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Vol 13 - Nº 3

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Rev Bras Cardiol Invas 2005; <strong>13</strong>(3): 176-184.<br />

Pilla CB, Nogueira AJS. Manejo Híbrido da Síndrome da Hipoplasia do Ventrículo Esquerdo. Rev Bras Cardiol Invas 2005; <strong>13</strong>(3):<br />

176-184.<br />

Artigo de Revisão<br />

Manejo Híbrido da Síndrome da Hipoplasia<br />

do Ventrículo Esquerdo<br />

Carlo B. Pilla 1 , Aldemir J. S. Nogueira 2<br />

RESUMO<br />

Os autores descrevem, neste artigo de revisão, a abordagem<br />

híbrida, envolvendo técnicas intervencionistas e cirúrgicas,<br />

para o manejo da síndrome da hipoplasia do ventrículo<br />

esquerdo. São discutidos detalhes da técnica combinada<br />

como alternativa ao tratamento cirúrgico tradicional, bem<br />

como resultados imediatos e em curto prazo descritos na<br />

literatura e na instituição dos autores, com ênfase na primeira<br />

fase e no seguimento clínico posterior.<br />

DESCRITORES: Síndrome do coração esquerdo hipoplásico,<br />

cirurgia. Procedimentos cirúrgicos cardíacos, métodos. Cardiopatias<br />

congênitas.<br />

SUMMARY<br />

Hybrid Management of Left Ventricle<br />

Hypoplasia Syndrome<br />

In this review article, the authors describe the hybrid approach<br />

through interventional and surgical techniques for the management<br />

of left ventricle hypoplasia syndrome. Details of a<br />

combined technique as an alternative for the traditional surgery<br />

treatment are discused, as well as immediate and short term<br />

results described in literature and at the authors’ institution,<br />

focusing phase 1 and subsequent clinical follow-up.<br />

DESCRIPTORS: Hypoplastic left heart syndrome, surgery.<br />

Cardiac surgical procedures, methods. Heart defects, congenital.<br />

Asíndrome da hipoplasia do ventrículo esquerdo<br />

(SHVE) é uma cardiopatia congênita cianótica grave<br />

relativamente comum, sendo a décima em prevalência<br />

entre todas as cardiopatias congênitas, respondendo<br />

por cerca de 3% do total 1 . A história natural<br />

resulta em óbito na totalidade dos casos, a grande<br />

maioria no período neonatal. Seu tratamento geralmente<br />

envolve três opções: (1) correção cirúrgica, (2)<br />

transplante cardíaco ou (3) conduta expectante e conforto<br />

à família.<br />

A correção cirúrgica da SHVE prevê uma reconstrução<br />

em estágios, sendo que o primeiro (também conhecido<br />

como cirurgia de Norwood) é geralmente empregado<br />

no período neonatal e os seguintes com 6 meses<br />

(anastomose cavopulmonar bidirecional) e ao redor<br />

dos 2 anos (anastomose cavopulmonar total), conforme<br />

protocolos individuais de cada instituição 2 . O objetivo<br />

final é criar uma separação entre as circulações<br />

1<br />

Serviço de Cardiologia Pediátrica do Complexo Hospitalar da<br />

Santa Casa de Porto Alegre; Porto Alegre, RS.<br />

2<br />

Serviço de Cirurgia Cardíaca Pediátrica do Complexo Hospitalar<br />

da Santa Casa de Porto Alegre; Porto Alegre, RS.<br />

Correspondência: Carlo B. Pilla. Cardiologia Pediátrica. Hospital da<br />

Criança Santo Antônio. Av. Independência, 155 - Porto Alegre, RS<br />

- CEP 90035-074 • e-mail: cbpilla@hotmail.com<br />

Recebido em: 14/02/2006 • Aceito em: 03/03/2006<br />

pulmonar e sistêmica, resultando em alívio da cianose,<br />

redução da sobrecarga de volume sobre o ventrículo<br />

principal e permitindo débito cardíaco adequado, sem<br />

aumento significativo da pressão venosa central.<br />

A terapia cirúrgica da SHVE sofreu avanços consideráveis<br />

no manejo pré, trans e pós-operatórios, nas<br />

últimas duas décadas; entretanto, os resultados permanecem<br />

pobres na maioria das instituições. Um estudo<br />

multicêntrico na América do Norte 3 , utilizando dados<br />

coletados pela Congenital Heart Surgeons Society, descreveu<br />

os desfechos da correção cirúrgica para SHVE.<br />

Este trabalho mostrou que a sobrevida imediata após<br />

a cirurgia de Norwood é de 72%, sendo adicionada<br />

uma mortalidade de 12%, no período entre esta cirurgia<br />

e o estágio 2. Após a realização dos estágios 2 e 3,<br />

a sobrevida total da coorte inicial é de apenas 50% 3 .<br />

O sucesso do transplante cardíaco depende da<br />

disponibilidade de órgãos para transplante. No período<br />

neonatal, a disponibilidade de corações para transplante<br />

é reconhecidamente pequena, resultando em<br />

elevada mortalidade na lista de espera 4 .<br />

A abordagem híbrida foi idealizada com o propósito<br />

de reduzir a morbi-mortalidade associada ao tratamento<br />

cirúrgico convencional, ao possibilitar postergar<br />

uma cirurgia cardíaca de grande porte para além<br />

do período neonatal. Adicionalmente, permite aumen-<br />

176<br />

CarloPilla.p65 176<br />

9/6/2006, 17:44

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