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AI Gincana Estudantil - Appai

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ecentes, os pais passam muito tempo longe dos filhos. Para<br />

compensar a ausência, acabam fazendo todas as vontades<br />

das crianças, realizando seus desejos de consumo e evitando<br />

os conflitos que o processo de educar envolve. Outro<br />

aspecto é que a infância passou a ser mais valorizada como<br />

fase crucial para o desenvolvimento humano, e daí surgiu<br />

o medo de provocar traumas. “Os pais de hoje possuem<br />

receio em magoar o filho, em perder o amor do próprio filho,<br />

em frustrá-lo demais, em traumatizá-lo. O pai e a mãe<br />

que não colocam limites em seus filhos, que não permitem<br />

que eles vivam situações de frustração, estão não apenas<br />

os superprotegendo, mas criando seres alienados no nosso<br />

planeta”, afirma a psicopedagoga e terapeuta infantil Denise<br />

Dias, autora do livro Tapa na bunda – Como impor limites<br />

e estabelecer um relacionamento sadio com as crianças em<br />

tempos politicamente corretos, da Matrix Editora.<br />

O clima de insegurança que se instalou nas cidades,<br />

sobretudo nas metrópoles, também faz com que os pais<br />

prefiram que as crianças cresçam dentro de casa, em um<br />

ambiente controlado e permeado por diversões virtuais tecnológicas.<br />

As brincadeiras dos velhos tempos na pracinha<br />

perderam espaço para o videogame e para os bate-papos<br />

on-line. É na escola que o mundo real entra em cena, e os<br />

problemas de quem está acostumado a viver em uma redoma<br />

e ditar as ordens aparecem. “Quando as crianças recebem<br />

uma educação com atitudes permissivas, sem rotinas diárias,<br />

e, principalmente, sem limites, valores morais e éticos, com<br />

certeza desenvolverão a mesma postura na escola. Essa<br />

superproteção pode ocasionar nas crianças e adolescentes<br />

dificuldades de relacionamento no grupo social, no processo<br />

de ensino-aprendizagem, na própria valorização do professor<br />

e do espaço escolar em que vive, o que consequentemente<br />

acarretará problemas na vida adulta”, alerta a psicóloga e<br />

pedagoga Regina Mara de Oliveira Conrado, autora do livro<br />

Filhos e alunos sem limites – Um desafio para pais e professores,<br />

em parceria com Lucy Silva, da WAK Editora.<br />

Alguns tipos de comportamento<br />

se repetem<br />

com frequência<br />

entre os indivíduos<br />

que recebem<br />

excesso<br />

de proteção.<br />

“Na escola, as<br />

crianças superprotegidas<br />

lidam de ma-<br />

Características comuns em crianças<br />

superprotegidas<br />

A psicóloga e pedagoga Regina Mara de Oliveira Conrado, a pedido da<br />

Gestão Educacional, relacionou algumas características que costumam prevalecer<br />

no comportamento de crianças superprotegidas. Entretanto, ela ressalta<br />

que nem sempre todos os indicadores citados aparecem em conjunto. Além disso,<br />

as crianças podem apresentar comportamentos e atitudes diferentes e, por essa<br />

razão, convém evitar padronizações e rótulos. Os aspectos citados a seguir são<br />

apenas mais frequentes em indivíduos que recebem excesso de proteção.<br />

• Dificuldades em cumprir combinados, regras e normas, tanto com os pais em<br />

casa quanto com os professores na escola;<br />

• Dificuldades de se relacionar com o outro;<br />

• A necessidade de fazer com que sua vontade prevaleça quando brincam em grupo;<br />

• Possíveis dificuldades na aprendizagem;<br />

• Enaltecimento do “ter”;<br />

• Insegurança nas resoluções de problemas;<br />

• Ausência de valores morais e éticos;<br />

• Exclusivismo nas amizades;<br />

• Imaturidade na questão da autonomia em determinados comportamentos<br />

e atitudes;<br />

• Falta de iniciativa;<br />

• Irritabilidade quando sua vontade não é atendida.<br />

Revista <strong>Appai</strong> Educar<br />

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