muitas e saudosas as recordações da minha infância e<br />

juventude, onde tudo era mais bonito, mais tranqüilo e,<br />

sobretudo, mais seguro. Nossa cidade maravilhosa, onde<br />

passava férias ao lado dos meus queridos avós, pais de<br />

minha mãe, com muita praia e sol, na linda Copacabana.<br />

Outros locais, de preocupação zero, eram as cidades de<br />

Avaré, onde nasceu meu pai, e Angatuba, onde ainda<br />

moram parentes de minha avó paterna. Mas é de Angatuba<br />

que sinto mais saudades, das festas de Nossa Senhora do<br />

Carmo, dos churrascos, do futebol e da galinhada, prato<br />

típico das noites de inverno. Eu nem imaginava o quanto<br />

era bom!!!<br />

2. Colégios Dante Alighieri e São Luís, aqui em São<br />

Paulo. Nesses lugares a gente vive momentos bons da<br />

vida. Como foi isso?<br />

Comecei minha vida estudantil no Colégio Dante Alighieri,<br />

onde cursei até o 3.º ano primário, como se falava na época,<br />

mas as recordações são apenas de muito estudo e de um<br />

imenso gramado onde eu queria muito jogar futebol, porém<br />

como era pequeno demais não era permitido. Foi no Colégio<br />

São Luis, alí na Avenida Paulista, menos pujante do que<br />

hoje, que feliz da vida terminaria meu ciclo de aprendizado<br />

básico, antes da faculdade. Colégio de padre onde, no<br />

início, só estudavam homens, abrindo-se às mulheres anos<br />

depois, o que muito melhorou a convivência e a beleza da<br />

escola. Professores de primeira linha, exigentes, missas<br />

obrigatórias semanais e um incentivo ao esporte que dava<br />

gosto, principalmente a mim, que amava e ainda amo um<br />

futebolzinho.<br />

Desembargador José Roberto Neves Amorim<br />

3. E a PUC?<br />

Veio a PUC, agora nos bancos universitários onde eu seria<br />

realmente forjado profissionalmente, e sabia disso. Desde a<br />

matrícula no 1.º ano eu já sabia que queria seguir a mesma<br />

carreira de meu pai, a magistratura. Focado nesse objetivo,<br />

cursei os cinco anos, chegando a fazer cursinho preparatório<br />

para magistratura já no 5.º ano. Foi um sacrifício, pois fazia<br />

o cursinho pela manhã, trabalhava à tarde e completava o<br />

dia na faculdade. A tudo isso se agregava a mulherada, o<br />

futebol e as viagens. Tudo valeu a pena. Vivi intensamente<br />

aqueles momentos, aliás, como faço até hoje, a vida tem<br />

que ser vivida com alegria, felicidade e intensidade. Mais<br />

tarde concluiria o mestrado e o doutorado na escola do meu<br />

coração.<br />

4. No processo de ingresso na magistratura ocorreu<br />

algum momento de grande aflição, ansiedade ou medo?<br />

Ou todos? E a alegria pela aprovação?<br />

Terminada a faculdade, colocou-se à minha frente o maior<br />

objetivo e o maior desafio da minha vida até então: tornarme<br />

juiz. Estudei sem parar mais um ano, no cursinho,<br />

além daquele no 5.º ano da faculdade. Estudar sem parar<br />

significou abandonar o futebol e toda e qualquer atividade<br />

capaz de desviar a atenção. Chegou o dia da maratona. A<br />

prova escrita era realizada no Palácio da Justiça, onde se<br />

juntavam a mim mais de três mil candidatos. Imaginar esse<br />

número hoje é fácil, o difícil é imaginar 26 anos atrás. A<br />

inexperiência falava mais alto, o nervosismo e a ansiedade<br />

tomavam conta do meu corpo e da minha alma. Com<br />

a prova nas mãos, após a oração rogando a proteção e o<br />

amparo de Deus, comecei a me acalmar e fiz a prova, longa<br />

por sinal, no tempo limite. Agora era esperar o resultado<br />

para saber se passaria à fase oral. Muitos e longos dias<br />

se passaram, intermináveis mesmo, até que saiu a lista<br />

Revista Juris da Faculdade de Direito, São Paulo, v.3, jan/junho. 2010.

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