002526_RFOL16n1 jor copy.idd - Unimep
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8<br />
INTRODUÇÃO<br />
As cerâmicas odontológicas apresentam<br />
inúmeras características favoráveis, incluindo<br />
biocompatibilidade, baixa condutividade térmica<br />
e elétrica, alta resistência à compressão<br />
e excelente potencial para simular a aparência<br />
dos dentes naturais, 5 possibilitando a<br />
obtenção de resultado estético bastante satisfatório,<br />
satisfazendo, desta forma, aos anseios<br />
do profissional e, sobretudo, do paciente.<br />
Por outro lado, esses materiais, inicialmente<br />
representados pelas porcelanas feldspáticas,<br />
possuem baixa resistência à tração e à<br />
fratura, devido à propagação de trincas pela<br />
estrutura interna durante seu processamento<br />
laboratorial, ou clínico, 22 não sendo capazes<br />
de resistir às tensões mecânicas presentes no<br />
ambiente bucal. 12<br />
Desde a introdução da coroa oca de<br />
porcelana por Land, em 1887, confeccionada<br />
sobre lâmina de platina, inúmeros sistemas<br />
de porcelana pura foram desenvolvidos.<br />
Com a incorporação de pequenos cristais à<br />
estrutura, como o óxido de alumina (Al 2<br />
O 3<br />
),<br />
procurou-se reduzir a propagação de trincas,<br />
contornando as limitações mecânicas apresentadas<br />
pelas porcelanas feldspáticas.<br />
Os sistemas mais recentes se fundamentaram<br />
no desenvolvimento de materiais de<br />
infra-estrutura, em substituição ao metal,<br />
que, associados às porcelanas de cobertura<br />
(feldspáticas), podem proporcionar excelente<br />
resultado estético sem comprometer o<br />
desempenho mecânico indispensável à longevidade<br />
clínica da restauração. Dentre eles,<br />
podem ser destacados o Procera composto<br />
de 99% de Al 2<br />
O 3<br />
, processado pelo sistema<br />
CAD/CAM, o IPS Empress e o IPS Empress 2,<br />
processados pela técnica da cera perdida e<br />
injeção sob pressão, e o In-Ceram.<br />
O sistema In-Ceram foi introduzido, em<br />
1987, pelo francês Sadoun e consiste em um<br />
material cerâmico à base de Al 2<br />
O 3,<br />
que é sinterizado<br />
em densidade extremamente alta e,<br />
posteriormente, infiltrado por vidro, 12 o que<br />
lhe confere superiores propriedades mecâni-<br />
7, 9, 13, 25, 26, 30<br />
cas.<br />
Considerado como o sistema totalmente<br />
cerâmico de maior resistência à fratura, 12 o<br />
In-Ceram é atualmente disponível em três<br />
formas: Alumina, Spinell e Zircônia, sendo<br />
os dois últimos oriundos de modificações no<br />
In-Ceram<br />
In-Ceram Alumina original. A substituição<br />
de parte do Al 2<br />
O 3<br />
, formando a estrutura do<br />
Spinell (MgAl 2<br />
O 4<br />
), melhorou a<br />
translucidez, enquanto a obtenção da estrutura<br />
do In-Ceram Zircônia (Al 2<br />
O 3<br />
ZrO 2<br />
) proporcionou<br />
significativa melhora nas características<br />
mecânicas.<br />
Isso sugere que o sistema In-Ceram,<br />
com suas diferentes estruturas, possui uma<br />
interessante versatilidade, podendo ser aplicado<br />
nas mais variadas situações clínicas,<br />
atendendo aos requisitos mecânicos e estéticos.<br />
Dessa forma, o objetivo deste trabalho<br />
é abordar os aspectos de relevância clínica<br />
associados ao emprego dos sistemas totalmente<br />
cerâmicos In-Ceram Alumina, Spinell<br />
e Zircônia.<br />
REVISÃO DA LITERATURA<br />
Yoshinari e Dérand, 30 em 1994, avaliaram<br />
a resistência à fratura de coroas Vitadur<br />
N (Vita), In-Ceram (Vita), Dicor (Dentsply)<br />
e IPS-Empress (Ivoclar), variando o agente<br />
de cimentação (ionômero de vidro, resinoso<br />
e fosfato de zinco) e a ciclagem mecânica em<br />
meio aquoso, com 10.000 ciclos. Os resultados<br />
mostraram que a resistência à fratura<br />
das coroas Vitadur N diminuiu significativamente<br />
com a ciclagem mecânica, independentemente<br />
do cimento. O cimento resinoso<br />
proporcionou resistência à fratura significativamente<br />
superior aos demais, que se mostraram<br />
iguais, e as coroas de In-Ceram (1276 N)<br />
apresentaram resistência à fratura superior<br />
às demais (IPS Empress-891 N, Dicor-840<br />
N e Viradur-770 N), que não apresentaram<br />
diferença entre si. Apenas as coroas de In-<br />
Ceram apresentaram padrão de fratura da<br />
cerâmica de cobertura, preservando a infraestrutura,<br />
enquanto nas demais ocorreu a<br />
fratura total da coroa.<br />
Segui e Sorensen, 26 em 1995, avaliaram<br />
a resistência à flexão de três pontos das cerâmicas<br />
Mark II (Vita), IPS Empress (Ivoclar),<br />
Dicor MGC (Dentsply), In-Ceram Alumina<br />
(Vita), In-Ceram Spinell (Vita) e In-Ceram<br />
Zircônia (Vita), utilizando como controle a<br />
cerâmica sem reforço cristalino Soda-lime<br />
Glass e a porcelana feldspática reforçada<br />
com leucita VMK 68 (Vita). Pelos dados obtidos,<br />
notou-se diferença significativa entre os<br />
materiais In-Ceram Zircônia (603,7 MPa),<br />
In-Ceram Alumina (446,42 MPa), In-Ceram<br />
Spinell (377,92 MPa), Dicor MGC (228,88<br />
MPa), IPS Empress glazeado (127, 67 MPa),<br />
Mark II (121,67 MPa), IPS Empress polido<br />
Rev. Fac. Odontol. Lins, Piracicaba, 16 (1): 7-12, 2004<br />
UNIMEP • Universidade Metodista de Piracicaba