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Revista Ótima - Março

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não só com a beleza, mas vaidosa no sentido de<br />

questionar o belo. A gente tinha educação formal<br />

em Caxias, mas ela sempre comprava livros de beleza,<br />

revistas de moda, nos dando uma educação que<br />

não tínhamos na escola, além de nos apresentar à<br />

música clássica e popular. Da minha parte, era uma<br />

criança muito curiosa, principalmente sobre os lugares<br />

que eu queria ir, partindo de Caxias que tinha<br />

um movimento muito grande, pois estava no meio<br />

de tudo e era uma rota muito usada por pessoas<br />

com milhões de ideias. Minha casa respirava arte de<br />

verdade, pois minha mãe era pintora e meu pai era<br />

músico. Com essa inspiração toda, eu desenvolvia<br />

vários projetos de pintura, além de dançar. Dancei<br />

muito tempo lá em Caxias, e foi nessa época que eu<br />

já tinha decidido que queria ser um pintor. Mas eu<br />

gostava dessa interação entre as artes, a fotografia,<br />

a dança e o teatro.<br />

Natural de Caxias, Geraldo Frazão ganhou o mundo<br />

aos 34 anos. E tal como a arte contemporânea, se<br />

tornou cosmopolita em Londres, onde mora e de lá<br />

embarca para tantas outras cidades do mundo, divulgando<br />

seu multi- trabalho. Sim, um neologismo<br />

para tentar explicar que Geraldo Frazão faz da arte<br />

o seu passaporte. Das histórias que apendeu nos<br />

livros, surgiu o desejo de vivenciar em terras estrangeiras<br />

o seu próprio conto de fadas.<br />

Seu trabalho como make up artist, chamou a atenção<br />

de ícones do mundo da moda. Durante oito<br />

anos foi maquiador da MAC, aquela marca de maquiagens<br />

que 10 entre 10 fashionistas, mulheres e<br />

apaixonados por make amam. Nos anos 90, foi o<br />

grande destaque da Coletiva de Maio, evento de artes<br />

plásticas no Maranhão, arrematando vários prêmios.<br />

Depois partiu para Londres e por lá conquistou<br />

reconhecimento e trabalhos aclamados. Das<br />

lembranças do Maranhão, lhe vem a memória afetiva<br />

a simplicidade das pessoas, o toque e o abraço<br />

tão comum aos maranhenses, além do carinho por<br />

ter sido estas terras o berço de sua vocação.<br />

R.O - Como foi o começo da sua carreira no Maranhão?<br />

G.F - Minha carreira começou na dança. Fazia aulas<br />

com o Reynado Faray e aulas de clássico e contemporâneo<br />

com a Regina Teles. A Regina é umas<br />

das artistas mais formidáveis de São Luís. Muitos a<br />

achavam louca, mas a cidade é que não estava preparada<br />

para uma mulher que fazia dança futurista,<br />

que era um movimento mais humano e amplo. Depois<br />

formei um grupo com ela, o Martins e outros<br />

artistas. Fazíamos uma dança meio teatro, usando<br />

vídeo, fotografias e corpo.<br />

R.O - Sua família te apoiou nessa escolha?<br />

G.F - Meus pais foram meus maiores incentivado<br />

De Barcelona, na inquietude de quem sempre está<br />

em movimento, Geraldo Frazão concedeu esta entrevista<br />

para a <strong>Revista</strong> <strong>Ótima</strong>.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Ótima</strong> - Quando você descobriu que queria<br />

trabalhar com arte e beleza?<br />

Geraldo Frazão - Eu tinha uma mãe super vaidosa,<br />

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