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SAÚDE //<br />
POR Clarissa Gomes FOTOS Divulgação<br />
“Espelho, espelho meu...”.<br />
Tal como nas estorinhas infantis, o ideal de pele jovem,<br />
lisinha, sem manchas e (ver)rugas ainda povoa<br />
o imaginário de muitas mulheres. Hoje, o que<br />
diferencia ficção de realidade são os métodos utilizados<br />
para alcançar esse objetivo. Nada de poções<br />
mágicas, fadas-madrinhas, nem gênios que saem<br />
de lâmpadas prontos para atender a esse pedido.<br />
No mundo real, existem milhares de cosméticos e<br />
outras tantas opções de tratamentos estéticos que<br />
permitem adiar a chegada dos sinais do tempo.<br />
“A preocupação com a beleza é uma tendência cultural.<br />
Vivemos em um país em que a beleza é uma<br />
característica muito valorizada e isso gera uma pressão<br />
social forte, resultando no culto ao corpo. Além<br />
disso, as pessoas estão vivendo mais e, portanto,<br />
se preocupando mais em envelhecer suavemente.<br />
Ter uma aparência jovial passou a ser sinônimo de<br />
beleza e a brasileira, assim como muitas mulheres<br />
no mundo, quer aparentar menos idade do que<br />
realmente tem”, afirma a dermatologista Daniella<br />
Spinato. Do ponto de vista sociocultural, esse comportamento<br />
está diretamente ligado a uma necessidade<br />
cada vez maior de se enquadrar nos padrões<br />
e alcançar, assim, aceitação. “ A nossa sociedade se<br />
nega a aceitar qualquer elemento que não se enquadre<br />
nos parâmetros de perfeição. A sociedade<br />
prega uma necessidade de ser feliz e realizado o<br />
tempo todo, e isso passa pela questão da beleza”,<br />
explica a psicanalista Virgínia Guilhon.<br />
Diversas pesquisas de alcance<br />
mundial traduzem em números<br />
essa avaliação. O Brasil ocupa<br />
a nona posição no ranking dos<br />
maiores consumidores de produtos<br />
faciais e a 18ª quando se trata<br />
do hábito de limpar a pele. Em<br />
ambos os levantamentos, as japonesas<br />
ocupam as primeiras colocações.<br />
Por aqui, uma boa parcela<br />
das mulheres (39%) usa cremes<br />
anti-idade a partir dos 30 anos. A<br />
mulher brasileira usa, em média,<br />
sete produtos cosméticos para<br />
rosto e corpo simultaneamente.<br />
Alinhada com esse contexto de valorização<br />
da imagem, a indústria<br />
cosmética e a medicina avançam<br />
rapidamente para atender a essas necessidades. O<br />
mercado dispõe de uma infinidade de produtos que<br />
garantem retardar os efeitos do tempo, os famosos<br />
anti-idade. Aliados dos tratamentos estéticos,<br />
seu uso exige orientação médica e cautela. “Devese<br />
buscar saber o seu tipo de pele, assim como o<br />
objetivo do tratamento proposto. Classificar a pele<br />
em oleosa, seca, mista, sensível, com tendência a<br />
manchas ou à acne é essencial para definir os cosméticos<br />
mais adequados. Uma vez estabelecidas<br />
essas características, basta escolher um cosmético<br />
específico e que melhor equilibre sua pele”, esclarece<br />
Daniella Spinato.<br />
Os cremes antissinais atuam como estimuladores<br />
da produção de novas células. Os ácidos presentes<br />
nesses produtos removem as células mortas e<br />
abrem caminho para que os ativos penetrem mais<br />
profundamente na pele. As vitaminas C e E, frequentemente<br />
presentes nas formulações, agem como<br />
antioxidantes, combatendo os efeitos dos radicais<br />
livres. Segundo a dermatologista Daniella Spinato,<br />
os cremes antirrugas têm em comum a capacidade<br />
de produzir colágeno. “Ao estimular a produção<br />
de colágeno, substância que nossa pele perde<br />
progressivamente ao envelhecermos, (os cremes)<br />
fazem uma espécie de reposição dos estoques, não<br />
tão perfeita, porém fundamental para desacelerar o<br />
envelhecimento”, diz. Em regiões litorâneas como<br />
a nossa, os cuidados devem ser dobrados devido a<br />
maior incidência de raios solares.<br />
O botox virou grande amiga de muitos homens e mulheres<br />
que detestam os “pés de galinha”.<br />
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