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110<br />

SEIS SÉCULOS DE PINTURA CHINESA NO MUSEU CERNUSCHI<br />

SEIS SÉCULOS DE PINTURA CHINESA – COLEÇÃO RENASCIMENTO DO MUSÉE CERNUSCHI, DA PAISAGEM PARIS 111<br />

Negra e cheia [a lua] diminuía e em seguida crescia,<br />

Como essa água que passa ao longo <strong>do</strong> rio.<br />

Da brisa fresca e da lua clara, apenas<br />

A audição e a vista po<strong>de</strong>m aproveitar infinitamente.<br />

Terminemos com a cobiça!<br />

[Nós] lavamos [nossas] canecas e recomeçamos a beber.<br />

Servin<strong>do</strong> [-nos] [mutuamente] <strong>de</strong> travesseiros, enquanto o Leste se tornava branco.<br />

Inspira<strong>do</strong> em Shuidiao getou, [eu] compus esses [versos] tentan<strong>do</strong> me apropriar<br />

da Primeira o<strong>de</strong> à falésia vermelha. Zhang Yuan.<br />

Zhang Daqian<br />

Segunda o<strong>de</strong> à falésia vermelha<br />

Nobres nomes <strong>de</strong> outrora,<br />

Quem conseguiu se parecer com eles?<br />

Su [Dongpo], [diante] da falésia vermelha,<br />

Contemplava longamente [a pare<strong>de</strong> rochosa],<br />

Passean<strong>do</strong> sua sensibilida<strong>de</strong> [nessa] bela noite.<br />

A brisa fresca, o luar,<br />

O vinho novo ainda espumante, um peixe pesca<strong>do</strong> na re<strong>de</strong>.<br />

Na <strong>de</strong>scida da colina Huangni,<br />

A geada havia <strong>de</strong>struí<strong>do</strong> as folhas.<br />

Rompen<strong>do</strong> o silêncio,<br />

[Nossas] sombras [dançavam], [enquanto] cantávamos caminhan<strong>do</strong>,<br />

[Nós] nos seguíamos uns aos outros.<br />

[Como] o barulho das ondas rompiam,<br />

As falésias se erguiam a mil pés <strong>de</strong> altura;<br />

As águas geladas escorriam,<br />

Perigosos roche<strong>do</strong>s surgiam.<br />

Após algum tempo, [Su Dongpo] voltara à [Falésia vermelha],<br />

[E] a paisagem era irreconhecível.<br />

Sua bengala e seus passos assustaram-no [enquanto ele] sonhava com um<br />

milhafre empoleira<strong>do</strong> [no alto].<br />

[Ele] soltou um grito alto e estri<strong>de</strong>nte que fez tremer a casa <strong>do</strong> <strong>de</strong>us <strong>do</strong> Rio. 2<br />

Um [taoista] vesti<strong>do</strong> <strong>de</strong> plumas<br />

Vinha cumprimentá-lo em Lingao. 3<br />

[Eu] acabo <strong>de</strong> encontrá-lo na noite.<br />

2. Ping Yi é o <strong>de</strong>us <strong>do</strong> Rio Amarelo,<br />

também chama<strong>do</strong> con<strong>de</strong> <strong>do</strong> Rio.<br />

3. Aqui, Zhang Daqian parece criar uma<br />

confusão entre o taoista, talvez um<br />

imortal, e o poeta.<br />

4. Laurent, 2006.<br />

5. Cf. p. 14.<br />

Inspira<strong>do</strong> em Jiang man hong,<br />

Na primavera <strong>do</strong> ano Yiyou [1945].<br />

O eremita Zijie [Guo Youshou] passou por minha residência <strong>de</strong> Shahecun.<br />

Ilustrei [então] as Duas o<strong>de</strong>s à Falésia vermelha <strong>de</strong> [Su] Dongpo<br />

e inscrevi essas velhas lembranças. [Eu lhes] peço para corrigir [esses trabalhos].<br />

Fraternalmente, Daqian, Zhang Tuann. (C. L.)<br />

Certamente, as O<strong>de</strong>s à falésia vermelha, <strong>de</strong> Su Dongpo (1037-1101), fazem parte<br />

<strong>do</strong>s textos literários mais pinta<strong>do</strong>s da história da arte chinesa. Esse tema poético,<br />

ilustra<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a época <strong>do</strong>s Song, foi um <strong>do</strong>s objetos preferi<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s pintores da<br />

escola <strong>de</strong> Wu, como atesta a obra <strong>de</strong> Wen Zhengming (1470-1559). Essas pinturas,<br />

que às vezes <strong>de</strong>ram origem a longos <strong>de</strong>senvolvimentos narrativos, normalmente<br />

se resumem a representar o poeta e seus amigos vagan<strong>do</strong> em um frágil barquinho<br />

ao pé da falésia. 4 Nesse longo rolo, Zhang Daqian evoca sucessivamente as duas<br />

o<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Su Dongpo, acompanhan<strong>do</strong> cada uma <strong>de</strong>ssas obras com composições<br />

poéticas que têm inúmeras variações na obra <strong>de</strong> Su Dongpo. Essas pinturas são<br />

precedidas pelo texto integral das duas o<strong>de</strong>s, caligrafadas pela senhora Huishu.<br />

A obra foi <strong>de</strong>dicada por Zhang Daqian a Guo Youshou, como revela a peça<br />

introdutória 5 redigida por Shen Yinmo (1883-1971).

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