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COMUNICAÇÕES - Unimep

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submetem a trabalhos com sobrecarga muscular, cujo extremo<br />

seria o corpo do ‘body-builder’, de outro lado, as práticas<br />

corporais alternativas preocupam-se, na verdade, com a<br />

experimentação, por parte do indivíduo, de seus<br />

‘preliminares’, ‘manipulações’, ‘posições’, de forma que<br />

vivenciem seu próprio corpo por meio da experiência<br />

“(MATTHIESEN, 1996, p.12-13).<br />

Matthiesen (1996) ainda relata que a Educação Física acabou por enfrentar<br />

uma contraposição aos seus conteúdos, mostrando que as práticas corporais alternativas<br />

como “(...) a ‘antiginástica’, a ‘hatha-yoga’, o ‘tai-chi-chuan’, a ‘dança’, a ‘expressão<br />

corporal’, a ‘dramatização’, a ’bioenergética’...” (1996, p.15), a partir da década de<br />

1980, se mostraram preocupadas com termos que refletem a educação em relação ao<br />

corpo.<br />

Um outro trabalho importante para análise e crítica das práticas corporais<br />

alternativas é o conjunto de reflexões entabulado por Marcellini et alli (2005). Apesar<br />

dos autores dedicarem-se às terapias alternativas, a forma como as criticam é<br />

extremamente elucidativa para os dilemas e discursos que são defendidos por<br />

praticantes e proponentes das atividades sem o cunho terapêutico, mas com a<br />

preocupação formativa. Ao iniciarem os seus estudos, já afirmam que eles querem<br />

verificar como a aceitação das terapias e das práticas alternativa reflete um debate<br />

mais amplo do que o concernente à cura e ao lazer:<br />

Através desta pesquisa nós nos propomos verificar a hipótese<br />

segundo a qual a atração massiva de outros modelos de corpo<br />

e outros tipos de cuidados poderia ser lido como um indicador<br />

de mudança mais geral de relações entre indivíduos e os<br />

saberes científicos e tecnológicos nas sociedades ocidentais<br />

(MARCELLINI et alli, 1996, s.p.).<br />

Ao lançarem esse pressuposto, Marcellini et alli (2005), fazendo coro com outros<br />

analistas das terapias alternativas, afirmam que o corpo é o lugar privilegiado das<br />

atenções tanto dos terapeutas quanto dos pacientes:<br />

O corpo é o lugar de compromisso dentro da alternativa, ou<br />

seja, do compromisso com uma outra maneira de cuidar, que<br />

lembra a busca de uma outra maneira de ser, de uma maneira<br />

de ser com o outro, de uma maneira de comunicar,<br />

compreender, de perceber e de ver (MARCELLINI et alli, 2005,<br />

s.p.).<br />

O fortalecimento e a popularização das terapias alternativas relaciona-se<br />

intimamente com uma atitude de extrema afinidade em relação ao irracionalismo, ao<br />

imponderável e ao desmedido. O que os autores observam é o surgimento de um<br />

COMUNICAÇÕES • Revista do Programa de Pós-Graduação em Educação da UNIMEP • Ano 13 • Nº 2 • p. 159-178 • nov. de 2006 163<br />

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11/13/2007, 4:05 PM

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