25.11.2014 Views

105 ARTE POPULAR, ARTE ERUDITA E MULTICULTURALIDADE ...

105 ARTE POPULAR, ARTE ERUDITA E MULTICULTURALIDADE ...

105 ARTE POPULAR, ARTE ERUDITA E MULTICULTURALIDADE ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

III <strong>ARTE</strong> <strong>POPULAR</strong>, <strong>ARTE</strong> <strong>ERUDITA</strong> E <strong>MULTICULTURALIDADE</strong><br />

medida que o interesse por Portugal crescia no estrangeiro, nomeadamente<br />

na viragem para o século XIX, iam chegando aqui diversos viajantes, literatos,<br />

artistas ou simples curiosos (para além dos militares que vinham integrar<br />

os contingentes da Guerra Peninsular), que faziam as suas descrições de -<br />

ta lhadas dos sítios, usos e costumes, quer através da palavra, quer da<br />

ima gem, ou na associação das duas, em obras isoladas, ou em diversas publicações<br />

que surgiam por toda a parte 16 .<br />

Depois, são os ingleses que sobressaem, nomeadamente após a fuga da<br />

Corte para o Brasil e a ameaça napoleónica, com os importantes trabalhos<br />

descritivos e ilustrados de James Murphy, William Bradford, W. M. Kingsey,<br />

Charles Landseer ou William Beckford, para citar apenas os mais importantes<br />

e cujo interesse foi além das meras paisagens urbanas, ou simples<br />

vistas topográficas.<br />

Com o avançar do século, e restabelecida a paz, os nossos artistas românticos<br />

re tomariam a tradição e o estilo, nas obras de Leonel Marques Pereira (1828-<br />

-1892), Francisco José Resende (1825-1893), João Cristino da Silva (1829-<br />

-1877), Tomás da Anunciação, nas aguarelas de Miguel Ângelo Lupi (entre<br />

1860 e 1870) e, sobretudo, nas pinturas de Auguste Roquemont (1804-<br />

-1852).<br />

Os quadros de Roquemont, re -<br />

pre sentando costumes e tipos po -<br />

pulares, eram mostrados de forma<br />

pioneira, na exposição trienal da<br />

Academia de Belas Artes de Lis -<br />

boa, em 1847, o que viria a cau sar<br />

sensação na época (Fig. 7).<br />

Entre essas pinturas de género,<br />

com camponesas e varinas, figuravam<br />

personagens típicas das re -<br />

giões nortenhas de Entre Douro<br />

e Minho.<br />

Figura 7<br />

Augusto Roquemont, O Chafariz de Guimarães, 1842<br />

Também a escultura dava sinais desse interesse, e José Joaquim Teixeira<br />

Lopes (1837-1919) transpunha em bronze, ou em figurinhas de barro (Fá -<br />

124

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!