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cabelos crescessem e mandou o escravo ao encontro de Aristágoras com a<br />
instrução de que deveriam raspar seus cabelos.<br />
Ainda nas "As Histórias" de Heródoto consta que, para informar os espartanos de<br />
um ataque iminente dos persas, o rei Demaratos utilizou um estratagema muito<br />
especial: pegou tabletes, retirou-lhes a cera, gravou na madeira a mensagem<br />
secreta e recobriu os tabletes novamente com cera. Deste modo, os tabletes,<br />
aparentemente virgens, não chamaram a atenção e chegaram até as mãos dos<br />
gregos. O problema foi que os gregos não imaginavam que a cera que tinham<br />
importado continha mais do que apenas cera. Foi Gorgo, a mulher de Leônidas,<br />
quem teve a idéia de raspar a cera e bisbilhotar o fundo das caixinhas que a<br />
transportava - leu a mensagem, avisou os gregos e garantiu a vitória sobre os<br />
persas.<br />
Na China antiga também se usava a esteganografia. Escreviam-se mensagens<br />
sobre seda fina e o pequeno retalho era transformado numa bolinha que era<br />
recoberta por cera. Para transportar a mensagem, obrigavam um mensageiro<br />
engolir a bolinha, ir até o destinatário e entregá-la depois de... éééécccaaaa.<br />
No século XVI, o cientista italiano Giovanni Porta descobriu como esconder uma<br />
mensagem num ovo cozido: escrevia sobre a casca do ovo cozido com uma tinta<br />
contendo uma onça de alume (± 29 g) diluída em cerca de meio litro de vinagre.<br />
A solução penetrava na casca e se depositava sobre a superfície branca do ovo.<br />
Depois, bastava o destinatário abrir o ovo para ler a mensagem.<br />
O historiador da Grécia antiga, Enéias, o Tático, teve a idéia de enviar uma<br />
mensagem secreta fazendo minúsculos furos em certas letras de um texto<br />
qualquer. A sucessão destas letras marcadas fornecia o texto secreto. Dois mil<br />
anos mais tarde, remetentes ingleses empregaram o mesmo método, não para<br />
garantir o segredo de suas cartas, mas para evitar o pagamento de taxas de<br />
correio muito caras. Na realidade, antes da reforma do serviço postal ao redor de<br />
1850, enviar uma carta custava cerca de um shilling para cada cem milhas de<br />
distância. Os jornais, no entanto, eram isentos. Graças a furinhos de agulha, os<br />
ingleses espertos enviavam suas mensagens gratuitamente transformando folhas<br />
de jornal em verdadeiras peneiras Este procedimento também foi utilizado pelos<br />
alemães durante a Primeira Guerra Mundial. Durante a Segunda Guerra, eles<br />
aperfeiçoaram o método marcando letras de jornais com tintas "invisíveis" ao<br />
invés de fazerem furos.<br />
Os espiões alemães da Segunda Guerra utilizavam micropontos para fazer com<br />
que suas mensagens viajassem discretamente. Eram fotografias do tamanho de<br />
um ponto (.) que depois eram ampliadas para que a mensagem aparecesse<br />
claramente. Era uma espécie de microfilme colocado numa letra, num timbre,<br />
etc.<br />
Em 1999, Catherine Taylor Clelland, Viviana Risca e Carter Bancroft publicaram<br />
na revista Nature "Hiding messages in DNA microdots" (escondendo mensagens<br />
em micropontos de DNA). Como qualquer material genético é formado por<br />
cadeias de quatro nucleotídeos (Adenina, Citosina, Guanina e Timina), podemos<br />
comparar estas cadeias a um alfabeto de quatro letras: A, C, G e T. Além disso,<br />
como os cientistas atualmente podem fabricar cadeias de DNA com um conjunto