Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
<strong>Pará</strong> Independente<<strong>br</strong> />
Começou em Muaná<<strong>br</strong> />
*Acyr Castro<<strong>br</strong> />
Avida não flui fácil para um coroa<<strong>br</strong> />
que acaba de perder a mãe e<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong>pletar a indecorosa idade de<<strong>br</strong> />
69 anos. E, ainda por cima, tem que pê de<<strong>br</strong> />
tudo, encarar a morte de uma de suas<<strong>br</strong> />
atrizes favoritas e um de seus mais<<strong>br</strong> />
apreciados cineastas. Vai que a revista<<strong>br</strong> />
“<strong>Pará</strong> +” quer, então, saber da Adesão do<<strong>br</strong> />
<strong>Pará</strong> à Independência do <strong>Brasil</strong>.<<strong>br</strong> />
Neuza Cecília, flor ida em março no dia<<strong>br</strong> />
15, foi filha de um dos músicos<<strong>br</strong> />
promissores da Amazônia, Manuel Luiz<<strong>br</strong> />
de Paiva, patrono de uma das cadeiras da<<strong>br</strong> />
Academia Paraense de Música que ao que<<strong>br</strong> />
sei anda em banho maria sabe-se lá a<<strong>br</strong> />
razão. Maneco Paiva escreveu peças<<strong>br</strong> />
eruditas e a melodia das canções<<strong>br</strong> />
populares na primeira década do século vinte; autor<<strong>br</strong> />
do hino oficial do Payssandu ao lado do poeta José<<strong>br</strong> />
Simões, hino que o clube praticamente esqueceu,<<strong>br</strong> />
pelo que se vê e ouve, em favor de uma marchinha<<strong>br</strong> />
que caiu no gosto (ou na “boca”) da Argentina no<<strong>br</strong> />
curso da disputa pela Taça Libertadores daAmérica.<<strong>br</strong> />
Norte-americana, Katharine Hepburn é uma das<<strong>br</strong> />
maiores atrizes do cinema, haja vista os filmes que<<strong>br</strong> />
estrelou, entre eles “A Mulher Que Soube Amar”<<strong>br</strong> />
(1935) de George Stevens, “Quando O Coração<<strong>br</strong> />
Floresce” (1955) de David Lean, “Longa Jornada<<strong>br</strong> />
Noite Adentro” (1962) de Sidney Lumet. Quem<<strong>br</strong> />
nunca viu, aguarde cópia em DVD. Esperar jamais<<strong>br</strong> />
valerá tanto, creiam em mim. Não falo por falar, só<<strong>br</strong> />
garanto ao ter inteira certeza do que falo; palavra de<<strong>br</strong> />
quem sabe por ter visto e revisto. O filme de Lumet<<strong>br</strong> />
saiu da peça teatral de Eugène O´Neil, claro.<<strong>br</strong> />
Já o cineasta ítalo-<strong>br</strong>asileiro, de origem libanesa,<<strong>br</strong> />
Walter-Hugo Khouri, chegou a ser bom amigo<<strong>br</strong> />
pessoal meu, nos idos do meu dourado exílio no eixo<<strong>br</strong> />
São Paulo/Rio de Janeiro, 1966 a 1978. Várias vezes<<strong>br</strong> />
estive <strong>com</strong> ele, almoçamos juntos em tantas<<strong>br</strong> />
ocasiões, e o entrevistei para o “Jornal do <strong>Brasil</strong>” em<<strong>br</strong> />
não poucas oportunidades. Pelos padrões críticos que<<strong>br</strong> />
adoto, na busca rigorosa de formas cinemáticas<<strong>br</strong> />
criativas e originais, é ele um dos melhores criadores<<strong>br</strong> />
na área intimista e psicológica. Fitas <strong>com</strong>o “Noite<<strong>br</strong> />
Katharine Hepburn<<strong>br</strong> />
Vazia” (1964), “Corpo Ardente” (1965), “As<<strong>br</strong> />
Amorosas” (1968) e “Paixão e Som<strong>br</strong>as” (1977) são<<strong>br</strong> />
indiscutíveis o<strong>br</strong>as de arte. Um mestre à altura dos<<strong>br</strong> />
mestres que admirava particularmente, o sueco<<strong>br</strong> />
Ingmar Bergman e o italiano Michelangelo<<strong>br</strong> />
Antonioni. Raríssimos neste país podem se lhe<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong>parar, de Mário Peixoto (“Limite”, 1931) ao<<strong>br</strong> />
Alberto Cavalcanti que só conseguiu o máximo (“Na<<strong>br</strong> />
Solidão Da Noite” em 1945 e “Nas Garras Da<<strong>br</strong> />
Fatalidade” em 1947) filmando na Inglaterra; sem<<strong>br</strong> />
esquecer o Nelson Pereira Dos Santos de “Vidas<<strong>br</strong> />
Secas” (1963) e “Memórias Do Cárcere” (1983)<<strong>br</strong> />
cinematizando a literatura de Graciliano Ramos ou o<<strong>br</strong> />
Hector Babenco de “Lúcio Flávio o passageiro da<<strong>br</strong> />
agonia” (1977), “Pixote A Lei Do Mais Fraco”<<strong>br</strong> />
(1980) e por pouco o desse recente “Carandiru”.<<strong>br</strong> />
Não, não esqueci nem o Murilo Salles de “Nunca<<strong>br</strong> />
Fomos Tão Felizes” (1984) nem o Walter Salles<<strong>br</strong> />
Júnior de “Central Do <strong>Brasil</strong>” (<strong>com</strong>o esquecer<<strong>br</strong> />
Fernanda Montenegro?), sequer o Luís Sérgio<<strong>br</strong> />
Person de “São Paulo Sociedade Anônima”, juro por<<strong>br</strong> />
Deus, gente! Muitíssimo menos o Paulo César<<strong>br</strong> />
Saraceni (1970) de “ACasaAssassinada” baseado na<<strong>br</strong> />
“crônica da casa assassinada” do romancista Lúcio<<strong>br</strong> />
Cardoso.<<strong>br</strong> />
Vamos deixar o Glauber Rocha na santa paz do<<strong>br</strong> />
24 <strong>Pará</strong>+ <strong>Edição</strong> <strong>16</strong>