Revista Ótima - Março

Ê MARANHÃO //
POR Asmynne Barbosa FOTOS Divulgação
A Maria do
Maranhão
Médica, mulher, ativista, quantas pessoas em uma só. Em uma só Maria, o retrato de todas as mulheres e
das dores pelas quais lutou. Dedicada e obstinada a uma causa, Maria Aragão foi a líder do povo na luta
por mais liberdade e democracia, em um dos períodos mais obscuros da história do Brasil.
Na canção de Milton Nascimento, a Maria, uma
mulher que possui a estranha mania de ter fé na
vida, não poderia ser o retrato mais fidedigno da
vida de Maria José Camargo Aragão. Filha de mãe
analfabeta, Maria Aragão traçou um caminho de
lutas e dedicação a causa dos oprimidos. Ícone da
organização popular, a médica que também atuou
como jornalista, lutava contra a opressão feminina,
pela causa dos trabalhadores, pela liberdade e
democracia. E foi pela liberdade que esteve presa,
torturada e mutilada, pois o incômodo de sua voz
só podia ser abafado pelas grades de metal. Mas
a Maria é uma força que nunca se apaga e revive
em cada homem e mulher que luta por justiça e
igualdade.
Mas é preciso ter sonho sempre.....
Nascida em Pindaré-Miriam, cidade de um dos estados
mais miserável do Brasil, numa época em que
as mulheres não possuíam direitos, Maria Aragão
alcançou o posto de líder do Partido Comunista no
Maranhão. Sua trajetória começa em 1934, quando
saiu de São Luís para acompanhar sua mãe para
tratamento de saúde. Após a morte da matriarca,
Maria Aragão decidiu cursar Medicina e ingressou
na Universidade do Brasil, hoje Universidade do Rio
de Janeiro. Sem recursos financeiros, passou fome,
uma sina que a acompanhava desde a infância. Devido
a fome, ficou doente, desnutrida e, aliada a
vida difícil de muito estudo, foi acometida de solidão
e tristeza, decidindo voltar para São Luís, mas
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