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Migrações: Implicações Passadas, Presentes E - Unesp

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M i g r ações:<br />

implicações passadas, presentes e futuras<br />

e da economia, sabe-se bem, que é uma possibilidade remota reviver<br />

essa articulação.<br />

Tal descompasso é percebido entre a mobilidade espacial e social<br />

em pesquisa realizada em princípios da década de 1980, com migrantes do<br />

Sertão Paraibano e a região do ABC paulista (MENEZES, 1985). Embora<br />

as migrações para as regiões metropolitanas continuassem a ocorrer nas<br />

décadas de 1980 e 1990, elas já não mais representavam possibilidades de<br />

fixação nem de mobilidade social.<br />

Essa intensidade da mobilidade entre os espaços questiona as<br />

noções correntes como origem e destino e tipologias baseadas em critérios<br />

fixos como migrações definitivas e migrações de retorno. A categoria de<br />

migração de retorno, também, fundamenta-se na ideia de um ponto de<br />

origem e um de retorno:<br />

Quando se fala de migração de retorno, o que vem à mente seria uma<br />

inversão de um fluxo migratório realizado numa determinada região.<br />

Por exemplo, das diferentes regiões do Nordeste para os centros urbanos<br />

do sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro, etc.). Ora, a migração de retorno<br />

nada mais seria que a inversão de uma concepção já convencional de<br />

migração (origem-destino) (DORNELAS, 1995, p.6).<br />

As noções de origem e destino, conquanto importantes para as<br />

classificações das migrações, apresentam limitações para compreender<br />

tipos de migrantes que se deslocam permanentemente, como é o caso dos<br />

trabalhadores migrantes safristas, dos migrantes em grandes projetos ou<br />

construção civil ou outras trajetórias migratórias individuais ou de famílias<br />

marcadas por deslocamentos diversos, como é o caso dos brasiguaios;<br />

dos migrantes que se dirigiram para a fronteira agrícola do Paraná, Mato<br />

Grosso, Rondônia nas décadas de 1960 a 1980 (MENEZES, 1992; 1987).<br />

Destaca-se aqui o caso dos migrantes classificados como “migrantes<br />

sazonais”, ou migrantes temporários (SILVA, 1999; 1992; MARTINS,<br />

1986), para pontuar algumas reflexões sobre os significados da experiência<br />

de migrantes cujas trajetórias de vida são marcadas pela mobilidade. Silva,<br />

estudando os migrantes provenientes do Vale do Jequitinhonha, Minas<br />

Gerais, e, mais recentemente, de áreas rurais do Maranhão para a região<br />

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