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| EDUCAÇÃO | Dinheiro é coisa de criança!<br />
A consultora financeira e professora de Ciências<br />
Contábeis da Faculdade Estácio São Luís, Luciana<br />
Reis acredita que a idade de Cauã é ideal para o<br />
estímulo, que é potencializado pelo processo de alfabetização.<br />
“Vivemos em uma sociedade onde os<br />
conceitos de dinheiro, patrimônio e consumo são<br />
importantes e precisamos desde cedo a estimular<br />
boas escolhas, a aplicar corretamente o dinheiro,<br />
sem ações desmedidas”, explica.<br />
TUDO É DIVERSÃO<br />
O pequeno negócio de Cauã de Vasconcelos foi um<br />
sucesso principalmente, segundo a consultora, por<br />
que uniu uma prática educativa a um desejo e, ainda,<br />
à diversão. Luciana Reis afirma que, na primeira<br />
infância, a diversão auxilia muito no ensino da matemática<br />
e da informática, explicando que as melhores<br />
escolas já estimulam os pequenos a ser mais<br />
independentes. “A adoção de atividades assim já<br />
traz um trabalho de disciplina financeira”, analisa.<br />
As vantagens do estímulo ao planejamento financeiro<br />
em crianças são variadas. Além<br />
da disciplina, há a demonstração do<br />
uso do dinheiro, o exercício de análise<br />
de riqueza, o hábito de<br />
ponderar na hora de fazer<br />
uma escolha, o estímulo<br />
ao empreendedorismo e<br />
a ampliação do modo de<br />
compreender o mundo. A<br />
expansão das relações sociais<br />
da criança é outro resultado do<br />
incentivo ao início de uma vida financeira.<br />
O menino Cauã, que antes<br />
era bem mais retraído – apesar<br />
de falador –, acabou perdendo muito de sua inibição<br />
enquanto interagia com seus clientes na hora<br />
de vender os dindins.<br />
Luciana Reis alerta que é preciso que os pais decididos<br />
a estimular a educação financeira nas crianças<br />
tenham alguns cuidados. Ela defende que o ensino<br />
contábil não deve ter uma importância desmesurada<br />
e nem descambar no estímulo ao consumo.<br />
“É fundamental colocar dinheiro no seu patamar<br />
de importância – não mais que um meio social de<br />
movimentação da economia, lembrando que a aplicação<br />
correta, ou seja, com justa distribuição, traz<br />
melhoria a todos”, diz ela.<br />
Cauã, que comprou seu X-box ainda no fim de<br />
2012, agora guarda grana para conseguir novos<br />
jogos. Tudo começou com o pedido de mesada que<br />
ele fez aos pais. Atualmente, ele poupa tudo, guarda<br />
cada centavo e controla qualquer gasto. Os pais<br />
acreditam que pelo menos a cultura da poupança<br />
já foi incentivada o bastante e que ele já aprendeu<br />
algumas lições. A experiência ajudou, de certa forma,<br />
a educar toda a família.<br />
De vendedor de dindim, Cauã passou a banqueiro<br />
familiar. Quando alguém precisa<br />
de dinheiro emprestado é a ele que<br />
recorre; principalmente as irmãs.<br />
E elas pagam em dia, porque<br />
conhecem o moço, que já deixa<br />
pré-determinado o prazo de pagamento<br />
da dívida.<br />
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