Edição 16 Belém-Pará-Brasil para+@cirios.com.br

Olhos<br />
de<br />
PAI<br />
“ ”<br />
A verdade, meu filho,<br />
esse é o caminho, diria ele.<br />
*Daniel da Rocha Leite<br />
Carrego comigo o sentimento do meu pai.<br />
Durante a árida caminhada dessa vida, sinto<br />
a presença dele em muitos momentos,<br />
especialmente naqueles mais difíceis nos quais o seu<br />
legado se faz mais vivo. A verdade, meu filho, esse é<br />
o caminho, diria ele.<br />
Quantas vezes precisei do seu olhar para durante uma<br />
dessas quedas, caído já, crer que tinha forças pra me<br />
levantar e continuar a lida, acreditando no amanhã,<br />
na possibilidade do ser humano, na possibilidade da<br />
família, do trabalho e do amor.<br />
Pouco o conheci, Deus o chamou quando eu tinha<br />
seis anos de idade. Minha mãe, d. Elisia, professora<br />
de piano, fez da imagem do meu pai uma presença<br />
constante em nossos passos. João Batista, era esse o<br />
nome dele. Seis anos nos quais aprendi que a<br />
integridade, o estudo e a verdade compõem uma<br />
história de vida, esperança que não é dádiva, porém<br />
luta constante porque viver vale muito a pena.<br />
Olhos de pai, quem os tem, zele por eles, pois são<br />
pura linguagem de amor e crença na vida, embora<br />
não entendida por muitos, mas sempre há tempo...Dê<br />
um abraço no seu pai hoje, antes olhe nos olhos dele e<br />
guarde o seu olhar, plasme o olhar do seu pai na sua<br />
vida, se possível todos os dias.<br />
Por aqui, olho nos olhos do meu filho e sinto o meu<br />
pai me olhando, vivo um pouco daqueles seis anos<br />
todas as manhãs quando acordo meu moleque pra ir à<br />
escola.<br />
Santa Maria<br />
Edição 16 Pará+ 09