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CRIPTOGRAFIA - FESP

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na guerra. Para Feistel, alemão, isto significou uma imediata prisão domiciliar, a<br />

qual se estendeu até 1944. Mesmo após alguns depois do incidente, Feistel<br />

manteve-se distante da criptologia para evitar levantar suspeitas das<br />

autoridades. Porém, quando estava no Cambridge Research Center da Força<br />

Aérea Americana, não resistiu e começou a pesquisar cifras. Imediatamente<br />

começou a ter problemas com a National Security Agency, a NSA, organização<br />

responsável pela segurança das comunicações militares e governamentais, que<br />

também se incumbe de interceptar e decifrar mensagens estrangeiras. Até hoje,<br />

mais que qualquer outra organização do mundo, a NSA é a que emprega o maior<br />

número de matemáticos, a que compra a maior quantidade de hardware e a que<br />

intercepta mais mensagens. Pode ser considerada a líder mundial da bisbilhotice<br />

e da quebra de sigilo.<br />

A NSA não se importava com o passado de Feistel, queria apenas ter o<br />

monopólio da pesquisa em criptografia e parece que acabou conseguindo fazer<br />

com que o projeto de pesquisa de Feistel fosse cancelado. Em 1960, o<br />

pesquisador, perseguido, foi para a Mitre Corporation, mas a NSA continuou<br />

fazendo pressão e forçou-o a abandonar seu trabalho pela segunda vez. Feistel<br />

acabou indo para o Thomas J. Watson Laboratory da IBM, perto de Nova Iorque,<br />

onde, por alguns anos, conseguiu prosseguir com suas pesquisas sem ser caçado.<br />

Foi neste laboratório que, no início de 1970, ele desenvolveu o sistema Lucifer. E<br />

foi este o sistema apresentado à NBS.<br />

Após avaliar o algoritmo com a ajuda da National Security Agency (ironia do<br />

destino), o NBS adotou o algoritmo LUCIFER com algumas modificações sob a<br />

denominação de Data Encryption Standard (DES) em 15 de Julho de 1977. O<br />

DES foi rapidamente adotado na mídia não digital, como nas linhas telefônicas<br />

públicas. Depois de alguns anos, a International Flavors and Fragrances, por<br />

exemplo, estava utilizando o DES para proteger as transmissões por telefone das<br />

suas preciosas fórmulas ("With Data Encryption, Scents Are Safe at IFF" na<br />

Computerworld 14, No. 21, 95 de 1980).<br />

Neste meio tempo, a indústria bancária, a maior usuária de encriptação depois<br />

do governo, adotou o DES como padrão para o mercado bancário atacadista. Os<br />

padrões do mercado atacadista da indústria bancária são estabelecidos pelo<br />

American National Standards Institute (ANSI). A norma ANSI X3.92, adotada em<br />

1980, especifica o uso do algoritmo DES.<br />

O governo dos EUA, durante os cerca de 20 anos de reinado do DES, forçava a<br />

indústria a limitar sua criptografia ao DES (e até a formas mais fracas) sem<br />

revelar como esta cifra era fácil de quebrar. A aceitação desta política,<br />

praticamente sem contestação, colocou toda a infraestrutura de importância<br />

crítica em risco.

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