Revista Ótima - Março

Eu comecei
“
a ganhar a
mesada e pensei
em formas de
ganhar mais
“
ENTREVISTA
O pequeno Cauã Rosa de Vasconcelos, de 7 anos,
montou um pequeno negócio para comprar um
videogame e acabou se tornando destaque na
escola. Atualmente, enquanto suas irmãs gastam
lanchando no shopping com dinheiro emprestado
por ele e os juros correm, o garoto joga no X-Box
comprado com sua própria grana.
O que foi mais legal na experiência de poupar
para comprar o seu X-box?
Cauã – Eu comecei a ganhar a mesada e pensei
em formas de ganhar mais dinheiro. Assim, ganhar
dinheiro por mês é uma coisa, mas eu vi que podia
receber mais por semana. Todo domingo eu vendia
dindim para família e amigos dos meus pais e juntava
mais.
E no colégio, como seus professores reagiram
quando viram que você melhorou nas notas?
Cauã – Poxa, eles disseram que eu era um aluno
excepcional. Tive as melhores notas do ano e fiquei
em primeiro lugar no colégio, ganhando a medalha
Mente Brilhante.
O que você acha que aprendeu?
Cauã – Eu aprendi a guardar meu dinheiro e ganhar
um pouco mais vendendo dindim. Não queria
deixar de vender, mas depois que comprei o X-Box
passei a vender menos porque já tinha, né? A rotina
ficou mais difícil, aí não dá para vender sempre.
Cauã Rosa de Vasconcelos – Estudante
Como iniciar a educação
financeira dos filhos
1) Desde os primeiros anos, mesmo antes da alfabetização,
evitar ao máximo fazer da agenda doméstica de
compras no fim de semana um passeio, pois a criança
passa a associar o prazer da companhia dos pais com
compras;
2) Em casa, falar sobre uso correto dos recursos para
ensinar a poupar não o dinheiro em si, mas tudo que
consome, ou seja, ensinar a valorizar o que tem e a não
desperdiçar;
3) Presentear com brinquedos (criança dificilmente não
gosta de ganhar outra coisa senão brinquedo), mas somente
em datas especiais como natal, dia das crianças,
dia do estudante e aniversário;
4) Sempre que a criança pedir algo fora das datas especiais,
fazê-la adquirir com ajuda das suas economias (o
velho cofrinho...);
5) Nunca, nunca mesmo relacionar dinheiro como
razão para o pai ou mãe estar afastado de casa no
trabalho, pois a criança tem que compreender outras
vantagens no trabalho e que dinheiro é consequência
de competência, de ser útil aos outros e/ou à sociedade,
que trabalho não é castigo e que conquistas estão
aí para todos.
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