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Migrações: Implicações Passadas, Presentes E - Unesp

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M i g r ações:<br />

implicações passadas, presentes e futuras<br />

ocorridas no país (que, inclusive, colocaram em vigor medidas restritivas<br />

à imigração), provocaram um declínio ainda maior do fluxo migratório<br />

internacional em direção a esse estado.<br />

Embora estatísticas precisas sobre a imigração internacional sejam<br />

difíceis de obter, não restam dúvidas de que os números foram grandes 4 .<br />

Não só o volume, mas também as características dessa corrente imigratória<br />

provocaram, além do crescimento da população, profundas alterações<br />

na estrutura e na dinâmica populacional e interferiram no processo de<br />

transição demográfica das regiões onde os imigrantes se inseriram. Ademais,<br />

os imigrantes e seus descendentes intensificaram a mobilidade geográfica,<br />

provocando modificações constantes na distribuição espacial da população<br />

e na ocupação do território paulista.<br />

Entre 1890 e 1902, os imigrantes subsidiados lideravam com 78%<br />

das entradas; a partir de 1903 até 1929, os espontâneos tornaram-se maioria<br />

(69%) (SÃO PAULO, 1898-1930). Esses imigrantes, subsidiados e espontâneos,<br />

eram europeus na sua maior parte - principalmente italianos<br />

(os mais numerosos), portugueses e espanhóis; em menor proporção, achavam-se<br />

alemães, austríacos, europeus do leste, japoneses (estes entrados a<br />

partir de 1908) e ainda umas centenas ou dezenas de outras nacionalidades<br />

(Tabela 1). Na sua maioria, os imigrantes encontravam-se em idade produtiva<br />

e reprodutiva (mais de 60% eram maiores de 12 anos de idade); entre<br />

eles, havia mais homens que mulheres, o que resultava uma razão de sexo<br />

sempre superior a 100. Atendendo à política migratória em vigor, que privilegiava<br />

a imigração em família, 90% dos imigrantes subsidiados e 70%<br />

dos espontâneos quando chegaram a São Paulo, no período, faziam parte<br />

de unidades familiares.<br />

4<br />

As estatísticas existentes nem sempre refletem a realidade, uma vez que dependem de critérios adotados pelos<br />

órgãos encarregados de produzi-las; não abarcam a migração ilegal, raramente, a reemigração e imigração de<br />

retorno; as séries disponíveis relativas ao período estudado nem sempre são completas. Os filhos de estrangeiros<br />

nascidos no Brasil são contados como brasileiros em virtude do princípio do jus solis que vigora na legislação<br />

desse país. Muitas estatísticas arrolam a população estrangeira sem distinguir o imigrante do não imigrante —<br />

no entanto, dado o contexto histórico da época aqui analisada, a população estrangeira, na sua maioria, era<br />

imigrante e como tal é aqui analisada. Em que pesem suas limitações, as estatísticas disponíveis possibilitam uma<br />

aproximação com a realidade desse fenômeno e é sobre elas que repousa este trabalho.<br />

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