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Energia solar requer
mais investimentos
Hoje, a energia oriunda das hidrelétricas é a mais utilizada no País, tanto pelo
baixo custo como por ser uma fonte renovável e limpa. Mas, devido à larga exploração,
as alternativas para esse tipo de geração estão se esgotando. Dessa forma, é
necessário investir em fontes alternativas que venham complementar a matriz
energética brasileira.
Diferentemente da eólica, a energia solar ainda precisa de muito investimento
para ter seu custo barateado. Segundo o professor do departamento de energia
elétrica da Universidade Federal do Ceará (UFC), Paulo Carvalho, “diante do potencial
o setor solar no Brasil cresce lentamente e a principal causa é a falta de uma política
clara de incentivo à tecnologia, que ainda apresenta custos muito elevados.”
Como o Brasil busca se destacar e inovar na produção de energia é preciso valorizar
seu potencial para geração de energia solar. Mas, para que essa matriz se torne
competitiva ainda serão necessários grandes investimentos na área.
Elbia Melo, diretora-presidente executiva da ABEEólica, afirma que, justamente
por causa dos custos, a energia solar ainda não entrou na matriz energética renovável
brasileira, composta hoje pela biomassa, eólica, e pequenas centrais hidrelétricas
(PCH’s). “Não faz sentido submeter o consumidor a fontes mais caras se existem
opções mais baratas. Por isso, a solar só se tornará competitiva quando for economicamente
viável, assim como ocorreu com a eólica”, destaca Elbia.
Inovação no Nordeste
A Rio Alta Energia irá construir no município de Coremas, na Paraíba, uma usina
solar com capacidade de geração de 50 MW. Quando estiver completa, além de se
tornar a maior usina desse tipo no País, a obra utilizará uma tecnologia inédita, que
promete reduzir os custos de geração em até 66%.
Um dos sócios da empresa, Sérgio Reinas, garante que a nova tecnologia, denominada
Concentrated Solar Power (CSP), é muito diferente das convencionais
placas fotovoltaicas.
Segundo Sérgio, a tecnologia consiste na utilização de coletores em formato
parabólico, que captam a radiação solar e tranformam-na em energia. O sistema se
assemelha a uma usina nuclear, onde o calor gerado pela fissão é tranformado em
energia nas instalações de uma usina térmica.
A Usina Termosolar Coremas exigirá investimentos da ordem de R$350
milhões e, por meio da tecnologia utilizada, será possível gerar energia solar a
um custo médio de 150 reais por megawatt/hora (MWh), o que representa uma
grande redução em relação aos painéis utilizados atualmente, que geram energia
à 450 reais o MWh.
Elbia Melo, diretora-presidente executiva da
Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica),
Inovação no Sudeste
Em 2012, o Espírito Santo terá seus primeiros bairros solares, localizados nos
munícipios de Serra e Cariacica, Grande Vitória. O projeto, realizado pelo Estado e a
EDP Escelsa, irá construir quatro mil casas nos bairros Serra Dourada I, II e III, em
Serra, e 240 apartamentos no bairro Itanguá, em Cariacica. Segundo o vice-governador
do Estado, Givaldo Vieira, o objetivo é utilizar a energia solar de forma inteligente
e, posteriormente, colocar em prática esta experiência em outros bairros.
O diretor geral da agência de serviços públicos de energia do Espírito Santo, Luiz
Fernando Schettino, afirma que o governo tem pretensão de levar o programa para
o interior do Estado e fazer projetos pilotos em bairros carentes da Grande Vitória.
Para as instalações dos painéis na Serra e em Cariacica foram feitos estudos e cadastros
levando em consideração a renda familiar.
Segundo a Secretaria de Desenvolvimento do Estado, a instalação de painéis
solares para aquecimento de água já começaram e permitiram substituir a energia
elétrica utilizadas nos chuveiros elétricos. Com as obras já iniciadas, a previsão
é que até abril de 2012 as primeiras duas mil casas sejam entregues. De
acordo com a EDP Escelsa, o investimento no condomínio e no bairro solar será
de cerca de 3,79 milhões.
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