You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Marcos Históricos do<<strong>br</strong> />
DESCOBRIMENTO<<strong>br</strong> />
*Sérgio Martins PANDOLFO<<strong>br</strong> />
*Sérgio Martins PANDOLFO<<strong>br</strong> />
Cruz da Ordem de Cristo<<strong>br</strong> />
Elevação da Cruz em Porto Seguro,<<strong>br</strong> />
óleo so<strong>br</strong>e tela de Pedro Peres (1879),<<strong>br</strong> />
Museu Nacional de Belas Artes.<<strong>br</strong> />
Com o propósito ou a intenção declarada de salvar as<<strong>br</strong> />
almas dos infiéis das novas terras conquistadas ou<<strong>br</strong> />
descobertas, os portugueses lançaram-se ao “mar<<strong>br</strong> />
oceano” <strong>com</strong> suas naus e caravelas, “cruzadas”, isto<<strong>br</strong> />
é, <strong>com</strong> a cruz vermelha da Ordem dos Cavaleiros de<<strong>br</strong> />
Cristo (ordem militar que em Portugal sucedeu a dos Templários<<strong>br</strong> />
e ajudou a financiar as primeiras viagens) estampada nas velas e<<strong>br</strong> />
nas vestes.<<strong>br</strong> />
Destarte, os territórios que iam sendo “achados“ eram<<strong>br</strong> />
demarcados <strong>com</strong> marcos assaz significativos e explícitos,<<strong>br</strong> />
constituídos, a princípio, por uma cruz de madeira do local,<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong>o é exemplo a que plantaram na “aguada” de São Braz (atual<<strong>br</strong> />
Mossel Bay, África do Sul), logo de do<strong>br</strong>arem o Cabo da Boa<<strong>br</strong> />
Esperança e, no <strong>Brasil</strong>, aquando da chegada da esquadra de<<strong>br</strong> />
Ca<strong>br</strong>al ao “porto seguro” de que nos fala Caminha em sua<<strong>br</strong> />
“carta” a el-rei D.Manuel I, o Venturoso, num ilhéu de águas<<strong>br</strong> />
claras e calmas, atual ilhéu da Coroa Vermelha, no litoral baiano,<<strong>br</strong> />
em larga e aconchegante baía, batizada, atualmente, de Baía<<strong>br</strong> />
Ca<strong>br</strong>ália, em honor de seu intrépido conquistador; lá o<<strong>br</strong> />
<strong>com</strong>andante Pedr'Álvares mandou erigir enorme cruz, para que<<strong>br</strong> />
melhor pudesse ser avistada, confeccionada em pau-<strong>br</strong>asil,<<strong>br</strong> />
madeira no<strong>br</strong>e e cobiçada, ali abundante, e que viria dar nome<<strong>br</strong> />
definitivo ao novo território achado, adornando-a <strong>com</strong> as armas<<strong>br</strong> />
e divisas de Portugal. Ao pé desse cruzeiro, em improvisado<<strong>br</strong> />
altar, foi rezada a primeira missa em terras <strong>br</strong>asílicas, pelo frei<<strong>br</strong> />
Henrique de Coim<strong>br</strong>a, ainda consoante a Carta de Caminha. Na<<strong>br</strong> />
Coroa Vermelha, que hoje a<strong>br</strong>iga uma reserva indígena Pataxó,<<strong>br</strong> />
os nativos ergueram uma réplica da cruz ca<strong>br</strong>alina, em pau<strong>br</strong>asil,<<strong>br</strong> />
no ponto mesmo em que, segundo suas tradições<<strong>br</strong> />
ancestrais, deu-se a primeira cele<strong>br</strong>ação da Eucaristia. Esses<<strong>br</strong> />
marcos, rústicos e temporários, eram posteriormente trocados<<strong>br</strong> />
por peças graníticas ou marmóreas, incrustadas <strong>com</strong> o <strong>br</strong>asão do<<strong>br</strong> />
reino lusitano e a cruz de Cristo so<strong>br</strong>eposta, padrões esses que<<strong>br</strong> />
eram levados nas embarcações lusas das “carreiras”<<strong>br</strong> />
transoceânicas e assentados em locais estratégicos e de fácil<<strong>br</strong> />
<strong>Edição</strong> <strong>16</strong> <strong>Pará</strong>+ 43