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COMUNICAÇÕES - Unimep

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como outras, a mídia de opinião, começando a agir desde fora, é condicionadora dos<br />

cidadãos e, por isso, causa já impactos sobre a vida intra-empresas.<br />

A esta altura, todavia, queremos propor uma distinção entre mídia de opinião (ou<br />

ideológica) e mídia de dados (ou operacional). Naturalmente, a primeira procura criar<br />

quadros mentais ideologicamente objetivados, enquanto a segunda se constitui de meios<br />

de comunicação de massas que labora com a realidade silenciosa de dados. Ora, a<br />

informatização de Bancos, empresas industriais e comerciais, escolas (sobretudo<br />

Universidades e grandes faculdades), mostrou-se e se vem mostrando como mídia<br />

substituinte de grande parte do trabalho humano. As burocracias de feitura eletrônica<br />

mostram-se claramente necessárias em sociedades altamente complexificadas; no<br />

entanto, elas têm sido impostas de forma unicamente diminuidora de custos para as<br />

empresas (e conseqüente aumento de lucro), aparentemente sem quaisquer atenções<br />

às necessidades maiores da organização social do trabalho. Ouvidas as vozes dos<br />

profetas do ócio inteligente ou do ócio desfrutado, o que hoje temos? De um lado,<br />

massas de desempregados; de outro, empregados que têm de se submeter a jornadas<br />

desdobradas de trabalho, exigindo-lhes que desempenhem várias funções.<br />

O sociólogo Ivo Lesbaupin (2000), lembra-nos de que os pactos entre a<br />

automação, a telemática e a robótica por alguns estudiosos têm sido chamados<br />

de Terceira Revolução Industrial e – isto deve chamar nossa atenção – são pactos<br />

que o rádio, a televisão e os jornais (que estamos considerando algumas das<br />

mídias de opinião) têm defendido e tentado justificar, mais de formas indiretas<br />

mas às vezes diretamente. Do ponto de vista neoliberal, o mercado é que deverá<br />

produzir reajustes na organização laboral; se isto é verdadeiro, será preciso<br />

descobrir algum modo de humanizar esse mecanismo gélido chamado mercado,<br />

que até aqui tem sido muito mais o tapume por detrás do qual escondem-se<br />

perversas formas de políticas sociais (e isto desde o primeiro liberalismo econômico<br />

da modernidade) (LESBAUPIN, 2000, p. 16).<br />

Karl Marx, em seu célebre “Prefácio à Contribuição à Crítica da Economia<br />

Política”, focaliza formas de trabalho naturalmente muito anteriores à automação.<br />

Mesmo assim, auxilia-nos a compreender realidades contemporâneas, ao escrever:<br />

(...) na produção social da vida, os homens contraem<br />

determinadas relações necessárias e independentes da sua<br />

vontade, relações de produção que correspondem a uma<br />

determinada fase de desenvolvimento das suas forças<br />

produtivas materiais. O conjunto dessas relações de produção<br />

forma a estrutura econômica da sociedade, a base real sobre<br />

a qual se levanta a superestrutura jurídica e política e à qual<br />

correspondem determinadas formas de consciência social. O<br />

modo de produção da vida material condiciona o processo<br />

da vida social, política e espiritual em geral. Não é a<br />

consciência do homem que determina o seu ser, mas, pelo<br />

contrário, o seu ser social é que determina a sua consciência<br />

(K. MARX, apud FISCHER, 1970, p. 154).<br />

COMUNICAÇÕES • Revista do Programa de Pós-Graduação em Educação da UNIMEP • Ano 13 • Nº 2 • p. 89-105 • nov. de 2006 103<br />

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11/13/2007, 3:29 PM

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