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| ê maranhão | A Maria do Maranhão<br />
no final do mesmo ano retorna<br />
ao Rio para concluir os estudos<br />
e consegue trabalho como cuidadora<br />
de uma senhora, para se<br />
manter.<br />
Após a conclusão do curso, foi<br />
trabalhar no Rio Grande do Sul<br />
como médica, se destacando no<br />
cuidado com os pacientes, pois<br />
não só os tratava, empenhava-se<br />
em cuidar, facilitar o atendimento<br />
com outros médicos e ofertar<br />
o medicamento necessário ao<br />
tratamento. Com o passar do tempo percebeu que<br />
apenas ser médica não iria resolver os problemas<br />
das pessoas humildes. O hospital em que trabalhava<br />
ficava perto de uma favela, então decidiu se<br />
envolver na comunidade. Assistiu a um comício do<br />
partido comunista na favela, conheceu Luiz Carlos<br />
Prestes e decidiu entrar no partido. Nessa época volta<br />
para o Maranhão e decide reforçar a atuação do<br />
partido no estado. Empenhou-se na politica, que na<br />
visão conservadora da época era coisa de “macho”.<br />
Mas Maria era uma mulher “porreta”, como se intitulava.<br />
Mulher sem papas na língua.<br />
É um dom....<br />
A revolucionária Maria Aragão foi presa pela primeira<br />
vez em 1951, durante a revolta popular contra<br />
o governo Vitorino Freire devido à critica que<br />
o jornal Tribuna do Povo, por ela dirigido, fazia ao<br />
governo. A segunda ida à prisão foi em 1965 e a<br />
terceira e mais cruel em 1973, quando levada pela<br />
Policia Federal para Fortaleza, foi torturada.<br />
Maria Aragão se fez presente em muitos momentos<br />
de luta, na greve de 1951, na manifestação de estudantes,<br />
camponeses, operários e professores, além<br />
da mobilização pela anistia e pelas eleições diretas,<br />
a besta fera, como era chamada por padres contrários<br />
a atuação da médica, incentivou a participação<br />
e engajamento popular. Ela era a voz coletiva que<br />
não se calou nem diante dos mais poderosos da<br />
nação. Os seus sonhos não se apagavam mesmo<br />
quando adormecia. Sem dúvida, Maria Aragão é a<br />
representação máxima de uma típica guerreira maranhense.<br />
Universidade do Rio<br />
de Janeiro, na primeira<br />
metade do Séc. XX,<br />
onde Maria Aragão<br />
cursou medicina.<br />
A história de Maria Aragão<br />
inspira músicas,<br />
documentários e espetáculos<br />
teatrais, como<br />
o espetáculo Besta Fera,<br />
com a atriz Maria Ethel<br />
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