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Decoração sentimental<br />
Para a arquiteta Flávia Moraes, do Flávia Moraes Arquitetura<br />
e Urbanismo, as peças que coleciona tem<br />
ligação com a história de sua família, tanto que escolheu<br />
como favorito o conjunto de sofá, herdado<br />
de seu pai, que ela já restaurou e trocou o tecido<br />
várias vezes, mas ele nunca sai de sua sala e, hoje,<br />
é o local preferido de sua filha. “Tenho apreço por<br />
tudo que traz minhas memórias. Coisas que me<br />
lembre de momentos e pessoas queridas. Tenho<br />
outros objetos em casa, que também foram herdados<br />
da família, como quadros, bandejas, louças...<br />
Adoro servir cafezinho em um bule que era da minha<br />
bisavó. Meu porta lápis, ao lado do telefone,<br />
é um copo de prata, que também foi do meu pai,<br />
de quando ele era criança, tem até o nome dele<br />
gravado”, ela conta.<br />
Além desses, os quadros que utiliza são os mesmo<br />
que estavam na sala da casa de seus pais, que ela<br />
mistura com outros que foram comprando ao longo<br />
do tempo. “Gosto de ter em casa coisas que<br />
tenham história, como meu santo, um São José<br />
de botas, que deve ter mais de cem anos. Ganhei<br />
da minha bisa no meu batizado”, conta<br />
Flávia. Esse tem uma história peculiar, pois foi<br />
parar na casa da arquiteta após passar pelas<br />
mãos de muitos familiares.<br />
A arquiteta Verônica Pires possui uma história<br />
semelhante. Guarda com carinho uma cristaleira<br />
estilo Art Noveau que ganhou de presente<br />
da mãe e que pertenceu a avó. “Tenho imenso<br />
carinho por essa peça por tudo o que ela representa.<br />
Ela tem um lugar de destaque em minha<br />
sala, assim como a história da família. Uma vez<br />
a cada quinze dias, eu abro as portas, limpo<br />
os cristais, arrumo de maneira diferente e me<br />
divirto”, conta Verônica.<br />
Segundo especialistas no assunto, como a psicóloga<br />
Érica Nogueira, guardar esses tipos de<br />
objetos pode ser bom, desde que vivenciado de<br />
maneira saudável. “Ao longo da vida acumulamos<br />
lembranças. Nesse caso, pode ser de uma<br />
feira de decoração que a pessoa visitou, ou<br />
mesmo de histórias familiares”, ela diz. “Mas<br />
a ressalva é que a lembrança que gera o apego<br />
sentimental com o objeto precisa trazer a memória<br />
apenas coisas boas e que possam agregar<br />
valores a vida da pessoa. Pois aquilo estará<br />
exposto em sua casa diariamente. Se for assim,<br />
é positivo aliar a decoração à histórias”, completa<br />
a psicóloga. E você, o que acumula em casa?<br />
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